sábado, 23 de julho de 2011

Operação Cordel Negro: Polícia prende 40 por crime ambiental

Uma megaoperação realizada na sexta-feira, 22, resultou na prisão de 40 pessoas acusadas de envolvimento em crimes ambientais, como produção ilegal de carvão. A lista de presos inclui empresários, fazendeiros, políticos, consultores ambientais, além de funcionários e ex-servidores da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema).

Até o fechamento desta reportagem, outros nove mandados de prisão preventiva ainda não haviam sido cumpridos. De acordo com as investigações, o esquema teria rendido aos envolvidos algo em torno de R$ 70 milhões.

A Operação Corcel Negro foi deflagrada em Salvador, em dez municípios do interior baiano e em mais três estados, em conjunto com a Sema, Ministério Público Estadual, Secretaria da Segurança Pública, Polícia Rodoviária Federal e o Ibama.

Na Bahia, foram 19 prisões. Apenas o consultor ambiental baiano Gilmar Iglesias foi detido em São Paulo. Os demais foram detidos em Minas Gerais e Goiás. Segundo Eugênio Spengler, secretário estadual do Meio Ambiente, as investigações foram iniciadas há um ano, após a descoberta de irregularidades na emissão de crédito de reposição florestal.

A Lei Estadual 10.431/06 prevê que toda pessoa física ou jurídica que use produtos de origem florestal para fins comerciais é obrigada a manter áreas de reflorestamento. Se não possuir um terreno para a reposição de árvores, pode adquirir créditos de reflorestamento com pessoas que mantêm áreas de floresta.

Falha na lei - Spengler informou, durante coletiva na sede da SSP que foram detectadas fraudes na concessão de créditos. “Pessoas estavam recebendo os créditos sem que houvesse comprovação de que estavam mantendo áreas de replantio”, assinalou. Segundo ele, a lei estadual “possui uma falha” que contraria a legislação federal – que só concede os créditos após comprovação do reflorestamento.

“Já está em andamento na Assembleia Legislativa um projeto de lei que vai corrigir isso”, assegurou Spengler. “Vale lembrar que não há uso de dinheiro público nas irregularidades. A questão é de mau uso da função de agente público, com fraudes em procedimentos que deveriam atender a critérios legais. Com certeza, havia corrupção”, disse o promotor Geder Gomes, do Centro de Apoio Operacional à Segurança Pública e Defesa Social do MP.

A delegada Carmen Bittencourt, da Polícia Civil, confirmou que as prisões foram efetuadas sem incidentes. Em Salvador, foram presos Marcos Félix Ferreira, Paulo Pelegrini e Plínio Castro, todos ex-superintendentes da Sema; Luís Cláudio Correia e Rui Muricy de Abreu, servidores da Sema; e o consultor ambiental João Barrocas.

No interior da Bahia, foram presos Ana Célia Coutinho Rocha e a filha dela, Milena Coutinho de Castro; Maria Emília Miranda, Marcelo Dourado Costa, Francisco Leonardo Bastos Vila Nova, Cássio Higino Barreto Santos, Gersino Pereira Costa, Jader Oliveira Costa, Derval Barbosa de Arruda, Florisvaldo Silva, Jorge da Costa, Francisnay Martins Neves e Abraão dos Reis Gomes.

As identidades dos capturados em Minas Gerais e Goiás não foram divulgadas. As investigações revelaram que siderúrgicas desses estados recebiam carvão ilegal produzido na Bahia.

