sábado, 29 de maio de 2010

Hoje tem Programa!

Hoje, dia 29 de maio de 2010, vamos entrevistar Edite Lopes de Souza, da Agência 10envolvimento, para falar sobre a Festa das Águas e do Riacho da Tabua e sobre a luta enfrentada contra as carvoarias que se instalaram nas proximidades da nascente do Riacho da Tabua.
Não perca!

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Brasil e Paraguai realizam encontro de políticas públicas e educação ambiental

Ponta Porã, cidade brasileira, e Pedro Juan Caballero, município paraguaio vizinho, sediam importantes debates sobre políticas públicas ambientais do Brasil e Paraguai. De 27 a 29 de maio acontece o *DiálogosTransfronteiriços do Apa – um olhar diferenciado para políticas públicas,educação e água*. Com a presença de autoridades de ambos países, acontecem palestras, mesas redondas, apresentações culturais e reuniões com objetivo de fortalecer e promover a continuidade de diversos projetos, programas e políticas de governo na bacia transfronteiriça do rio Apa.

Na pauta estão o Acordo de Cooperação entre Brasil e Paraguai para a gestão integrada da bacia do Apa, assinado em setembro de 2006, o Centro de Saberes Socioambiental da Bacia do Prata, uma rede de pesquisadores e educadores ambientais, a Política Estadual de Educação Ambiental de Mato Grosso do Sul, em fase final de consultas e diversas iniciativas sociais e ambientais que já ocorrem na fronteira.

O Projeto de Fortalecimento da Gestão Integrada da Bacia do Rio Apa para oDesenvolvimento Sustentável, por exemplo, prevê ações para recuperação e uso sustentável dos recursos naturais e é desenvolvido pelo governo de Mato Grosso do Sul, Departamentos de Concepción e Amambay e República do Paraguai. Também serão divulgados os resultados do Projeto de Gestão de Resíduos Sólidos, uma parceria entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, as ações de educação ambiental desenvolvidas pela ONG Paz e Desarrollo, também de Pedro Juan e os resultados do Projeto de Fortalecimento de Políticas de Educação Ambiental para o Pantanal: o Caso da Bacia do Apa, executado pela ONG Mupan (Mulheres em Ação no Pantanal), uma das realizadoras do evento.

Estão programadas apresentações culturais com grupos de dança e folclore, não deixando faltar a harpa paraguaia, lançamento do livro Chão do Apa –contos e memórias da fronteira, de Brígido Ibanhes e do programa especial de rádio Boca da Mata, edição 33, produzida totalmente por educomunicadores da região. “Este é um dos primeiros encontros realizados na fronteira para fortalecer e dar continuidade a processos socioambientais de políticas, projetos e programas numa região onde as águas unem dois países”, afirma Áurea Garcia, presidente da Mupan, organização que realiza o Diálogos Transfronteiriços do Apa em parceria com a Rede Aguapé de Educação Ambiental do Pantanal, Prefeitura Municipal de Ponta Porã e Departamento de Amambay. O evento tem apoio do Núcleo de Ecomunicadores dos Matos (NEM), ONG Vida Pantaneira, Rede Pantanal de Ongs e Movimentos Sociais, Consórcio Intermunicipal para o Desenvolvimento Integrado das Bacias dos Rios Miranda e Apa (Cidema), IBAMA, Programa de Pequenas Subvenções para Ecossistemas (EGP), ONG Paz e Desarrollo e União Européia.

*Autoridades*

Confirmaram presença no encontro o secretário municipal de Governo, Infraestrutura e Meio Ambiente de Ponta Porã, Hélio Peluffo Filho, o diretor-geral de Recursos Hídricos da Secretaria de Ambiente do Paraguay, Fernando Larosa, o representante da Câmara Técnica de Gestão de Recursos Hídricos Transfronteiriços do Conselho Nacional de Recursos Hídricos do Brasil, Franklin de Paula Junior (CTGRHT/CNRH/SRHU) e o secretário de meio ambiente do departamento de Concepción, Carmelo Rodriguez.

Também estarão presentes Rafaela Nicola, representante do Ponto Focal do Comitê Holandês da União Internacional para Conservação da Natureza na região Paraguai-Paraná (IUCN NL), a representante do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, Synara Broch, e o Pró-Reitor de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis da UFMS, Milton Mariani. Gestores, lideranças comunitárias e educadores de 12 municípios da bacia do Apa também participam das atividades do Diálogos Transfronteiriços do Apaque terá na sua abertura a presença da representante da Rede Brasileira de Educação Ambiental e da organização socioambiental Bioconex, Vivianne Amaral, de São Paulo, para fazer a conferência de abertura: Redes Ambientais– conversações para uma sociedade sustentável.

*Inédito*

*Estado da Arte da educação ambiental do Apa será divulgado*
Como é desenvolvida a educação ambiental nas escolas da bacia hidrográficado rio Apa? Quais são as dificuldades, as soluções e os desafios dos educadores brasileiros e paraguaios? As respostas serão conhecidas durante a programação do Diálogos Transfronteiriços do Apa, quando educadores de 12 municípios da região apresentam seus Projetos Político-Pedagógicos ou Enfoques Curriculares (termo utilizado no Paraguai), resultando numa primeira versão de um Estado da Arte (diagnóstico) da educação ambiental desenvolvida pelas escolas da bacia hidrográfica. Todas as escolas da bacia do Apa já atuam com educação ambiental, seja em temas como qualidade da água, lixo, saúde ou mesmo buscando alternativas de emprego e renda.

Em Porto Murtinho, por exemplo, uma das grandes preocupações é com a localização do lixão, que fica em área alagável em época de cheia pantaneira. Já na cidade vizinha, Carmelo Peralta, a escola atua como mobilizadora para a implantação de um sistema de captação, tratamento e distribuição de água doce para a população. Em San Carlos, fronteira com Caracol, os moradores lutam por sistemas de comunicação, melhoria das estradas e precisam tomar água da chuva, armazenada em cisternas, porque as águas dos poços são salobras.

No Brasil, educadores da cidade conhecida mundialmente pelo ecoturismo, Bonito, estão muito preocupados com o aumento da prostituição infanto-juvenil e uso do crack. As diversas realidades dos municípios da bacia do Apa e as ações de educadores, gestores públicos e lideranças para melhorar a qualidade de vida das populações com a educação ambiental são discutidas desde setembro de 2009 pelo Projeto de Fortalecimento de Políticas de Educação Ambiental parao Pantanal, coordenado pela Mupan e Rede Aguapé de Educação Ambiental do Pantanal, em parceria com diversas instituições.

