sábado, 26 de novembro de 2011

Chevron culpa geologia pelo vazamento de óleo no Rio


O presidente da Chevron para África e América do Sul, Ali Moshiri, afirmou nesta quinta-feira que a unidade da petroleira no Brasil tem um dos melhores índices de segurança, mas que é difícil lidar com a geologia da região onde aconteceu o vazamento.

"Lidamos com a mãe natureza, e a mãe natureza é complicada", disse Ali Moshiri, durante coletiva à imprensa depois de reunião com o ministro Edison Lobão (Minas e Energia).

Segundo Moshiri, houve um bom controle do problema, pela complexidade da geologia, e agora há menos de um décimo de barril depositado no mar. De acordo com ele, o vazamento está sob controle.


O executivo afirmou ainda que a vedação completa do poço onde houve o acidente, no campo de Frade, será concluída em meados de dezembro. Ele quis reforçar que a prioridade da empresa é a segurança.

Moshiri afirmou que vai analisar as multas aplicadas pelo governo brasileiro, mas que vai seguir as regulamentações brasileiras. "Sempre respeitamos as decisões de qualquer governo", disse. "Somos pacientes e vamos parar de perfurar, a prioridade é segurança", afirmou.

PORTAS ABERTAS

O ministro Edison Lobão afirmou que Moshiri defendeu a Chevron como inocente durante a reunião. Segundo ele, pela resolução da ANP (Agência Nacional do Petróleo), a petroleira americana está proibida de perfurar novos poços, mas que os que ela já explora continuarão em atividade.

Lobão comentou sobre a atuação de empresas estrangeiras no país: "Brasil tem portas abertas ao capital estrangeiro, mas o Brasil tem regras, respeita contratos mas exige o respeito de suas regras internas", afirmou.



Fonte: Folha.com

Novos e-mails de suposta 'fraude do clima' vão parar na internet

Às vésperas de uma nova cúpula da ONU sobre o problema da mudança climática, hackers anônimos voltaram a colocar na internet milhares de e-mails de climatologistas, surrupiados dos servidores da Universidade de East Anglia (Reino Unido).


É exatamente o roteiro seguido pelos hackers dois anos atrás, no primeiro "Climagate", como ficou conhecido o escândalo dos e-mails.

Para os responsáveis pela divulgação das mensagens, elas deixavam claro que os cientistas do clima manipularam e ocultaram dados para fortalecer a ideia de que o aquecimento global é uma ameaça de grandes dimensões, causada pelo homem.

O servidor onde foi hospedada a nova leva de e-mails estava fora do ar ontem à noite. No entanto, trechos das mensagens já tinham sido reproduzidos em blogs internacionais céticos em relação ao aquecimento global.

Nos trechos, os cientistas mostram dúvidas sobre as conclusões de pesquisas sobre mudança climática e relutância em divulgar dados brutos para o público, temendo dar munição para os que questionam a existência do aquecimento. Investigações no primeiro "Climagate" inocentaram os cientistas.

Fonte: Folha.com

Temperatura mundial pode subir até 6 graus, alerta OCDE


Até o final deste século, a temperatura global pode sofrer um aumento entre 3 e 6 graus centígrados se for mantida a tendência atual, alerta a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) nesta quinta-feira. Mas ainda há tempo para que esse cenário com graves consequências seja evitado com um custo de ação limitado.

Esse é o principal conteúdo de um relatório sobre a mudança climática divulgado pela OCDE às vésperas da conferência de Durban, que começa na próxima segunda-feira (28) em Durban, na África do Sul. A organização pede aos governos que se engajem em torno de um acordo internacional.

"Os custos econômicos e as consequências ambientais da ausência de ação política na mudança climática são significativas", advertiu o secretário-geral do organismo, Ángel Gurría, durante a apresentação do estudo.

Concretamente, as medidas para modificar, sobretudo, o panorama energético que se espera para 2050 e a redução das emissões de efeito estufa em 70% custariam 5,5% do PIB (Produto Interno Bruto) --um número que os autores do relatório relativizaram em entrevista à imprensa, ao ressaltarem que significaria que o crescimento da economia mundial nos quatro próximos decênios seria de 3,3% ao ano, em vez de 3,5%, um corte de dois décimos.