Fonte: Jornal Nova Fronteira

A Descoberta da Reserva de Tálio em Barreiras/BA

Nós, do programa A Voz do Rio Grande, prometemos mais informações sobre o tálio que foi encontrado na nossa região. Abaixo, uma entrevista com o profº Clayton Ricardo Janoni, da UFBA, campus de Barreiras, feita pela nossa educomunicadora Andréa Duarte:

Professor Clayton, onde exatamente, foi descoberto o tálio na nossa região? 
Foi descoberta no município de Barreiras, estado da Bahia, a primeira reserva de tálio do Brasil. O tálio é um metal extremamente raro, estratégico e de alto valor, que atualmente só é produzido na China e no Cazaquistão. Especificamente a ocorrência se deu a sudoeste da área urbana de Barreiras numa localidade conhecida como Val da Boa Esperança, um povoado próximo ao rio de Ondas onde esta jazida é a única ocorrência mundial conhecida em que o tálio aparece associado com manganês e cobalto, outros dois minerais de grande interesse comercial.

Para que serve o tálio?
O tálio serve e pode ser utilizado na produção de materiais de alta tecnologia, é apontado como melhor produto para contraste em exames cardiológicos por imagens. Na linha termoelétrica é usado como liga, capaz de transformar calor em eletricidade e vice-versa. O material tem potencial para a produção de novos produtos, dentre eles, caldeiras industriais, peças para motores de automóveis e chips de computador. O tálio também tem utilidade como elemento supercondutor, considerado o mais eficiente para transmissão de energia, com o mínimo de perdas. Pode ser aplicado na produção de equipamentos para detecção de raios gama e infravermelho.

É verdade que o tálio é altamente tóxico?
O tálio tem diversas aplicações de alta tecnologia, embora seja um elemento extremamente tóxico com efeito cumulativo, o produto atinge o sistema nervoso central, principalmente pela inspiração e ingestão da poeira tóxica. Alguns pesquisadores afirmam que um dos riscos é que o metal atinja o lençol freático, o aqüífero Urucuia e os rios do oeste baiano, afluentes principais do Rio São Francisco, mas a princípio podemos afirmar que as etapas de lavra do minério,ou seja a retirada dele do solo não seria o problema de contato do metal com o meio ambiente e sim as etapas de beneficiamento do minério, onde está deve ser realizada longe de qualquer drenagem (rios) da região.

Quais os perigos que a população pode enfrentar e quais são os impactos ambientais previstos para a manipulação desse elemento químico ?
Não vejo a princípio perigos que a população possa enfrentar, pois hoje as diretrizes e a legislação ambiental estabelecem regras severas para a extração e tratamento de qualquer minério presente na natureza e que venham a ser explorados. A empresa detentora dos direitos minerários desenvolve um documento chamado de EIA/RIMA (Estudo de Impactos Ambientais/Relatório de Impactos ao Meio ambiente) ante a fase de extração estabelecendo quais os possíveis impactos ambientes que o empreendimento pode gerar, e assim, os órgãos competentes analisam e concedem ou não o direito a extração, portanto não há atividades sem comprometimento ambiental por parte de quem explora. Em se tratando de impactos ambientais, toda atividade mineradora é sinônimo de impacto ambiental, pois a mesma tende a modificar as paisagens naturais gerando “crateras” de onde sai o minério, mas também como afirmado anteriormente, a engenharia de minas dispõe atualmente de técnicas para correção e minimização destes impactos naturais e visuais.

Quais as vantagens e desvantagens da exploração do tálio na região Oeste?
A reserva está estimada em mais de 60 milhões de gramas e, sozinha, poderia atender ao consumo mundial, estimado em 10 toneladas/ano durante uma década. O tálio é um metal muito valorizado no mercado mundial e esta é a terceira jazida encontrada no mundo, a China e o Cazaquistão são os únicos países que exploram o mineral. Em apenas uma das áreas pesquisadas pela empresa Itaoeste, que detém a concessão para exploração da reserva, foi encontrado o equivalente para atender todo o consumo mundial de tálio, estimado em 10 toneladas anuais, pelo período de seis anos. Com isto podemos afirmar que não há desvantagens expressas nessa fase de planejamentos da atividade, muito pelo contrário, há uma infinidade de vantagens, tais como, geração de empregos locais, vinda de empresas multinacionais para o município no intuito de transformação mineral e geração de produtos derivados do metal, entre outras.

