sábado, 28 de janeiro de 2012

Proprietários de terra serão intimados por abrir crateras em Goiás

A Delegacia do Meio Ambiente de Goiás vai intimar proprietários de terra para conter o aumento das voçorocas, crateras provocadas por desmatamento e por más práticas agrícolas que atingem o lençol freático e "engolem" o que está ao redor.

Só no sudoeste do Estado, a polícia encontrou 50 novas voçorocas no ano passado, durante monitoramento feito via satélite e em sobrevoos na região. A maioria está em áreas particulares, no meio de pastagens ou em produções de soja, cana e milho.

Se os donos das terras não adotarem medidas como permitir a regeneração natural da área, serão indiciados sob suspeita de crime ambiental.

O delegado Luziano de Carvalho diz que eles não podem ser responsabilizados por provocar as voçorocas, mas responderão por impedir ou dificultar a regeneração do solo. A pena é de multa e até um ano de prisão.

A ideia é frear o crescimento das crateras que existem, já que não é possível recuperar as áreas erodidas.

TAMANHO NÃO É DOCUMENTO

A área dos buracos varia. A maior voçoroca conhecida --a Urtiga ou Urtigão-- tem 80 m de profundidade e 800 m de largura em alguns pontos, segundo o delegado.

A cratera fica no município de Mineiros e tem três quilômetros de extensão.

Uma das mais conhecidas é a Chitolina, no mesmo município, com 20 m de profundidade e 800 m de comprimento.

Originada nos anos 1980 e hoje sob controle, a cratera surgiu após chuvas intensas, segundo a pesquisadora Heloísa Filizola, da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Meio Ambiente. 

O buraco surgiu com 120 m de comprimento, tamanho que dobrou no ano seguinte.

As voçorocas são mais comuns em locais de solo arenoso e surgem quando chove muito e a água não consegue se infiltrar no solo.

Enquanto não atingem os lençóis freáticos, são chamadas de ravinas.

São formados então fios de água que escoam de forma concentrada e transportam o solo junto com eles.

É possível encontrá-las também em São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e na região Sul.

Mas para Filizola, Goiás deve ser hoje o Estado com mais voçorocas ativas (que podem aumentar) do país.

Segundo a Semarh (Secretaria do Meio Ambiente de Goiás), as chapadas também facilitam sua formação. 

O Parque Nacional das Emas, na divisa com MT e MS, já sente os impactos de três incômodas vizinhas.

O trio de voçorocas leva solo e areia ao leito do rio Jacuba. Isso altera a qualidade da água e atinge animais que vivem ali, diz o diretor da unidade, Marcos da Silva Cunha.

A responsabilidade por multar os proprietários que permitem o avanço de voçorocas é do Ibama e da Semarh, que não souberam informar se fizeram esse tipo de autuação nos últimos anos.

Fonte: Folha.com

Indústrias de SP e Rio financiarão projetos sustentáveis na Rio+20

As federações de indústrias do Rio de Janeiro e de São Paulo, mais a iniciativa privada, vão financiar um projeto para promover iniciativas sustentáveis em cidades do mundo todo durante a Rio+20, a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, que acontece em junho na capital fluminense.

A ideia é que representantes municipais do planeta apresentem inovações tecnológicas e troquem experiências para alavancar um desenvolvimento que respeite o ambiente.

A reunião para tratar dos últimos detalhes da iniciativa, fechada para a imprensa, ocorreu no Palácio do Itamaraty, no centro do Rio, na presença do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota; representantes da Prefeitura do Rio; Fundação Roberto Marinho; Paulo Skaf, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), e Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, presidente da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).

De acordo com Patriota, o local servirá de convergência para os diferentes setores da sociedade debaterem formas de conciliar o desenvolvimento social com o econômico e o ambiental.

"Nosso lema é desenvolver, incluir e conservar, e o Brasil tem muito a oferecer nessas três áreas. E esse espaço pode ser um local privilegiado para ilustrarmos o que está sendo feito, levantarmos questões para o futuro, além de ser uma construção provisória que coloca em evidência a beleza do Rio de Janeiro", declarou o ministro.