O relatório destacou que não alterar as políticas atuais geraria prejuízos ambientais que afetariam muito mais a economia. O relatório Stern de 2006 havia antecipado perdas permanentes do consumo por habitante superiores a 14%.

A OCDE advertiu que, sem novas políticas de contenção das emissões de efeito estufa, as energias fósseis seguirão mantendo seu peso relativo atual, de 85% do total, o que conduziria a um volume de concentração na atmosfera de 685 partes de dióxido de carbono (CO2) ou equivalentes por milhão, muito longe das 450 que os cientistas consideram que permitiriam limitar o aquecimento climático global a dois graus centígrados.

Para o órgão, um ponto relevante é estabelecer "um preço significativo" das emissões de CO2 para induzir à mudança tecnológica, mas também a fixação de metas de diminuição de emissões "claras, críveis e mais restritivas" com as quais "todos os grandes emissores, setores e países" precisarão se comprometer.

Fonte: Folha.com

Chevron diz que ANP não fez ‘boa discussão técnica’


Executivo da petroleira diz que suspensão de autorização para perfurar no País foi desnecessária, mas não apelará à Justiça. O presidente da Chevron para a África e a América Latina, Ali Moshiri, afirmou ontem esperar que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) reconsidere a punição imposta à empresa americana, que teve sua autorização para perfuração suspensa no Brasil.


"Foi desnecessário. A Chevron está aqui desde 1915. Dos meus 35 anos de carreira, 15 foram devotados a projetos no Brasil. A carta que chama a Chevron de negligente foi prematura", afirmou o iraniano, que diz ter sido "surpreendido" pelo órgão regulador. Ele e o presidente da unidade de negócios para a América Latina, Don Stelling, chegaram ao Brasil na terça-feira para contornar a crise.
Segundo Moshiri, a empresa não vai recorrer à Justiça, por acreditar que pode resolver problemas com "bons relacionamentos". "Consideramos que temos um bom relacionamento com o governo brasileiro, ou quase todo ele", brincou. Moshiri afirmou que as causas do acidente ainda estão sob investigação e negou que a perfuração tenha invadido o Campo de Roncador, operado pela Petrobrás. Ele afirmou que é muito difícil fazer previsões geológicas à profundidade de 1.211 metros.
"A Chevron garante que tem tecnologia e peritos, mas sempre se trata de uma previsão." Ele disse que a decisão da ANP de punir a empresa foi tomada sem que tenha havido "uma boa discussão técnica".
Moshiri lembrou que 11 poços já haviam sido perfurados com a mesma tecnologia. O plano inicial era perfurar mais cinco poços injetores, um poço produtor e um poço para o pré-sal.
Moshiri explicou que o poço onde houve o vazamento não é segurado. A empresa havia investido US$ 20 milhões na perfuração e vai gastar mais US$ 25 milhões para encerrar as atividades dele. A segunda etapa da cementação ainda está em estudos com a ANP. A Chevron desenvolveu no Brasil um equipamento que será usado para coletar as pequenas gotas de óleo que ainda escapam das fissuras, no Campo do Frade. Dispositivo similar já foi usado no Golfo do México.
A Chevron investiu US$ 2 bilhões no Brasil e tem planos de investir mais US$ 3 bilhões nos próximos três anos, se a decisão da ANP for revista, segundo Moshiri.
A entrevista coletiva concedida pelo executivo transcorreu em um clima bem mais ameno que as coletivas anteriores. Ele negou que a empresa americana tenha reagido com arrogância aos primeiros momentos após a constatação do vazamento. "A última coisa que se pode dizer sobre minha empresa é que é arrogante. Não somos. Com toda sinceridade, tentamos agir para resolver o problema. Transparência é importante, mas precisávamos ir atrás das informações corretas", disse.
Moshiri negou que a empresa tenha manipulado vídeos e omitido informações à ANP. O presidente da Chevron Brasil, George Buck, informou que houve uma dificuldade técnica para fazer o download com as imagens do acidente. "Tiramos fotografias que têm peso (eletrônico) menor para ser transmitida. Apresentamos toda a documentação às autoridades", afirmou

Fonte: O Estadão.com

Japão detecta radiação elevada em arroz na região de Fukushima


As autoridades da província japonesa de Fukushima, afetada desde março pelos efeitos do acidente nuclear da usina Daiichi, detectaram elevados níveis de césio radioativo nas plantações de arroz de cinco fazendas da região, informa neste sábado a rede de televisão pública "NHK".