Qual o papel da UFBA junto à empresa que detém os direitos da exploração do tálio?
Foi um estabelecido em acordo de cooperação entre a Itaoeste e a UFBA afim de desenvolvermos parcerias na colocação de nossos alunos na prática de estágios junto a esta ocorrência, a realização de técnicas e ensaios laboratoriais na universidade e com isso, toda comunidade científica estar inter-relacionada com as pesquisas e a fase de extração propriamente dita do minério.

Considerações finais.
A empresa detém o direito de pesquisa em outras 23 áreas, cujos estudos ainda não foram concluídos. A área cujo levantamento foi concluído corresponde a apenas 2% da área total de pesquisas do projeto. O processo pós-extração permitirá também a produção de sulfato de manganês, produto usado na agricultura da região onde os solos são naturalmente pobres em minerais.

Clayton Ricardo Janoni

UFBA-Universidade Federal da Bahia

Instituto de Ciências Ambientais e Desenvolvimento Sustentável - ICADS

Geologia Econômica e Prospecção Mineral

domingo, 17 de julho de 2011

Educomunicadora do programa A Voz do Rio Grande ganha prêmio internacional

A educomunicadora do programa de rádio A Voz do Rio Grande, Andréa Duarte, foi contemplada com um prêmio na III Bolsa Internacional de Prosa ou Poesia, organizada pela Fundação Rotária Portuguesa (FRP), com a poesia intitulada "CINZA". A bolsa tem o objetivo de divulgar e apoiar a criatividade e o empreendorismo intelectual dos jovens de Língua Portuguesa.
A iniciativa se destina a jovens estudantes de Língua Oficial Portuguesa com idade compreendida entre os 18 e os 30 anos e decorre com a colaboração do Rotary Clube de Lisboa-Centro e com o patrocínio da Junta de Freguesia de São Jorge de Arroios.

A premiação será efetuada através do Rotary Club de Barreiras, em data a ser definida. A poesia será publicada pela FRP.
Transcrevemos a seguir.


CINZA

Invadiu minha vida sem pedir licença, 
Já encontro você na aurora, no frescor da manhã 
Enquanto pássaros cantam alheios 
Ao seu poder de encantamento sobre mim 
A cor cinza te acompanha, deixando-me confusa 
Perdida entre tantas palavras repetidas 
Entre tantas que ainda querem ser ditas 
Mas que se recolhem 
Porque sabem que são apenas promessas 
Sabem que o tempo é inconstante 
Pois há furacões e terremotos 
Acompanhando nossas vozes 
Que atravessam quilômetros 
Como raio de ternura e ironia 
O cinza com suas nuances 
Embriaga meu corpo 
E já não vejo mais o carmim nos meus lábios 
Nem o verde nos campos primaveris 
E quanto mais fujo do cinza 
Mais ele persiste em mim 
Seu tom mais sombrio deixa minhas faces molhadas 
Seu sorriso dissipa as nuvens 
Mas o céu nunca mais foi azul 
E quando você desaparece 
O silêncio invade meus olhos e minha alma fica seca 
O cinza nunca foi tão opaco 
E tudo em mim vira saudade 
Saudade do que não vivi, do que não senti 
Quando você ainda era Sol. 

Andréa Duarte

sábado, 16 de julho de 2011

Florestas protegidas garantem qualidade vida

Proteger as nossas florestas é uma necessidade básica para manter qualidade de vida e garanti-la para gerações futuras. Elas cobrem 31% da superfície da Terra e só no Brasil são cerca de 516 milhões de hectares, entre naturais e plantadas. Isso significa 60,7% do território nacional, o que rende ao país posição de destaque no cenário internacional: somos a segunda maior área de florestas do mundo, atrás apenas da Rússia. Domingo, dia 17 de julho, cada brasileiro tem mais um motivo para pensar nesses números: é o Dia da Proteção das Florestas.