O Forte de Copacabana abrigará o projeto que está sendo mantido em sigilo até seu lançamento em março. A maquete do enorme edifício que foi apresentada no encontro deve começar a sair do papel em meados de março.

O presidente da Firjan explicou que a contribuição das indústrias para o evento será a de demonstrar ao mundo a competência brasileira de pensar o futuro.

A Rio+20 deve reunir mais de 150 chefes de Estado para discutir formas de promover o desenvolvimento sustentável.

A reunião acontece exatamente 20 anos depois da conferência Eco-92, também promovida pela ONU, no Rio, para debater meios de desenvolvimento sem degradar o ambiente.

Fonte: Folha.com

sábado, 21 de janeiro de 2012

Unesp lança mapa de ventos online

Produto de universidade paulista ajuda a determinar impacto ambiental das aplicações de agrotóxicos.

O portal do clima da Área de Hidráulica e Irrigação da Unesp lançou neste mês o mapa da direção do vento, com informações online, em tempo real, sobre a velocidade e a direção dos ventos medidas nas oito estações da rede agrometeorológica do noroeste paulista. O mapa é atualizado a cada 5 minutos e os dados são abertos à consulta.

As informações são importantes para determinar o potencial de impacto ambiental das aplicações de defensivos agrícolas, tanto aéreas como terrestres, na região.

“O mapa do vento foi o último produto que colocamos à disposição no portal do clima”, explica Fernando Hernandez, professor de Irrigação e Drenagem na Unesp em Ilha Solteira. “Ele torna a informação mais palatável. Dizer que há um vento de 235° é uma coisa. Plotar no mapa um ‘vento de sudoeste’ é outra. O mapa democratiza e transforma dado em informação”, explica.

Segundo ele, um vento de 7,2 km/h (considerado moderado) já não é interessante para aplicação de defensivos agrícolas. “Tanto a aplicação de defensivos quanto a irrigação são desaconselháveis com ventos a partir dessa velocidade, pois as gotas acabam sendo espalhadas.”

A novidade do produto é que o usuário consegue recuperar a informação após a atualização. “O banco de dados fica à disposição”, diz Hernandez.

Para o professor Ulisses Rocha Antuniassi, do Departamento de Engenharia Rural da Faculdade de Ciências Agrárias da Unesp em Botucatu, as informações em forma de mapa são importantes especialmente no contexto atual da agricultura brasileira, e no caso da ocorrência de situações anômalas.

“Nas regiões onde as pessoas se fixaram há muitos anos, existe um conhecimento cotidiano a respeito da direção e da velocidade dos ventos. Mas vivemos um processo de profissionalização da agricultura e os grandes empreendimentos frequentemente contratam agrônomos e técnicos que não pertencem à região onde vão atuar. Nesse contexto, essa informação é tão importante quanto dados sobre o clima propriamente dito”, esclarece.

“Os problemas sempre acontecem quando as condições climáticas saem do normal. No caso de aplicações aéreas, por exemplo, se entra uma frente fria de repente e inverte o vento, isso vai causar transtornos. O mapa é extremamente útil nesses casos”, diz Antuniassi.

As bases de dados mais detalhadas sobre clima fornecem informações sobre os ventos, mas raramente em forma de mapa.

Antuniassi afirma que a intensidade e a direção dos ventos são muito importantes para determinar o potencia de impacto ambiental da aplicação de defensivos. “A aplicação de defensivos tem uma recomendação. Normalmente os ventos devem estar entre 3 e 10 quilômetros por hora”, diz ele. A aplicação também não é recomendável com o ar muito parado e sol forte. “O ar quente que sobe do solo impede que as gotas de defensivo atinjam a lavoura”, explica.

Acima de 10 km/h, o risco de contaminação de áreas vizinhas aumenta. “O vento leva as gotas para muito longe. Aí acontecem acidentes, como a aplicação de inseticidas em lavouras próximas a apiários ou criações de bicho-da-seda, matando os insetos, ou mesmo o depósito dessas substâncias em áreas de proteção e em cursos d’água”, diz.