As análises foram realizadas após as autoridades proibirem, na semana passada, a distribuição de arroz em toda a província, ao se detectar uma porção de arroz contaminada com césio radioativo no distrito de Oonami, a 56 quilômetros da usina nuclear danificada pelo terremoto seguido de tsunami que atingiu o nordeste do Japão em março.

As últimas amostras contaminadas também procedem de Oonami e chegaram a revelar um nível de até 1.270 becqueréis de césio radioativo por quilo, muito acima do limite máximo de 500 becqueréis por quilo estabelecido pelo governo japonês.

Em meio à preocupação com a contaminação, as autoridades de Fukushima vêm realizando nos últimos dias análises sobre o arroz das 154 fazendas agrícolas que se encontram nessa região.

Os testes são acompanhados com atenção pela população do Japão, onde o arroz faz parte da base da dieta nacional, com um consumo per capita de 85 quilos em 2009, segundo os dados mais recentes do Ministério da Agricultura.

O acidente no complexo nuclear de Fukushima forçou a remoção de mais de 80 mil pessoas em um raio de 20 quilômetros da usina devido à radioatividade, que causou também graves impactos à indústria agrícola, criação de gado e pesca da região.

Em julho passado, o governo japonês vetou o comércio de carne bovina de Fukushima e outras duas províncias ao se detectar níveis excessivos de césio radioativo em algumas amostras. Mas, no final de agosto, suspendeu a interdição por considerar que tinham sido tomadas medidas adequadas para proteger o gado da contaminação.

Fonte: Folha.com

domingo, 20 de novembro de 2011

Movimento "É a Gota D'água + 10"

Aumenta incidência de câncer e bebês malformados em regiões de soja transgênica

Por quase 10 anos, os moradores de áreas rurais e periurbanas da Argentina onde a agricultura industrial vem se expandido têm recorrido a autoridades políticas e aos tribunais de justiça, bem como protestado diante do público, por causa dos problemas de saúde que suas comunidades vêm sofrendo em função da pulverização de agrotóxicos usados nas diferentes culturas agrícolas.

Nesses locais, chama a atenção o aumento do número de casos de câncer, de nascimento de bebês com malformações e de problemas reprodutivos e hormonais desde que a pulverização sistemática de agrotóxicos se generalizou. As reclamações das cidades-pulverizadas têm sido confirmadas por equipes médicas que atuam nessas regiões, mas as respostas do sistema público de saúde e o envolvimento das universidades públicas com o problema têm sido escassos e limitados.

Buscando promover um espaço para a análise acadêmica e a reflexão científica sobre o estado da saúde em cidades-pulverizadas, bem como ouvir e apoiar os profissionais de saúde que vêm denunciando estes problemas, a Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nacional de Córdoba promoveu em agosto deste ano o Primeiro Encontro Nacional de Médicos em Cidades-Pulverizadas. Médicos, outras equipes de saúde e pesquisadores de diferentes disciplinas atuando no país foram chamados a apresentar suas experiências, dados, propostas e trabalhos científicos.

O evento reuniu mais de 160 participantes de dez estados e de seis universidades federais. O relatório do encontro, apresentando os principais resultados dessas pesquisas, acaba de ser publicado. Os relatórios e testemunhos apresentados pelos médicos presentes confirmam as observações clínicas, atestando uma série de doenças e problemas de saúde em pessoas expostas à pulverização.

Embora as manifestações de intoxicação aguda (aquela que se manifesta poucas horas após uma exposição elevada a produtos muito tóxicos) representem a maior parte das queixas dos pacientes, o que mais alarma os médicos na maioria das cidades-pulverizadas são duas constatações: primeiro, o número de abortos espontâneos e de nascimento de bebês malformados é significativamente maior nas cidades-pulverizadas do que na média da população.