Com financiamento de edital público do EGP (Ecosystem Grants Programme), do Comitê Holandês da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCNNL), o projeto incentiva a troca de experiências em rede, adequação dos Projetos Político-Pedagógicos das escolas para valorização da cultura e meio ambiente regional e forma novos educomunicadores ou comunicadores populares. Além de distribuir materiais didáticos em educação ambiental como o kit do Projeto Pé na Água na Bacia do Apa (UFMS/CNPq), composto de CD-Rom e cartilha ilustrada, e a Revista Aguapé, a Mupan realizou capacitações para cerca de 300 gestores, educadores, estudantes e lideranças, sob demanda dos municípios.

No Brasil, foram beneficiados os municípios de Jardim, Bonito, PortoMurtinho, Antonio João, Caracol, Bela Vista e Ponta Porã. No Paraguai, o projeto visitou Carmelo Peralta, San Lazaro, San Carlos, Bella Vista Norte e Pedro Juan Caballero.

Parabéns Barreiras! 119 anos!

O Programa A Voz do Rio Grande parabeniza a cidade de Barreiras pelo seus 119 anos! É isso aí, Barreiras! Nós desejamos mais educação ambiental, mais consciência ecológica, mais sustentabilidade.
Vamos cuidar de nossa cidade, de nossa gente, do nosso cerrado, dos nossos animais, dos nossos rios (nossa vida!).
Parabéns!

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Empresário cearense desenvolve o primeiro poste de iluminação pública 100% alimentado por energia eólica e solar

Não tem mais volta. As tecnologias limpas – aquelas que não queimam combustível fóssil – serão o futuro do planeta quando o assunto for geração de energia elétrica. E, nessa onda, a produção eólica e solar sai na frente, representando importantes fatias na matriz energética de vários países europeus, como Espanha, Alemanha e Portugal, além dos Estados Unidos. Também está na dianteira quem conseguiu vislumbrar essa realidade, quando havia apenas teorias, e preparou-se para produzir energia sem agredir o meioambiente.

No Ceará, um dos locais no mundo com maior potencial energético (limpo), um ‘cabeça chata’ pretende mostrar que o estado, além de abençoado pela natureza, é capaz de desenvolver tecnologia de ponta. O professor Pardal cearense é o engenheiro mecânico Fernandes Ximenes, proprietário da Gram-Eollic, empresa que lançou no mercado o primeiro postede iluminação pública 100% alimentado por energias eólica e solar. Com modelos de 12 e 18 metros de altura (feitos em aço), o que mais chama aatenção no invento, tecnicamente denominado de Produtor Independente de Energia (PIE), é a presença de um avião no topo do poste. Feito em fibra de carbono e alumínio especial – mesmo material usado em aeronaves comerciais –, a peça tem três metros de comprimento e, na realidade, é a peça-chave do poste híbrido. 

Ximenes diz que o formato de avião não foi escolhido por acaso. A escolha se deve à sua aerodinâmica, que facilita a captura de raios solares e de vento. "Além disso, em forma de avião, o poste fica mais seguro. São duas fontes de energia alimentando-se ao mesmo tempo, podendo ser instalado em qualquer região e localidade do Brasil e do mundo", esclarece. Tecnicamente, as asas do avião abrigam células solares que captam raios ultravioletas e infravermelhos por meio do silício (elemento químico que é o principal componente do vidro, cimento, cerâmica, da maioria dos componentes semicondutores e dos silicones), transformando-os em energia elétrica (até 400 watts), que é armazenada em uma bateria afixada alguns metros abaixo.Cumprindo a mesma tarefa de gerar energia, estão as hélices do avião. Assim como as naceles (pás) dos grandes cata-ventos espalhados pelo litoral cearense, a energia (até 1.000 watts) é gerada a partir do giro dessas pás. Cada poste é capaz de abastecer outros três ao mesmo o tempo. Ou seja, um poste com um "avião" – na verdade um gerador – é capaz de produzir energia para outros dois sem gerador e com seis lâmpadas LEDs (mais eficientes e mais ecológicas, uma vez que não utilizam mercúrio, como as fluorescentes compactas) de 50.000 horas de vida útil dia e noite (cerca de 50 vezes mais que as lâmpadas em operação atualmente; quanto à luminosidade, as LEDs são oito vezes mais potentes que as convencionais). A captação (da luz e do vento) pelo avião é feita em um eixo com giro de 360 graus, de acordo com a direção do vento.

 *À prova de apagão*

Por meio dessas duas fontes, funcionando paralelamente, o poste tem autonomia de até sete dias, ou seja, é à prova de apagão. Ximenes brinca dizendo que sua tecnologia é mais resistente que o homem: "As baterias do poste híbrido têm autonomia para 70 horas, ou seja, se faltarem vento e sol 70 horas, ou sete noites seguidas, as lâmpadas continuarão ligadas, enquanto a humanidade seria extinta porque não se consegue viver sete dias sem a luz solar". O inventor explica que a ideia nasceu em 2001, durante o apagão. Naquela época, suas pesquisas mostraram que era possível oferecer alternativas ao caos energético. Ele conta que a caminhada foi difícil, em função da falta de incentivo – o trabalho foi desenvolvido com recursos próprios. Além disso, teve que superar o pessimismo de quem não acreditava que fosse possível desenvolver o invento. "Algumas pessoas acham que só copiamos e adaptamos descobertas de outros. Nossa tecnologia, no entanto, prova que esse pensamento está errado. Somos, sim, capazes de planejar, executar, elevar ao mercado um produto feito 100% no Ceará. Precisamos, na verdade, é de pessoas que acreditem em nosso potencial", diz. Mas esse não parece ser um problema para o inventor. Ele até arranjou um padrinho forte, que apostou na ideia: o governo do estado. O projeto, gestado durante sete anos, pode ser visto no Palácio Iracema, onde passa por testes.

De acordo com Ximenes, nos próximos meses deve haver um entendimento entre as partes. Sua intenção é colocar a descoberta em praças, avenidas e rodovias. O empresário garante que só há benefícios econômicos para o (possível) investidor. Mesmo não divulgando o valor necessário à instalação do equipamento, Ximenes afirma que a economia é de cerca de R$ 21.000 por quilômetro/mês, considerando-se a fatura cheia da energia elétrica. Além disso, o custo de instalação de cada poste é cerca de 10% menor que o convencional, isso porque economiza transmissão, subestação e cabeamento. A alternativa teria, também, um forte impacto no consumo da iluminação pública, que atualmente representa 7% da energia no estado. "Com os novos postes, esse consumo passaria para próximo de 3%", garante, ressaltando que,além das vantagens econômicas, existe ainda o apelo ambiental. "Uma vez que não haverá contaminação do solo, nem refugo de materiais radioativos, não há impacto ambiental", finaliza Fernandes Ximenes.