SAIBA MAIS

O carregamento, pelo vento, das gotas de um defensivo para fora da área pulverizada é chamado de deriva. A deriva acontece em 100% das aplicações. Mas quando são observados critérios como a velocidade dos ventos, por exemplo, a deriva é pequena (alguns metros) e o potencial de impacto, próximo de zero.

Fonte: O Estado de S. Paulo

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Amazônia está emitindo cada vez mais gás-estufa

A Amazônia é importante para absorver gás carbônico e ajudar a combater o aquecimento global? O estudo mais recente sobre essa questão, que atormenta cientistas há décadas, aponta que ainda há dúvidas sobre se a região é mesmo um "sorvedouro" de carbono. Mas o trabalho conclui que o desmatamento e o aquecimento global estão gradualmente levando a região a se tornar mais uma fonte dos gases de efeito estufa do que um ralo para absorvê-los.

"Não sabemos de onde partimos, mas sabemos para onde estamos indo", disse Eric Davidson, cientista do Centro de Pesquisas de Woods Hole (EUA), que coordenou o trabalho.

"A mudança talvez seja de um sorvedouro de carbono forte para um sorvedouro fraco ou de uma fonte pequena de carbono para uma um pouco maior, talvez até cruzando essa barreira. Ainda não temos como estimar o fluxo líquido de carbono para toda a bacia Amazônica."

O estudo liderado por Davidson, publicado da edição da revista "Nature" nesta quinta-feira, foi um balanço dos quase 20 anos de pesquisas do LBA (Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia), o maior projeto de pesquisa em ecologia e geociências da região.

Mesmo sem uma resposta detalhada sobre essa questão estratégica, cientistas comemoram o fato de que os dados da iniciativa têm ajudado nas políticas de preservação da floresta.

"O LBA mostrou que em um período de forte estresse climático, como as secas de 2005 e 2010, a floresta se torna uma pequena fonte de carbono", diz Paulo Artaxo, geofísico da USP, também autor do estudo.

"Isso é importante porque a Amazônia tem em sua biomassa um reservatório de carbono equivalente a quase dez anos da queima mundial de combustíveis fósseis. Qualquer alteração nesse regime é significativa do ponto de vista da mudança climática."

Uma das conclusões que o LBA permitiu tirar é que, apesar de a Amazônia ser robusta o suficiente para suportar fatores individuais de estresse --secas, desmatamento e queimadas, entre outros--, a floresta pode não suportar todos ao mesmo tempo.

"Há sinais de uma transição para um regime dominado por perturbações", dizem Artaxo, Davidson e outros autores do trabalho.

MONITORAMENTO

Segundo o pesquisador brasileiro, um dos problemas em responder a questões complexas sobre o comportamento da floresta diante da mudança climática é que, apesar de ser o maior projeto de pesquisa na região, o LBA não é grande o suficiente.

"Temos 13 torres de fluxo [instrumentos para estudos atmosféricos] hoje em 5,5 milhões de km2. Seria um engano achar que 13 pontos de medida seriam capazes de representar uma área continental do tamanho da Amazônia", diz Artaxo.

"O país precisa ampliar esse sistema para monitorar não só a Amazônia, mas também outros biomas, como o cerrado e o Pantanal."

Fonte: Foha.com

Estudo diz que é possível produzir mais sem destruir floresta

Um novo estudo sugere que é falso dizer que para produzir mais é preciso desmatar novas áreas. Uma análise do uso de solo de Mato Grosso por uma década mostrou que aconteceu tanto uma diminuição da devastação da floresta como um aumento da produção agrícola.

Bastou saber usar bem o que existe, graças a políticas públicas e de mercado.

A pesquisa publicada na "PNAS" indica que o desmate em Mato Grosso diminuiu 30% entre 2006 e 2010 da sua média histórica recente (entre 1996-2005), apesar do aumento da produção agrícola.