Segundo, nota-se também um aumento na incidência de câncer em crianças e adultos, além de outras doenças sérias como a Púrpura de Henoch-Schönlein (inflamação dos vasos sanguíneos), doenças hepáticas e neurológicas. Os médicos chamaram a atenção para o fato de que, em geral, vêm trabalhando nas mesmas comunidades por mais de 25 anos, e que as doenças observadas nos últimos anos são incomuns e estritamente relacionadas à aplicação sistemática de agrotóxicos.

Um exemplo contundente são os dados apresentados pela Dra. Ana Lía Otaño, representante do Ministério da Saúde no estado do Chaco. O relatório trazido por ela realça claramente o aumento dos casos de bebês malformados no nível estadual, de acordo com os números da principal unidade de saúde pública do estado, a Unidade Neonatal do Hospital J.C. Perrando, na cidade de Resistencia (capital do estado), que passaram de 46 em 1997 para 186 em 2008 (um aumento de 19,1/10 mil nascidos vivos para 85,3/10 mil nascidos vivos).

Os números do Hospital de Resistencia convergem com os dados apresentados pelo Dr. Horacio Lucero, diretor do Laboratório de Biologia Molecular do Instituto Regional de Medicina da Universidade Nacional do Nordeste, que há mais de dez anos vem estudando e registrando a relação dos problemas de saúde acima descritos com a exposição residencial (por vizinhança) aos agrotóxicos no estado do Chaco. O Dr. Lucero acrescenta que, nos últimos anos, o plantio de soja por grandes conglomerados agrícolas veio substituindo outras atividades agrícolas tradicionais na economia regional. Ele apresenta gráficos cruzando o aumento do plantio de soja no estado com o aumento no número de bebês nascidos com malformações. A relação é ainda mais fortalecida quando é apresentado um mapa mostrando que o número de mortes de bebês causadas por deformações, anomalias cromossômicas e outros defeitos no nascimento é significativamente maior nas áreas de produção de soja e na cidade La Leonesa, que estão sujeitas a altos níveis de pulverização de glifosato e outros agrotóxicos.

Os dados apresentados pela Dra. Otaño também mostram que a incidência de câncer infantil é significativamente maior em cidades expostas aos agrotóxicos (como La Leonesa), quando comparada a cidades moderadamente expostas (como Las Palmas) e a cidades não expostas aos pesticidas (como Puerto Bermejo). A incidência de câncer infantil em La Leonesa é mais de três vezes superior que a de Puerto Bermejo. Os médicos chamam a atenção para o fato de que o aumento do câncer e malformações congênitas nas áreas mencionadas acompanhou o aumento exponencial do uso de agrotóxicos desde a introdução das lavouras transgênicas. Segundo o relatório, em 1990 foram usados 35 milhões de litros de agrotóxicos. Em 1996, a introdução das sementes transgênicas acelerou o uso de venenos, levando a um consumo de 98 milhões de litros. Em 2000 foram aplicados 145 milhões de litros. Em 2010 esse número já era de 292 milhões de litros, e espera-se para 2011 um consumo de mais de 300 milhões de litros de herbicidas, inseticidas, acaricidas, desfoliantes e outras substâncias tóxicas. O glifosato sozinho deverá representar 200 milhões de litros nesse conjunto.

O relatório também menciona que o aumento do uso de glifosato verificado a cada ano deve estar relacionado ao desenvolvimento de resistência ao veneno pelas plantas invasoras. Os números indicam que em 1996 eram aplicados menos de 2 litros de glifosato por hectare, enquanto hoje algumas áreas recebem 10 litros por hectare. Em alguns casos chegam a ser aplicados quase 20 litros por hectare. E esses agrotóxicos são aplicados extensivamente, sobre grandes áreas.

Segundo geógrafos da Universidade Nacional de Córdoba, pelo menos 12 milhões de pessoas vivem em cidades rodeadas por lavouras pulverizadas por venenos. Para os médicos, são 12 milhões de argentinos que estão sendo diretamente fumigados. Entre as propostas apresentadas pelos médicos participantes do Encontro ao final do documento estão a proibição da pulverização aérea de agrotóxicos, cuja deriva espalha incontroladamente substâncias tóxicas pelo ar, e que as universidades públicas passem a desenvolver e promover opções agroecológicas de produção.