*Vento e sol*

Com a inauguração, em agosto do ano passado, do parque eólico Praias de Parajuru, em Beberibe, o Ceará passou a ser o estado brasileiro com maior capacidade instalada em geração de energia elétrica por meio dos ventos, com mais de 150 megawatts (MW). Instalada em uma área de 325 hectares, localizada a pouco mais de cem quilômetros de Fortaleza, a nova usina passou a funcionar com 19 aerogeradores, capazes de gerar 28,8 MW. O empreendimento é resultado de uma parceria entre a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a empresa Impsa, fabricante de aerogeradores. Além dessa, a parceria prevê a construção de dois outros parques eólicos – Praia do Morgado, com uma capacidade também de 28,8 MW, e Volta do Rio, com 28 aerogeradores produzindo, em conjunto, 42 MW de eletricidade. Os dois parques serão instalados no município de Acaraú, a 240 quilômetros de Fortaleza.

Se no litoral cearense não falta vento, no interior o que tem muito são raios solares. O calor, que racha a terra e enche de apreensão o agricultor em tempos de estiagem, traz como consolo a possibilidade de criação de emprego e renda a partir da geração de energia elétrica. Na região dos Inhamuns, por exemplo, onde há a maior radiação solar de todo o país, o potencial é que sejam produzidos, durante o dia, até 16 megajoules (MJ –unidade de medida da energia obtida pelo calor) por metro quadrado. Essa característica levou investidores a escolher a região, especificamenteo município de Tauá, para abrigar a primeira usina solar brasileira. O projeto está pronto e a previsão é que as obras comecem no final deste mês. O empreendimento contará com aporte do Fundo de Investimento em Energia Solar (FIES), iniciativa que dá benefícios fiscais para viabilizar a produção e comercialização desse tipo de energia, cujo custo ainda é elevado em relação a outras fontes, como hidrelétricas, térmicas e eólicas. A usina de Tauá será construída pela MPX – empresa do grupo EBX, de EikeBatista – e inicialmente foi anunciada com uma capacidade de produção de 50MW, o que demandaria investimentos superiores a US$ 400 milhões. Dessa forma, seria a segunda maior do mundo, perdendo apenas para um projeto em Portugal. No entanto, os novos planos da empresa apontam para uma produção inicial de apenas 1 MW, para em seguida ser ampliada, até alcançar os 5 MWjá autorizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Os equipamentos foram fornecidos pela empresa chinesa Yingli.

Segundo o presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Antônio Balhmann, essa ampliação dependerá da capacidade de financiamento do FIES. Aprovado em 2009 e pioneiro no Brasil, o fundo pagaria ao investidor a diferença entre a tarifa de referência normal e a da solar, ainda mais cara. "A energia solar hoje é inviável financeiramente, e só se torna possível agora por meio desse instrumento", esclarece. Ao todo, estima-se que o Ceará tem potencial de geração fotovoltaica de até 60.000MW.

Também aproveitando o potencial do estado para a energia solar, uma empresa espanhola realiza estudos para definir a instalação de duas térmicas movidas a esse tipo de energia. Caso se confirme o interesse espanhol, as terras cearenses abrigariam as primeiras termossolares do Brasil. A dimensão e a capacidade de geração do investimento ainda não estão definidas, mas se acredita que as unidades poderão começar com capacidade entre 2 MW a 5 MW.

*Bola da vez*

De fato, em todas as partes do mundo, há esforços cada vez maiores e mais rápidos para transformar as energias limpas na bola da vez. E, nesse sentido, números positivos não faltam para alimentar tal expectativa. Organismos internacionais apontam que o mundo precisará de 37 milhões de profissionais para atuar no setor de energia renovável até 2030, e boa parte deles deverá estar presente no Brasil. Isso se o país souber aproveitar seu gigantesco potencial, especialmente para gerar energias eólica e solar.Segundo o Estudo Prospectivo para Energia Fotovoltaica, desenvolvido pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), o dever de casa no país passa, em termos de energia solar, por exemplo, pela modernização de laboratórios, integração de centros de referência e investimento em desenvolvimento de tecnologia para obter energia fotovoltaica a baixo custo. Também precisará estabelecer um programa de distribuição de energia com sistemas que conectem casas, empresas, indústria e prédios públicos. "Um dos objetivos do estudo, em fase de conclusão, é identificar as oportunidades e desafios para a participação brasileira no mercado doméstico e internacional de energia solar fotovoltaica", diz o assessor técnico do CGEE, Elyas Ferreira de Medeiros.

Por intermédio desse trabalho, será possível construir e recomendar ações estratégicas aos órgãos de governo, universidades e empresas, sempre articuladas com a sociedade, para inserir o país nesse segmento. Ele explica que as vantagens da energia solar são muitas e os números astronômicos. Elyas cita um exemplo: em um ano, a Terra recebe pelos raios solares o equivalente a 10.000 vezes o consumo mundial de energia no mesmo período. O CGEE destaca, em seu trabalho, a necessidade de que sejam instituídas políticas de desenvolvimento tecnológico, com investimentos em pesquisa sobre o silício e sistemas fotovoltaicos. Há a necessidade de fomentar o desenvolvimento de uma indústria nacional de equipamentos de sistemas produtivos com alta integração, além de incentivar a implantação de um programa de desenvolvimento industrial e a necessidade de formação de profissionais para instalar, operar e manter os sistemas fotovoltaicos.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Jardim Botânico do Rio de Janeiro lança a Lista de Espécies da Flora do Brasil on-line

No dia 21 de maio, às 16h, o Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) lança a versão on-line da Lista de Espécies da Flora doBrasil, disponível na página http://www.jbrj.gov.br/
O Jardim Botânico do Rio de Janeiro foi designado pelo Ministério do Meio Ambiente para coordenar, por intermédio do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora), o trabalho de elaboração da lista, que envolveu cerca de 400 taxonomistas brasileiros e estrangeiros voltados para a identificação e
caracterização das espécies de plantas nativas do território nacional.

