Você sabia que a quantidade de aparelhos celulares alcançou
4 milhões ao redor do mundo em 2009? Tem ideia da quantidade de lixo isto gera
ao longo dos anos?
Estimativas indicam que, atualmente, existam cerca de 50
milhões de toneladas de lixo eletrônico no planeta.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) demonstram um crescimento acentuado do consumo de computadores, passando
de 6,7 milhões em 2002 para 15 milhões de em 2007.
No Brasil, são 154,6 milhões de aparelhos celulares, de
acordo com levantamento feito pela Anatel em abril e um computador para cada
três pessoas, segundo uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas.
O Instituto Akatu e o Instituto Ethos realizaram uma
pesquisa que revelou que entre 2006 e 2010, manteve-se em 5% o percentual da
população brasileira que adere a valores e comportamentos mais sustentáveis de
consumo. São os chamados consumidores conscientes. Considerando-se o aumento
populacional nesse período, houve, entretanto, um crescimento de cerca de 500
mil consumidores conscientes.
Já outra pesquisa, conduzida pelo MMA com apoio do Wallmart
mostrou que a maioria dos brasileiros (59%) considera que a preservação
ambiental merece atenção prioritária em relação ao crescimento econômico.
Apesar da percepção da necessidade da preservação ambiental,
segundo o levantamento, ações concretas que contribuam para melhores resultados
ainda são realidade de uma minoria: nos últimos 12 meses, apenas 13% dos
entrevistados procuraram diminuir o uso do automóvel, 17% deixaram de comprar
algum produto por acreditar que faz mal ao meio ambiente.
A maioria (61%) atribui à responsabilidade da preservação
ambiental a órgãos públicos (prefeitura e governo). Só 18% responderam que o
meio ambiente é responsabilidade também do indivíduo. Está mais do que na hora de mudar esta dura
realidade.
Política Nacional de
Resíduos Sólidos (PNRS)
Após 19 anos em tramitação no Congresso, a PNRS na forma da
Lei 12.305/10 foi sancionada em agosto de 2010 pelo presidente Luiz Inácio Lula
da Silva e agora espera a regulamentação de alguns critérios através de um
Decreto para tornar-se efetiva.
A PNRS estabelece que todos os agentes envolvidos na
fabricação, distribuição, venda e consumo de produtos sejam responsáveis pelos
seus resíduos. Além disso, a Lei determina que até 2014 todos os chamados
lixões sejam desativados, o que leva ao desenvolvimento de alternativas como a
reciclagem, compostagem e criação de aterros sanitários, que não poderão ser
frequentados por catadores.
O Brasil produz 57 milhões de toneladas de lixo por ano e,
segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), só 13% é separado
por coleta seletiva e consegue retornar para o sistema produtivo na forma de
matéria-prima reutilizável. Esse percentual é pequeno quando comparado com o de
outros países, como no bloco europeu onde a taxa de reciclagem chega a 45%. Contudo, com a nova Lei,
empresas do setor de reciclagem brasileiro enxergam uma chance de aumentá-lo
significativamente.
Além dos inegáveis benefícios à qualidade ambiental e saúde
pública, a PNRS abre oportunidades de negócios, investimentos e empregos. O
governo anunciou, na ocasião da aprovação da Lei, que pretende investir R$ 1,5
bilhão em projetos de tratamento de resíduos sólidos, na substituição de lixões
e implantação da coleta seletiva e no financiamento de cooperativas de
catadores.
A estimativa do governo é que, com a nova legislação, o
potencial de geração de renda do setor de reciclagem salte de R$2 bilhões para
R$ 8 bilhões, segundo cálculos do IPEA (Baixe o Relatório de Pesquisa Pagamento
por Serviços Ambientais Urbanos para Gestão de Resíduos Sólidos do IPEA).
"Para cada saco de lixo produzido em nossas casas, há
outros 60 que já foram gerados antes", estimou o sociólogo Maurício
Waldman (autor do livro “Lixo - Cenários e Desafios”), ao se referir aos
centros urbanos, que geram apenas 2,5% de resíduos produzidos no planeta – o
que representa quatro bilhões de toneladas ao ano. Dos 30 bilhões de
toneladas/ano de lixo lançados no mundo, a maioria é produzido pelos setores de
pecuária, agricultura e mineração.
Compromisso
Internacional
Em 2002, o Brasil assumiu junto às Nações Unidas um
importante acordo ao aderir ao Processo de Marrakech.
O Programa sobre Consumo e Produção Sustentáveis, conhecido
como Processo Marrakech, teve início em 2002, durante a reunião da Cúpula
Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável – CMDS, realizada em Johannesburgo,
com o objetivo de acelerar as mudanças globais em direção a padrões sustentáveis
de consumo e produção.
Em 2008, a Portaria nº 44, de 13 de fevereiro instituiu o
Comitê Gestor Nacional de Produção e Consumo Sustentáveis, articulando vários
ministérios e parceiros do setor privado e da sociedade civil, com a finalidade
de realizar amplo debate e identificar ações que pudessem levar o Brasil, de
forma planejada e monitorada, a buscar padrões mais sustentáveis de consumo e
produção nos próximos anos.
Sacolas plásticas
O Ministério do Meio Ambiente, que em 2009 lançou a campanha
"Saco é um Saco", informou que em um ano de campanha foi possível
evitar o consumo de cerca de 1 bilhão de sacolas plásticas. Em 2010, a campanha
pergunta às pessoas “Onde está a sua ecobag”.
O Rio de Janeiro foi o primeiro estado no Brasil a
implementar uma lei, em vigor desde 16 de julho, que visa à redução do consumo
de sacolas plásticas. Segundo o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), em todo
o estado são usadas aproximadamente 200 milhões de sacolas plásticas por mês.
Eletrônicos
Algumas soluções como as lâmpadas tipo OLED (Diodos
Orgânicos de Emissão de Luz, na sigla em inglês) visam reduzir o consumo de
energia dos aparelhos eletrônicos. Mas com as previsões da Agência
Internacional de Energia (relatório “Engenhocas e Gigawatts”) que o consumo de
energia derivado do uso dos aparelhos eletroeletrônicos deve crescer 250% até
2030 e enquanto aguardamos um decreto que regulamente o descarte dos produtos
obsoletos, veja abaixo o que as empresas estão fazendo e como você pode
contribuir.
O Instituto Sergio Motta, com sede em São Paulo, criou o
E-Lixo Maps, uma ferramenta que mapeou o cadastramento de postos de coleta e
reciclagem de lixo eletrônico em todo o Brasil. Basta digitar o seu endereço e
filtrar que tipo de rejeito você quer descartar adequadamente, como “celular”,
“DVD”, “bateria” ou “computador”.
Fonte: Instituto Carbono Brasil