Fonte: MST

sábado, 19 de novembro de 2011

PF vai intimar funcionários da Chevron sobre vazamento de óleo

Funcionários da petroleira devem ser ouvidos na semana que vem. Vazamento na Bacia de Campos foi anunciado há 9 dias.

Funcionários da petroleira Chevron serão intimados a partir desta sexta-feira (18) para prestar depoimentos no inquérito da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da Polícia Federal que apura os responsáveis pelo vazamento de óleo na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, disse o delegado responsável pelo caso, Fábio Scliar.
De acordo com Scliar, cerca de seis funcionários devem ser ouvidos até a sexta-feira da semana que vem. Os depoimentos devem acontecer na terça, quarta e sexta-feira. O delegado informou, contudo, que como muitos funcionários estão trabalhando na plataforma, que fica no oceano, há a possibilidade de não conseguir ouvi-los já na semana que vem.

A PF já intimou para também depor no inquérito a diretora da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Magda Chambriard.
 
Scliar disse que o inquérito busca apurar os responsáveis pelo vazamento. O crime previsto é o de poluição, previsto na lei de crimes ambientais (Lei 9.605/98), explicou o delegado. A pena prevista é de um a cinco anos de prisão.

De acordo com Scliar, técnicos da PF estiveram na plataforma no dia 15 e encontraram divergências sobre o que foi informado pela Chevron sobre o vazamento. Entre elas estão a quantidade de navios que recolhem o óleo no local (a empresa afirmou que são 17 e a PF encontrou apenas um, de acordo com o delegado), o tempo para a selagem do poço e o tamanho da mancha de óleo.

A petroleira comunicou sobre o vazamento no poço no campo de Frade no último dia 10.

Nesta quinta-feira (17), a Chevron afirmou que estimativa sobre o volume de óleo na superfície do oceano causado pelo vazamento caiu para “abaixo de 65 barris”. A estimativa anterior da empresa era de 400 a 650 barris - uma redução de até dez vezes.

A empresa, contudo, não estimou quanto de petróleo foi de fato retirado do mar pelas embarcações que atuam na limpeza da mancha e qual volume que pode ter afundado no oceano.

Ainda na quinta, o Comando de Operações Navais da Marinha informou que a mancha de óleo no campo de Frade aumentou. Mas, de acordo com o órgão, embora a mancha tenha se espalhado, ela ficou menos densa. A expansão, segundo a Marinha, teria ocorido por efeito do vento e da maré, e teria sido detectada por sobrevoos e imagens de satélites.

Fonte: G1
 

IBGE: agrotóxicos em 2º lugar na contaminação da água

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou no último dia 19 de outubro, um estudo sobre o saneamento básico no país. Nele, um fato soa um tanto quanto curioso: constata que os resíduos de agrotóxicos são a segunda principal fonte de contaminação das águas brasileiras, atrás apenas do esgoto sanitário.

A análise apresenta ainda que, com 6,24%, os agrotóxicos ficaram a frente dos despejos industriais e da atividade mineradora como origens de contaminação. O uso indiscriminado dessas substâncias acaba afetando tanto a vida quanto a saúde da população.

A doutora Silvia Brandalise, presidente do Centro Boldrini, especializado em câncer infantil, localizado em Campinas e professora de Ciências Médicas da Unicamp, diz que por ser um composto derivado de benzeno, o agrotóxico é extremamente prejudicial à saúde, podendo disseminar o câncer. “O agrotóxico, a maior parte deles, tem como matéria-prima básica os derivados de benzeno. Os derivados de benzeno têm como ação importante a quebra de cromátides, que são elementos que compõem o cromossoma. Uma exposição aos derivados de benzeno ou à radiação, você consegue fazer uma mutação. Sendo assim, o câncer e outras doenças, que são mutações sucessivas, vão acontecendo na célula cronicamente exposta a esses produtos”, explica.