Como país signatário da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), o Brasil assumiu, perante a comunidade internacional, uma série de compromissos para 2010. Entre eles, destaca-se a implementação da Estratégia Global para a Conservação de Plantas (GSPC), com o objetivo de facilitar o consenso e a sinergia nos níveis global, nacional, regional e local no sentido de impulsionar o conhecimento e a conservação de plantas. A elaboração de uma lista "funcional amplamente acessível" das espécies
conhecidas de cada país é a primeira das 16 metas estabelecidas pela GSPC.

O lançamento da Lista de Espécies da Flora do Brasil significa, assim, o cumprimento dessa primeira meta da GSPC. Mas é também a realização de um sonho da comunidade botânica. Apesar da imensa diversidade florística do país, a única compilação desse porte, procurando abranger todas as espécies de plantas brasileiras conhecidas, datava do período entre 1846 e 1906, quando von Martius, Eichler & Urban editaram a Flora brasiliensis, com 22.767 espécies.

A nova lista apresenta 41.123 espécies da flora brasileira, sendo 3.633 de Fungos, 3.521 de Algas, 1.522 de Briófitas, 1.176 de Pteridófitas, 23 de Gimnospermas e 31.248 de Angiospermas. Sobre cada espécie são fornecidos os dados de distribuição geográfica por Região, Unidade da Federação e Domínios
Fitogeográficos. Também é possível saber os sinônimos para o nome aceito de cada espécie e consultar quais delas são endêmicas, ou seja, exclusivas do território brasileiro.

A elaboração da lista teve início em setembro de 2008, quando foi estabelecido o comitê organizador, os coordenadores de cada grupo taxonômico e as informações que deveriam ser disponibilizadas. Outras listas parciais já publicadas ou disponibilizadas por especialistas dos diferentes grupos foram então integradas e os dados foram migrados para um sistema desenvolvido pelo Centro de Referência em Informação Ambiental (Cria).

Durante 2009, os cerca de 400 especialistas trabalharam sobre essa base de dados unificada, incluindo online os novos dados ou corrigindo aqueles já existentes. Para a coordenadora-geral do projeto, a botânica Rafaela Campostrini Forzza, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, isso é apenas o início. "A intenção é
de que a lista seja dinâmica e atualizada periodicamente para incluir novas espécies e mudanças taxonômicas ao longo do tempo. Esperamos que esse site também disponibilize, num futuro próximo, muitas outras informações sobre a flora brasileira".

(Com informações da Assessoria de Comunicação do JBRJ)

Jacqueline Guerreiro
Educadora Ambiental

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Discurso de Dom Luiz Cappio em Berna, na Suíça, no dia 07/05/2010

Dom Luiz Cappio faz discurso no seminário que comemorou cinco anos da Declaração Ecumênica da Água como Direito Humano e Bem Público, assinada por várias igrejas (inclusive a CNBB) e ainda colhendo adesões.

Nossa Terra, nossa Água, nossa Vida

Saúdo a todos os membros dos vários Conselhos e Confederações Eclesiais Nacionais que celebram os cinco anos da assinatura da Declaração Ecumênica da Água como Direito Humano e Bem Público.
Esta Declaração reconhece a Água como um bem fundamental para a vida e que o acesso a ela é um direito
humano. Com isso a declaração exige que a Água seja tratada como um bem público e que sejam definidas prioridades legais para o seu uso.
Os signatários se comprometem a “convidar a todas as comunidades eclesiais, entidades ecumênicas e organizações sociais a apoiarem essa declaração” como também exigem que os “países se comprometam em assumir o direito humano à Água como um bem público mediante uma legislação adequada, bem como a envidar esforços e a se empenhar na criação da Convenção Internacional da Água no âmbito da ONU.

Senhoras e Senhores, O ser humano se encontra frente a um momento histórico jamais vivido antes. Este planeta azulado em um universo divino, estrela do firmamento, privilegiado em belezas e riquezas, que sempre nos ofereceu sustento e conforto, já agoniza há longa data, frente à insana exploração humana. O momento é grave e pede a nossa reflexão com muita seriedade e responsabilidade. O momento exige consciência para que lutemos contra a destruição de nossos rios, de nossas matas, de nossa gente e contra a arrogância e ganância dos que querem transformar tudo em mercadoria e moeda de troca com fins econômicos.

Nosso orbe exige que priorizemos a vida, cessando a poluição do ar e das águas, degradação dos solos, destruição da fauna e da flora e a corrupção do ser humano. O planeta, nossa casa, pede alento, um pouco de paz e condições propícias para recuperar a vitalidade e poder continuar vivendo de maneira sadia. Pede investimento e, sobretudo, cuidado que, segundo o grande pensador Leonardo Boff, é o outro nome do amor.

Todos os bens criados foram colocados pelo Criador a serviço e aos cuidados do ser humano. Temos que nos servir e cuidar destes bens. Do ar puro, das nascentes, florestas, reservas minerais com consciência e respeito. Poluir o ar com dióxido de carbono, cortar rios com barragens, destruir matas e poluir águas com esgotos e agrotóxicos, plantar para não gerar alimentos têm sido tarefas impostas como “necessárias para o
desenvolvimento”. Mas que desenvolvimento é este?

Desenvolvimento sem sustentabilidade é conceito errôneo e ultrapassado. O verdadeiro desenvolvimento deve ser sustentável, social e ecologicamente, e exige que corrijamos as agressões já cometidas. Nesta reflexão que compartilho com vocês, não a faço como especialista, mas como um pastor ribeirinho. Há
quase quarenta anos vivo à beira do Rio São Francisco, o Velho Chico. O que falo é a partir do que ai vivo, junto ao pobre e bom povo das barrancas, ilhas, lagoas, vazantes e matas deste rio abençoado por Deus e desgraçado por mãos humanas.

Dos problemas que em torno do São Francisco vivemos e do modo como os enfrentamos, descortinamos
questões semelhantes na América Latina e no mundo, e procuramos interpretar suas causas e determinações para nos fortalecer neste enfrentamento. É como entendo o sentido de estarmos aqui e são estas nossas expectativas da troca de experiências, conhecimentos e compromissos solidários. Estes os passos desta fala que expressa também a trajetória de tantos irmãos e irmãs, companheiros de caminhada, na igreja, na sociedade e nos movimentos sociais.