O Brasil tem a flora mais rica do mundo e maior biodiversidade do planeta, mais de 20% do número total de espécies sobre a Terra. Quer mais motivos para pensar nas nossas florestas? Elas significam garantia de água em quantidade e qualidade, estocagem de carbono, fornecimento de produtos madeireiros e não-madeireiros, diversidade cultural. Isso para não falar na beleza que elas proporcionam aos olhos de quem as conhece um pouco mais a fundo.

As Unidades de Conservação (UCs) são importantes para preservação florestal e possibilitam o uso da diversidade biológica de forma sustentável. As florestas podem prestar valiosos serviços sociais a comunidades locais, principalmente quando são protegidas por Reservas Extrativistas (Resex) e Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS).

Florestas Nacionais, Estaduais e Municipais e outras Unidades de Conservação de uso sustentável também podem exercer importante papel econômico no aproveitamento dessas riquezas naturais. A produção de produtos em UCs pode ser feita de forma sustentável por meio de concessão (Lei Federal 11.284, de 2 de março de 2006). Este instrumento autoriza a pessoa jurídica a explorar produtos e serviços florestais de forma sustentável e mediante pagamento.

Mais de sete mil metros cúbicos de madeira já foram transportados de forma sustentável, por exemplo, da Floresta Nacional do Jamari, em Rondônia, por meio de contratos de concessão. Outras duas UCs já estão passando pelo mesmo processo: a Floresta Nacional Saracá-Taquera e a Floresta Natural do Amanã, ambas no Pará, totalizando 356 mil hectares de florestas.

Ano Internacional das Florestas  Para chamar a atenção da população para o papel das florestas na geração de benefícios econômicos, sociais e ambientais, principalmente para os povos que dependem delas para sobreviver, a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2011 o Ano Internacional das Florestas. No Brasil, o foco das atividades está sob responsabilidade do Ministério do Meio Ambiente (MMA), pelo site www.anodafloresta.com.br.

O tema Proteja as Florestas. Elas protegem você comemora o papel central das pessoas no manejo sustentável, conservação e desenvolvimento sustentável. O logotipo do Ano Internacional das Florestas traz elementos que mostram que as florestas oferecem abrigo para as pessoas e hábitat para a biodiversidade. São também fonte de alimentos, remédios, água potável e desempenham papel vital na manutenção do clima e no equilíbrio do meio ambiente. Tudo para reforçar que as florestas são essenciais para a sobrevivência e bem-estar das pessoas em todo o mundo.

Arpa  A Floresta Amazônica é a maior floresta tropical do planeta e abriga uma em cada dez espécies do mundo. Desde 2003, essa fonte inesgotável de riqueza é resguardada pelo Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), o maior projeto de conservação de florestas tropicais existente, que é coordenado pelo MMA. Serão aproximadamente 60 milhões de hectares de florestas conservadas por meio da criação e consolidação de UCs.

Até o momento, foram apoiadas 64 UCs, que totalizam 32 milhões de hectares, área equivalente ao estado do Mato Grosso. As unidades foram beneficiadas com bens, obras e contratação de serviços necessários para a realização de atividades de integração com as comunidades de entorno, formação de conselhos, planos de manejo, levantamentos fundiários, fiscalização, entre outras ações.

Até 2050, a meta é que as áreas protegidas induzam uma redução de emissões de carbono entre 4,3 bilhões e 1,2 bilhão de toneladas. O cálculo é que só as UCs apoiadas pelo Arpa seriam responsáveis por evitar a emissão entre 1,4 e 0,47 bilhão de toneladas de carbono, o que equivale a 16% das emissões anuais provenientes de todas as fontes globais ou a 70% da meta de redução de emissões previstas para o primeiro período de compromisso do Protocolo de Quioto.

Fonte: Rogério Ippoliti -ASCOM