A utilização dos agrotóxicos em larga escala na agricultura chegou a tal ponto que é preciso parar com o despejo desses produtos, segundo a coordenadora do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), Rosany Bochner. “A verdade é que chegamos a um limite. Não tem mais como falarmos apenas em diminuir ou usar outro tipo. É preciso acabar com o uso. Acreditamos que é necessário até mudar a maneira de como o Brasil lida com a produção de alimentos. Seria uma revolução maior”, afirma a coordenadora.

Outro grande problema apontado por Rosany é a questão dos alimentos geneticamente modificados, pelo fato de utilizarem “muito agrotóxico para o seu cultivo, em especial a soja. Com isso, toda a soja carrega uma quantidade enorme de produtos químicos na sua composição. Sem contar que os produtores que não utilizam os transgênicos, mas possuem agricultores vizinhos que os produzem, acabam por ter suas plantações também contaminadas”, explica.

Ainda segundo a coordenadora, o Brasil se habituou a utilizar a monocultura como forma predominante nas plantações, o que força os agricultores a aplicar os agrotóxicos.

“O que é proposto por especialistas de produção é a agroecologia. Entretanto, esse conceito iria mexer em uma questão cultural, já que hoje você tem todo mundo comendo a mesma coisa o tempo todo. Não há mais a produção de uma fruta, por exemplo, em determinada época do ano, e sim, a produção dela o ano inteiro, por conta da manipulação”, acrescenta Rosany.

Saúde

Chamados pela indústria de “defensivos agrícolas”, o uso de pesticidas ainda podem provocar danos na medula, a ponto de um transplante se fazer necessário. “O defensivo agrícola é um veneno para o homem, pois ele altera o cromossomo da célula. Uma das ações que ele faz no ser humano é diminuir a produção dos glóbulos brancos. Com a queda de glóbulos brancos, a imunidade cai. Isso provoca uma aplasia de medula, quer dizer, a medula óssea não produz mais os elementos do sangue. Nesse cenário, que é uma destruição global da medula óssea, só o transplante de medula pode resolver”, relata Brandalise.

Diversos estudos já comprovaram que foi detectada uma quantidade significativa de agrotóxicos em águas da chuva. Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), existem teses que já provaram que essas toxinas foram encontradas no leite materno, o que prejudica na formação do bebê. Tanto para médicos, quanto para especialistas, a fiscalização das leis que regulamentam o uso dos agrotóxicos, e até a extinção deles, é essencial para que a saúde da população seja a prioridade na hora de se produzir um alimento.

Todavia, mesmo as legislações já vigentes que regulam a utilização desses produtos são pouco respeitadas pelo setor. “Existe legislação que proíbe a pulverização com veneno uma árvore que já tem frutos, por exemplo. Mas na prática se vê aviões pulverizando pés de banana, de laranja, etc., já com o fruto na árvore. Ou seja, a quantidade de derivado de benzeno que vai ficar nessa fruta é enorme”, salienta a doutora.

Além do fato de existirem diversos “produtos que estão com a quantidade muito maior de agrotóxico do que seria permitida pela Vigilância Sanitária. Nisso, os consumidores ingerem uma hortaliça ou uma verdura com um altíssimo teor”, enfatiza.

Intimidação

No entanto, apesar de já existirem diversos estudos que relacionam a contaminação da água por venenos agrícolas, Rosany destaca a dificuldade que há em associar causa e efeito nessa questão.

“O Sinitox registrava apenas intoxicações agudas. Contudo, com a contaminação da água, pode-se levar uma população a desenvolver uma desintoxicação que será crônica. O sistema de saúde não irá registrar essa intoxicação como causada pelos agrotóxicos, pois ao longo do tempo é que irão aparecer os problemas. Verificar esse nexo causal, provar que existe essa relação, é muito difícil”, explica.

“É nessa incerteza que as indústrias se beneficiam, porque quando se vai fazer qualquer tipo de denúncia, ela exige que tenha uma comprovação de nexo causal. Como ainda não se tem essa relação, essas empresas acabam entrando na justiça contra quem declarou qualquer coisa, intimidando as pessoas de fazerem qualquer tipo de declaração. E por essa pressão, as pessoas acabam não falando sobre o assunto”, conclui.