O São Francisco é o maior rio totalmente brasileiro e historicamente o mais importante, chamado “rio da
unidade nacional”, porque foi caminho para os colonizadores penetrarem o interior do imenso território nacional e o ligou de norte a sul. Com quase 3.000 km, 18º rio do mundo, tem comprimento superior ao do Danúbio e mais do dobro do tamanho do Reno, e drena uma bacia hidrográfica de 640 mil km2 (8% do território nacional), maior que a França e Portugal juntos. Nela vivem cerca de 16 milhões de pessoas (9,6% da população brasileira). Explorado intensamente e sem preservação a partir dos anos de 1940, para produção de energia elétrica, irrigação de frutas, de grãos e agrocombustíveis (cana para etanol), criação de gado e abastecimento doméstico e industrial, em pouco tempo tornou-se doente e moribundo. Desmatado, assoreado, poluído, sua vasão média, que já foi de 3.000 m3/s, em 1929, quando começou a ser medida, maior que a do Nilo, baixou para 2.000 m3, na segunda metade do século, atualmente é de 600 m3/s.

Estudos recentes feitos por pesquisadores dos EUA concluíram que sua vazão caiu 35% neste meio século.
Poderá perder até 20% da que resta, conforme estudos baseados nas pesquisas da ONU sobre mudanças climáticas. Entre 1992 e 1993, por um ano, acompanhado de mais três companheiros – um lavrador, uma religiosa e um ambientalista – caminhei da nascente á foz do São Francisco, numa peregrinação religiosa e ecológica, místico-política. Pudemos ver de perto a dureza da vida dos ribeirinhos, a importância simbiótica do rio para eles – a quem, como a um pai, chamam de “Velho Chico”. Constatamos as agressões que o rio
e o povo sofrem, entre resignados e resistentes. Clamamos aos responsáveis por cuidados. Ao povo, além dos cuidados que ele mesmo pode e deve ter, incentivamos a luta em defesa do seu rio, condição fundamental de sua própria vida. Dizíamos: “Rio morto, povo morto; rio vivo, povo vivo”! E o povo nestes últimos anos tem se levantado por sua vida, mas são maiores os poderes da morte.

Diante da insensibilidade do governo brasileiro às vozes críticas da ciência, da igreja, da sociedade e dos
movimentos e organizações populares, e para provocar a suspensão das obras, o debate e o aprofundameto dos estudos em busca da verdade do rio, do semi-árido e da transposição, fiz dois jejuns: um por 11 dias em 2005 e outro por 24 dias em 2007. Foi grande e mesmo surpreendente o apoio recebido, inclusive daqui da Suíça, a quem aproveito para agradecer – Deus lhes pague! Mas foi insuficiente para demover as
autoridades e retroceder os mais poderosos interesses por trás do projeto. Jesus dizia que certa casta de demônios só é expulsa com jejum e oração (Mt 17,21)... Deve ter faltado fé, pois ainda não os expulsamos......

Infelizmente o que acontece com o  São Francisco não é exceção. No Brasil, sete de cada 10 rios estão poluídos. Segundo as Nações Unidas mais da metade dos rios do mundo está poluída. Alguns dos rios
mais importantes do mundo, que abastecem áreas populosas, estão perdendo vazão. Um terço dos 925 rios estudados pelos pesquisadores estadunidenses acima referidos apresentou mudanças significativas nos fluxos de água nos últimos 50 anos, sendo que aqueles que perderam vazão ultrapassam os que ganharam, em proporção de 2,5 para 1. Resultado da desordem climática e da intensificação do uso econômico indiscriminado e irresponsável dos bens naturais – água, terra, matas, minerais – das bacias hidrográficas.

Se é verdade que “um rio é como um espelho que reflete os valores de uma sociedade” , a nossa cada
vez vale menos o que bebe e come, vale talvez o que produz de dejeto, lixo e poluição... Os rios são apenas as maiores evidências da insustentabilidade do nosso modo de viver e de lidar com as águas do planeta.

Na realidade, o Projeto de Transposição do Rio São Francisco, as imensas monoculturas de eucalipto, e
agora o terrível projeto da Barragem de Belo Monte na Amazônia não são pensados para a melhoria
de vida das populações, mas projetos ardilosos para aumentar a fortuna dos mais ricos, não obstante gerarem a destruição da natureza, o desemprego, a miséria, a fome e a sede. Animam-se nos sentimentos
primitivos do “lobo” que em nós habita: avareza, egoísmo, soberba. Produzir riqueza a qualquer preço, mesmo causando prejuízo à natureza e às populações.

Em 1990, 20 países sofriam pela falta de água. Em 1996 já eram 26 países. As previsões dizem que em 2020 serão 41 países e em 2050 serão 2,5 bilhões de pessoas no mundo estarão privados de água. De 1500 até os nossos dias, em mais de 60 conflitos a água foi instrumento ou causa. O século XX, com a expansão do capitalismo e o desenvolvimento tecnológico foi, de longe, o mais mortífero. Vivemos um neocolonialismo e desta vez a principal riqueza a ser saqueada, ao lado da terra agrícola e dos minérios, é a
água.

Um inédito Mapa da Injustiça Ambiental e Saúde no Brasil foi recém-lançado no Brasil indica que dos 300 casos documentados, em 116 a água de alguma forma está presente. Segundo a Constituição Cidadã Brasileira de 1988, a prioridade dos investimentos públicos em projetos hídricos deve ser a dessedentação humana e animal. E os mega-projetos de Transposição do Rio São Francisco e Barragem de Belo Monte no Rio Xingu visam a segurança hídrica de projetos do agro-negócio do Nordeste e a segurança energética para grandes projetos minero-industriais na Amazônia, além de desrespeitarem territórios de povos tradicionais, indígenas, quilombolas e camponeses extrativistas.

Neste sentido os projetos são anticonstitucionais e agridem direitos fundamentais da população. Estes projetos faraônicos farão com que o povo, principalmente das cidades, subsidie os usos econômicos da
água, como a irrigação de frutas nobres, criação de camarão em cativeiro, produção de aço e as mega-monoculturas para a produção do combustíveis. No Brasil o custo da energia é bem mais barata para as empresas e bem mais cara para o povo. Os projetos são financiados com dinheiro público e é o povo
quem paga a conta do uso por parte das empresas. De novo é o pobre colocando a mesa dos ricos e se contentando com as migalhas que dela caem.

Diante da crise atual da água, estou certo de que temos a chance – talvez a derradeira – de perceber a
mais grave encruzilhada da humanidade: a vida, de que a água é a mais completa expressão, ou a morte. Arrisco dizer que o futuro dependerá do que fizermos como solução para esta crise, do que fizermos com a água. É nesse sentido que esta Declaração da Água como Bem Público e Direito Humano é importante, pois toca numa questão fundamental da preservação da vida. O dilema se impõe: a água como direito garantido a todo ser humano e a todos os seres vivos, ou a água como negócio, privatizada, mercantilizada, lucrativa e assim negada, poluída, profanada, desviada, a produzir sede, fome, doenças, extinção de espécies e morte. Aqui não há meio termo. Pois, submetida a água – origem e manutenção da vida – aos ditames mercantis do neoliberalismo, não sobrará mais nada.

É preciso respeitar a mãe natureza e a população que suporta o ônus de todos esses projetos insanos. A natureza merece cuidado e o povo merece consideração e respeito. Afinal de contas é sobre seus ombros que pesa o preço destes projetos que beneficiam os poderosos. Nossa luta é contínua e está firmada no fundamento que a tudo sustenta: a fé no Deus da vida e na ação organizada dos cidadãos, pois as bênçãos de Deus derramam-se equanimente sobre todos.

Nossa luta maior é garantir a vida, a biodiversidade dos ecossistemas, o verdadeiro desenvolvimento para
as populações do semi-árido do Nordeste e da Amazônia. Esta mesma luta é para que o Estado reconheça a dignidade do homem do campo e das selvas. Que estes possam produzir alimentos e oferecer água com
qualidade aos que necessitam, como também receber a devida atenção de políticas públicas em seu favor.

Não basta dizer “não” ao Projeto de Transposição do Rio São Francisco, às monoculturas de eucalipto e
demais monoculturas, à barragem de Belo Monte no Rio Xingu. É preciso um plano de desenvolvimento verdadeiramente sustentável que beneficie a toda população. Precisamos urgentemente construir uma nova
mentalidade a respeito do ar, da água, do solo, das florestas, combater o desperdício, valorizar o que temos, conservar e proteger os bens naturais em vista das gerações futuras. Por elas somos co-responsáveis.

A água é patrimônio de todos os seres vivos, não apenas da humanidade. Nenhum outro uso da água, nenhum interesse de ordem política, de mercado ou de poder pode se sobrepor às leis básicas da vida. Neste sentido a Declaração Ecumênica da Água nos recorda a necessidade das Igrejas se unirem em sua missão profética a serviço da justiça social e na defesa deste dom de Deus, a água, que meu pai e irmão
São Francisco chamava de “Irmã Água, pura, cristalina e casta.”

Para nós, consoante a Teologia e a Doutrina Social da Igreja Católica, três são os princípios de nossa relação com a água: a destinação universal (a todos os seres vivos), um direito humano fundamental
como o alimento, e a vida como prioridade em seu uso. É isso que afirma a Declaração Ecumênica da Água como Direito Humano e Bem Público. Caso contrário, além de flagrante injustiça e sofrimento a todos os viventes, o risco de desumanização, perda de sentido, barbárie e o caos, conseqüências inevitáveis do processo de mercantilização.

Sabemos que nas lutas por justiça social, pela terra, pela água, pelas florestas, pela biodiversidade, em suma, pela VIDA, muitos são os obstáculos. Poderosos interesses econômicos são capazes de influenciar mesmo os governos para impor a sua visão de um mundo onde tudo é mercadoria: o supermercado global onde tudo se compra e tudo se vende.

Acompanhamos entristecidos as notícias sobre o derramamento de óleo nos Estados Unidos e a empresa
responsável afirmando que pagará por todos os danos. Eu pergunto: a vida tem preço? As aves, os peixes... quem falará por eles? Do mesmo modo, os pobres deste mundo, os sem voz, os sem terra, os sem água... quem falará por eles?

No projeto da transposição do rio São Francisco é o exército brasileiro com todo o seu poder de intimidação que avança com as obras. Lembramos de todas as vítimas das lutas pela terra, a mais recente delas a irmã Dorothy Stang, barbaramente assassinada em reação ao seu clamor por justiça e vida digna. Mesmo aqui na Suíça, um país de grande tradição democrática, uma multinacional – Nestlé – incomodada
pelas críticas vindas da sociedade civil, organizou uma operação de espionagem que eu vejo também como uma clara ameaça, e um irmão nosso do Brasil (Franklin Frederick), parceiro nosso na luta, foi envolvido.

Cabe a nós, Igrejas comprometidas, sermos solidários com essas lutas tanto no Brasil como na Suíça e no resto do mundo. Este é o grito de um pastor que vem das bandas do sul, preocupado e muito ocupado com as ovelhas de seu imenso rebanho. Um pastor que deseja ardentemente que suas ovelhas tenham pastos
verdes para comer, água cristalina para beber, ar puro para respirar. Vida com qualidade e decência. Vida digna e cidadã e, para isso é preciso urgentemente espantar os lobos que rondam vorazes em busca de vítimas para saciar a sua insana fome de riqueza e poder.

Senhoras e senhores, No Evangelho Jesus nos ensina (João 10,10) que o Bom Pastor se preciso for, dá
a vida por seu rebanho e não mede sacrifícios para “que todos tenham vida e a tenham em abundância”.
O planeta é este imenso campo, nosso lar. O povo, o grande rebanho do Bom Pastor que por sua vez se torna em pastores e pastoras para cuidar com amor dessa casa e dessa família que nos foram confiadas.”Porque Deus, disse Bernanos, não tem outras mãos para trabalhar senão as nossas”.

MUITO OBRIGADO,

PAX ET BONUM!

Berna, Suíça, 6 de maio de 2010

Óleo de vazamento atinge corrente do Golfo do México e ameaça a Flórida

Autoridades e pesquisadores avaliam danos que mancha negra provocará na costa do estado

MIAMI - A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês) informou nesta quinta-feira, 20, que "pequenas porções" da mancha negra de petróleo que avança pelo Golfo do México penetraram na principal corrente marinha da região.

A NOAA precisou que estas camadas do vazamento de petróleo "leves ou muito leves" podem ser apanhadas com sorte por um "redemoinho no sentido horário" no meio do Golfo e, portanto, sair do fluxo da corrente.

As autoridades da Flórida disseram que é pouco provável que esta pequena quantidade de petróleo absorvida pela corrente marinha cause um dano substancial já que, além disso, ela ainda pode evaporar em seu caminho rumo ao estreito da Flórida e a costa sudeste do estado.

Os analistas da NOAA disseram que se a mancha negra de petróleo chegar ao litoral sul da Flórida empurrada pelos ventos, chegaria em "lugares isolados" em forma de fragmentos de alcatrão.