Fonte: MST.com

Grandes empresas anunciam adesão à energia de fonte eólica

O Deutsche Bank e a Bloomberg se comprometeram nesta sexta-feira a obter 25% de sua energia dos ventos. Todas passarão a exibir um selo para destacar a adesão à energia eólica.

A ideia do selo, que será denominado "WindMade" (feito de vento), foi anunciada pela primeira vez no Fórum Econômico Mundial de Davos, em 2010

"Acreditamos em dar o exemplo. Aumentamos o uso de energia limpa de 7% para 65% nos últimos quatro anos", afirmou Sabine Miltner, do Deutsche Bank.

"O [selo] WindMade é um passo importante rumo à transparência dos mercados e estamos contentes por nos unirmos a esta nova associação", acrescentou.

As empresas podem usar o selo se pelo menos um quarto de sua energia for eólica. Ele também estabelecerá a proporção de energia eólica na empresa, especificando se sua participação é global, regional ou em m único estabelecimento.

"O governo fez a sua parte e agora depende da comunidade empresarial demonstrar liderança e compromisso com o desenvolvimento de energia limpa. O selo WindMade nos dá um mapa para alcançarmos isto", afirmou Curtis Ravenel, da Bloomberg.

As companhias Method, Better Place, Widex, Droga5, G24 Innovation, Engraw, RenewAire, TTTech, Vestas Wind Systems e PwC DK também fazem parte da iniciativa.

Fonte: A Folha de São Paulo

Relatório do IPCC, da ONU, indica que clima será mais extremo

Um aumento nas ondas de calor, chuvas mais intensas, enchentes e ciclones mais fortes, além de deslizamentos de terra e secas mais severas, devem ocorrer neste século no mundo todo, em decorrência do aquecimento do clima na Terra, disseram em Uganda cientistas da ONU nesta sexta-feira.

O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), da ONU, pediu com urgência aos países que elaborem planos para uma reação a desastres, visando a adaptação ao crescente risco de eventos climáticos extremos ligados às mudanças climáticas provocadas pelo ser humano.
O relatório apresenta probabilidades diferentes para eventos climáticos extremos com base nos cenários das futuras emissões de carbono, mas a questão principal é que o clima extremo deve aumentar.

"É praticamente certo que aumentos na frequência e na magnitude de temperaturas diárias quentes (...) ocorrerão no século 21 em escala global", cita o IPCC. "É muito provável que a duração, frequência e/ou intensidade das fases quentes, ou ondas de calor, aumentem."

Representantes de quase 200 países se reunirão na África do Sul no próximo dia 28 para conversar sobre o clima, tendo como provável resultado um passo apenas modesto rumo a um acordo mais amplo para o corte de emissões de gases de efeito estufa para combater as mudanças climáticas.

A ONU e a AIE (Agência Internacional de Energia) e outras entidades dizem que as promessas globais para cortar as emissões de CO2 e outros gases de efeito estufa não são suficientes para impedir um aumento na temperatura do planeta em até 2 graus Celsius.

Segundo cientistas, ultrapassar esse limite geraria riscos de um clima instável em que os extremos climáticos podem se tornar mais comuns e a produção de alimentos mais difícil.

As emissões mundiais de carbono subiram para uma quantidade recorde em 2010, seguindo a recessão econômica.

De acordo com o relatório do IPCC, o aumento nos níveis dos mares é uma preocupação para pequenas ilhas-Estado, disse o relatório.

A previsão era de que secas, provavelmente a maior preocupação do mundo --considerando o aumento na população que precisará ser alimentada-- vão aumentar.

"Existe uma confiança média de que as secas irão se intensificar no século 21 (...) devido à menor precipitação e/ou um aumento na evapotranspiração". As regiões listadas são o sul da Europa e a região do Mediterrâneo, na Europa central, a região central da América do Norte, a América Central e o México, o Nordeste brasileiro e o sul da África.

Fonte: Folha.com

Quase metade da população da Amazônia está abaixo dos níveis de pobreza

A Pan-Amazônica, onde vivem 34,1 milhões de pessoas (10% da população da América do Sul), está abaixo de níveis de pobreza.

A conclusão é de um estudo do ARA (Articulação Regional da Amazônia) lançado na terça-feira à noite em Belém, no Pará, durante o Fórum Amazônia Sustentável.