"Tanto a situação da corrente do Golfo como a localização da maré negra de petróleo estão em uma mudança constante e dinâmica", explicou a NOAA.

Para Daniel Suman, professor da Faculdade de Ciências Marinhas da Universidade de Miami (UM), a "grande incógnita" são as camadas de petróleo localizadas a grande profundidade e a possibilidade de que sejam arrastadas pela corrente. No entanto, o professor disse que ainda é cedo para "prever a magnitude do impacto na Flórida".

As autoridades calculam que o vazamento de petróleo procedente da plataforma que se incendiou no dia 20 de abril e afundou dois dias depois pode chegar à região de Florida Keys nos próximos dez dias.

Enquanto isso, vários moradores de Key West se apresentam como voluntários para ajudar nas tarefas de limpeza das praias, caso comecem a aparecer manchas de alcatrão na área.

Em diversas regiões do litoral oeste da Flórida o Governo já colocou 70 quilômetros de barreiras flutuantes e os cerca de dois mil quilômetros de praias que o estado oferece permanecem limpos e abertos ao público.

Por outro lado, a indústria pesqueira da Flórida vê com preocupação o fato da NOAA ter ampliado para 19% o espaço da bacia marítima restringido à pesca como consequência do vazamento incontrolado de petróleo.

Fonte: Jornal O Estado de São Paulo

Ficha Limpa: OAB cobra de Lula sanção rápida, em homenagem à ética no país

Brasília, 19/05/2010 - Ao ressaltar ontem (19) a vitória da sociedade brasileira com a aprovação final do projeto Ficha Limpa pelo Congresso Nacional, o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, cobrou do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a rápida sanção da matéria, "para que ela possa vigorar nas eleições de outubro próximo, evitando que a ética seja atropelada por candidatos inescrupulosos". O presidente nacional da OAB sustentou que o Ficha Limpa, assim chamado porque barra os candidatos condenados por órgãos colegiados da Justiça, valerá ainda para as eleições deste ano entrando em vigor até o próximo dia 10.

Ophir Cavalcante alertou que, uma vez cumprida a missão na Câmara e Senado, agora as atenções se voltam para a sanção presidencial ao projeto de iniciativa popular, fruto de intensa mobilização da sociedade e da coleta de quase 2 milhões de assinaturas de eleitores. Ao conclamar Lula a sancionar rapidamente o Ficha Limpa, ele afirmou que "a OAB, entidade cuja trajetória de 80 anos está intimamente ligada aos ideais republicanos e de democracia em nosso País, respeitosamente o convida a acrescentar o seu nome a esta página histórica, posicionando-se favoravelmente ao projeto".

Ele frisou também que a Nação brasileira, a exemplo da atitude adotada quando o Ficha Limpa tramitou na Câmara e no Senado, "continuará numa espécie de vigília cívica à espera da sanção do projeto pelo presidente da República". Na sua opinião, o projeto representa passo fundamental para aperfeiçoamento das instituições políticas brasileiras - mensagem que foi bem captada pelo Legislativo e, espera-se, o mesmo ocorrerá em relação ao chefe do Executivo. "Com toda a certeza, o Ficha Limpa, além de prestar inestimável serviço à causa popular, terá o reconhecimento de todos aqueles que trabalham em prol de uma Nação cujos filhos não fogem à luta".

"O Ficha Limpa não resulta do capricho de algumas entidades organizadas da sociedade civil, mas reflete o anseio de toda a população, contribuindo para fortalecer o Legislativo e introduzindo de forma indelével um pressuposto necessário, vital mesmo, para a democracia: a ética na política", destacou o presidente nacional da OAB. "Trata-se de um exemplo de mobilização que ajuda a escrever uma das mais belas páginas dos anais de nossa história contemporânea".

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Política voltada à agropecuária contribui para multiplicar pobreza, diz estudo

As políticas públicas voltadas para a agropecuária no Brasil contribuem para propiciar receitas muito baixas aos pequenos produtores e multiplicar a pobreza, conclui um estudo da FGV (Fundação Getúlio Vargas) com base em dados do Censo Agropecuário de 2006.

De acordo com os dados divulgados nesta terça-feira pela CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária), que encomendou a pesquisa, 64,4% das propriedades do país atendem aos critérios do Pronaf (Programa Nacional de Agricultura Familiar), usados como referência para classificação do pequeno produtor.

As cerca de 3,3 milhões de propriedades familiares respondem por 23% do valor da produção no Brasil, segundo o estudo. Os produtores que não se enquadram nos critérios do Pronaf respondem por cerca de 77% do valor da produção, o que em 2006 (base do Censo Agropecuária) significou R$ 111 bilhões.

No nordeste, a contribuição das propriedades não enquadradas no Pronaf para o valor da produção chega a 91%. A região concentra o maior número de propriedades agriculturáveis, com 47% do total do país. O nordeste também possui mais da metade das propriedades em que a renda anual não chega a R$ 6 mil.

A participação em valores das grandes propriedades supera as de pequenas propriedades na maior parte das culturas. O cultivo de fumo é o único que tem maior participação em valores dos agricultores enquadráveis no Pronaf. Nos grãos, os valores gerados dos grandes representa 79,2% do total.

Para a pesquisadora da FGV e coordenadora do estudo, Ignez Vidigal Lopes, a baixa participação em valor das propriedades enquadráveis no Pronaf mostra que há uma necessidade de reavaliação das políticas voltadas para esse grupo.

Ela defende a substituição de políticas agrícolas por políticas sociais de combate à pobreza como solução mais eficaz os produtores com baixa participação em valores. "É preciso buscar novas tipificações para geração de renda", aponta a pesquisadora.

IBGE X FGV

A pesquisa da Fundação Getúlio Vargas contesta os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre a participação da agricultura familiar no total da agropecuária.

No censo de 2006, o instituto apontou que 84% das propriedades no Brasil eram de agricultura familiar e respondiam por 38% do valor bruto da produção. A CNA contestou os dados por apontar que o estudo não considerou resoluções que detalham os critérios de enquadramento no Pronaf.

As resoluções especificam o artigo da lei sobre a classificação das propriedades. As normas estipulam, por exemplo, que a renda bruta anual da família não pode ultrapassar os R$ 110 mil e o produtor deve ter até dois trabalhadores assalariados.

"A leitura dos dados do Censo do IBGE foi equivocada. É como se quisessem chamar agricultura do mal e agricultura do bem", afirmou a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), que preside a CNA. Segundo ela, não pode haver conflito entre agricultura comercial e familiar, que devem se complementar.

GABRIEL BALDOCCHI


Fonte: Jornal Folha de São Paulo

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Dia 16 de maio é o dia internacional de contar Histórias de Vida

Uma das atividades do ano do discernimento e também da preparação do III Congresso Latino Americano de Jovens, no caminho da Revitalização da PJ no continente, é recolher histórias dos/as jovens. A Pastoral da Juventude quer recolher mil histórias de jovens deste continente.

Todos/as podem reunir o grupo de jovens, as coordenações de escola, paróquia, comunidade rural, indígena, quilombola, universidade, enfim todo lugar vital em que vivem os/as jovens. Escutar a juventude com suas histórias familiares, escolares, vocacional, religiosa... Esta é a tarefa deste tempo.

O convite é para mobilizar atividades até o dia 16 de maio e postar na página web www.pjlatino.redejuventude.org.br as histórias juvenis. Veja na página o roteiro para organizar a atividade. Pode também gravar as histórias e postar no youtube e enviar o link, ou música, poesia, desenho.

O caminho da Igreja em missão no seguimento a Jesus neste continente quer revitalizar a sua ação junto à juventude. REVITALIZAR a ação pastoral como Igreja. É assumir com coragem que os/as jovens são os sujeitos desta tarefa. Escutar, aproximar da juventude com a mesma compaixão, amor, postura de Jesus. Aprender com eles/elas sobre o seu mundo e sua cultura, encontrar os caminhos para que a vida seja respeitada e que a totalidade da vida seja tomada como missão.

Dizer não ao extermínio de jovens é tomar postura na defesa da vida de toda juventude do continente. Reconhecer a vida da juventude na Igreja e na Sociedade. Dar oportunidades para que suas potencialidades sejam reconhecidas e que sua vocação plena a vida seja despertada na comunidade.

Vamos mobilizar para que as histórias sejam recolhidas e compartilhadas. Participe deste dia internacional de recolher histórias de vida, envie para a página através do correio eletrônico: pjlatino@redejuventude.org.br.


Luis Duarte Vieira
Pastoral da Juventude

segunda-feira, 10 de maio de 2010

A economia ameaçada com a perda da Biodiversidade

A destruição de ecossistemas da Terra deve começar a afetar economias de vários países nos próximos anos, de acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado nesta segunda-feira.


O Terceiro Panorama Global de Biodiversidade (Global Biodiversity Outlook ou GBO-3, na sigla em inglês) afirma que vários ecossistemas podem estar próximos de sofrer mudanças irreversíveis, tornando-se cada vez menos úteis à humanidade.

Entre estas mudanças, segundo o relatório da ONU estariam o desaparecimento rápido de florestas, a proliferação de algas em rios e a morte generalizada de corais.

Até o momento, a ONU calculou que a perda anual de florestas custa entre US$ 2 trilhões e US$ 5 trilhões, um número muito maior que os prejuízos causados pela recente crise econômica mundial.

O cálculo foi feito com base nos valores estipulados em um projeto chamado Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade (EEB) para serviços prestados pela natureza, como a purificação da água e do ar, a proteção de regiões litorâneas de tempestades e a manutenção da natureza para o ecoturismo.

"Muitas economias continuam cegas ao enorme valor da diversidade de animais, plantas e outras formas de vida e ao seu papel no funcionamento de ecossistemas saudáveis", disse o diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner.

"A humanidade criou a ilusão de que, de alguma forma, é possível se virar sem biodiversidade, ou de que isso é periférico no mundo contemporâneo", disse ele.

"Na verdade, precisamos dela mais do que nunca em um planeta com seis bilhões de pessoas indo a nove bilhões em 2050."

Segundo a ONU, quanto maior for a degradação dos ecossistemas, maior será o risco de que elas percam grande parte de sua utilidade prática para o homem.

Exemplo brasileiro

A Amazônia é citada como um dos ecossistemas ameaçados de atingir o chamado "ponto sem volta", mesmo com a recente diminuição nas taxas de desmatamento e com o plano de redução do desmatamento, que prevê a redução de 80% até 2020 em relação à média registrada entre 96 e 2005.

O relatório da ONU cita um estudo coordenado pelo Banco Mundial que afirma que se a Amazônia perder 20% de sua cobertura original, em 2025, certas partes da floresta entrariam em um ciclo de desaparecimento agravado por problemas como mudanças climáticas, queimadas e incêndios.

O relatório ressalta que o plano brasileiro deixaria o desmatamento acumulado muito próximo de 20% da cobertura original.

No entanto, o Brasil também é citado como exemplo no que diz respeito à criação de áreas de proteção ambiental.

"Alguns poucos países tiveram uma contribuição desproporcional para a expansão da rede global de áreas protegidas (que, segundo o relatório cresceu 57%): dos 700 mil quilômetros quadrados transformados em áreas de proteção desde 2003, quase três quartos ficam no Brasil, em grande parte, resultado do Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa)."

Na Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD, na sigla em inglês), no mês passado, cientistas afirmaram que os governos nacionais não conseguiriam respeitar as suas metas de redução da perda de biodiversidade até 2010.

"Não são boas notícias", disse o secretário-executivo da CBD, Ahmed Djoglaf.

"Continuamos a perder biodiversidade em um ritmo nunca visto antes na História. As taxas de extinção podem estar até mil vezes acima da taxa histórica."

Metas fracassadas

A ONU diz ainda que a variedade de vertebrados no planeta - uma categoria que abrange mamíferos, répteis, pássaros, anfíbios e peixes - caiu cerca de um terço entre 1970 e 2006.

A meta de redução de perda de biodiversidade foi acertada durante uma reunião em Johanesburgo, na África do Sul, em 2002. No entanto, já se sabia que seria difícil mantê-la.

A surpresa do relatório GBO-3 é que outras 21 metas subsidiárias tampouco serão cumpridas globalmente.

Entre elas, estão a redução da perda e degradação de habitats, a proteção de pelo menos 10% das regiões ecológicas do planeta, controle da disseminação de espécies invasivas e a prevenção de extinção de espécies devido ao comércio internacional.

Uma sinal claro do fracasso registrado no relatório é que nenhum dos países envolvidos conseguirá atingir todas as metas até o fim do ano. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Fonte: Jornal O Estado de São Paulo

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Amanhã tem programa!

Amanhã vamos falar sobre A Bacia Hidrográfica do Rio Grande, com a presidente do Comitê e também diretora da Universidade Federal da Bahia do Campus de Barreiras, a professora Joana Luz!