O trabalho reúne dados sobre mortalidade, analfabetismo, desmatamento e outros nos nove países da Pan-Amazônia --Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela.

A situação é mais crítica na Bolívia, onde 60% da população que habita a Amazônia daquele país vive com menos de 0,75 dólar por dia.

Se esse país considerasse a metodologia da ONU para medir a pobreza extrema, que é de US$ 1 diário, a porcentagem seria ainda maior.

"A região amazônica é sempre a mais pobre em todos os países da Pan-Amazônica", disse à Folha Adalberto Veríssimo, pesquisador da ONG Imazon e coordenador da coleta de dados no Brasil.

Para Veríssimo, esse tipo de mapeamento "sem fronteiras" é importante porque a preservação da floresta deve ser feita em conjunto.

"Isso está cada vez mais claro. Não adianta o Brasil preservar o rio Amazonas se a nascente fica no Peru."

O Brasil hoje responde por cerca de 72% das taxas anuais de desmate da floresta, seguido pela Venezuela (12,5%) e pelo Peru (6,5%).

Mas, de acordo com Veríssimo, há um problema generalizado na coleta de dados da região amazônica. A Bolívia, por exemplo, só faz levantamento de desmatamento a cada dez anos.

"Nós avançamos no monitoramento do desmatamento, inclusive por monitoramento paralelo [ao do governo], por pressão social", destacou Marina Silva, que também participou do Fórum.

LONGE DAS METAS

De acordo com o estudo, os países amazônicos estão longe de atingir os Objetivos do Milênio, estabelecidos pela ONU em 2000 e assinado por 191 países --incluindo todos que integram a Pan-Amazônia.

A mortalidade infantil, por exemplo, caiu nos países amazônicos, mas não o suficiente para ser reduzida em dois terços até 2015, como quer a ONU.

Nesse quesito, a Bolívia novamente tem a pior taxa: são 73 mortos antes dos cinco anos a cada mil nascidos vivos --índice acima das regiões mais pobres do mundo. O Brasil tem 27 mortos em mil.

A Bolívia também tem os piores índices de educação. Atualmente, 17% da população boliviana amazônica é analfabeta. A Unesco estabelece 5% como um valor crítico. A taxa do Brasil é de 11% na região.

Fonte: Folha.com

Marina pede moção contra novo Código Florestal

A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva pediu que a sociedade se mobilize contra a aprovação do novo Código Florestal, que está em tramitação no Senado.

"Vivemos um momento de retrocesso gravíssimo no licenciamento ambiental e no debate do manejo florestal", disse Marina nesta quarta-feira durante o Fórum Amazônia Sustentável, em Belém (PA).

Ela sugeriu que o fórum faça uma moção contra o texto que foi aprovado na Câmara dos Deputados em maio e que está debate no Senado.

As principais divergências apresentadas envolvem a anistia a quem já tenha desmatado, a regularização das APPs (Áreas de Preservação Permanente) e a participação de Estados no processo de regularização ambiental.

"Eu estou contaminada com o problema do Código Florestal, que é gravíssimo. Espero que o senador Jorge Viana [relator da Comissão do Meio Ambiente no Senado] consiga reverter isso."

O texto-base do novo Código Florestal, apresentado em relatório pelo senador Luiz Henrique (PMDB-SC), foi aprovado no último dia 8 pelas comissões de Agricultura e de Ciência e Tecnologia do Senado.

"AGENDA DE RETROCESSOS"

De acordo com Marina, o país está vivenciando uma "agenda de retrocessos" na discussão ambiental, marcada também pelos debates sobre as terras indígenas.

Ela citou como exemplo a PEC 215, que está tramitando na Câmara e prevê que o Congresso Nacional tenha competência exclusiva para aprovar a demarcação das terras ocupadas pelos indígenas.

Em outras palavras, as demarcações de terras indígenas e a homologação de terras já demarcadas precisariam passar pelo Congresso, em vez de serem criadas por um ato presidencial.

"Pelo conservadorismo que tem o Congresso em relação aos índios, nunca mais teremos terras indígenas", disse Marina.

Fonte: Folha.com