O Estado é o principal produtor de soja (31% do total brasileiro). Mas também foi o campeão em destruição de floresta de 2000 a 2005.

O aumento da produção de soja, entre 2001 e 2005, foi sobretudo pela expansão da cultura em áreas desmatadas e que eram pasto (74%) ou diretamente em florestas (26%).

Já de 2006 a 2010, o aumento ocorreu em 91% dos casos em áreas já desmatadas.

O estudo conclui que a queda mais acentuada no desmate coincidiu com um colapso das commodities e a implementação de políticas para reduzir o corte da mata.

"A lucratividade da soja desde então aumentou para os níveis pré-2006, enquanto o desmatamento continuou a declinar, sugerindo que as medidas antidesflorestamento podem ter influenciado o setor agrícola", diz o texto.

Fonte: Folha.com

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Rio+20 terá adicional de R$ 430 mil para segurança


O Congresso Nacional aprovou nesta terça-feira (14), em sessão conjunta da Câmara e do Senado, crédito suplementar de R$ 430 milhões para a organização da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que o Brasil vai sediar em junho de 2012. O dinheiro irá para o reforço do policiamento do Rio e para o controle de imigração.

A conferência deverá reunir chefes de Estado e de governo e representantes da sociedade civil, de ONGs (organizações não governamentais) do mundo inteiro e de organismos multilaterais para debater as relações entre economia e ambiente sob a ótica do desenvolvimento sustentável.

Além dos recursos para a organização da conferência, os parlamentares aprovaram cinco projetos de lei que abrem crédito suplementar de mais de R$ 1,2 bilhão. Um dos projetos libera R$ 135,5 milhões para o Ministério da Defesa, para reforço do trabalho do Exército nas favelas pacificadas dos morro do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio.

O Ministério da Defesa ainda receberá mais R$ 380,9 milhões, junto com o Ministério da Justiça, para investir em patrulhamento das rodovias federais, manutenção do sistema de segurança das penitenciárias federais e reforma e modernização de unidades da Polícia Federal nas regiões Norte e Nordeste.

O pacote de crédito suplementar também inclui R$ 73,6 milhões para implantação de um parque científico e tecnológico e de um campus avançado da Universidade Federal de Juiz de Fora na cidade de Governador Valadares, em Minas Gerais.

Também foram liberados R$ 116,2 milhões às Justiças Federal, Eleitoral e do Trabalho, ao Ministério Público da União e ao Ministério das Relações Exteriores, para aquisição, reforma e construção de imóveis. E mais R$ 76,5 milhões de orçamento extra poderão ser usados para complementar despesas de pessoal no Senado Federal, TCU (Tribunal de Contas da União), na Justiça Federal, nos ministérios da Previdência Social e da Defesa e nos ministérios públicos da União e de estados e municípios.

Fonte: Folha.com

Brasileiro é cético com relação à água e otimista sobre o petróleo


Pesquisa realizada pela consultoria OThink revela que 68% dos brasileiros acham que haverá falta de água em 2050. A pesquisa ouviu mil pessoas, metade homens, metade mulheres, no Brasil todo.
Mas há otimismo em relação ao esgotamento de reservas de petróleo, gás natural e carvão: 48%, acredita que esses recursos não se esgotarão. A classe A é a mais otimista: 55% acredita que em 2050 ainda teremos reservas de petróleo, gás e carvão.
Apenas 17% dos entrevistados não creem na total substituição do petróleo por energia renovável em veículos e meios de transporte. "A pesquisa foi feita antes do vazamento da Chevron. Talvez o resultado fosse outro se ele já tivesse ocorrido."
A pesquisa apontou que 65% dos entrevistados acreditam que em 2050 todos os materiais utilizados serão reciclados. "Esse otimismo é observado em uma faixa etária acima dos 55 anos. São pessoas que vêm assistindo a um processo de evolução tecnológica intenso", analisa o presidente da OThink, Marlos Barbosa.
Fonte: O Estado de São Paulo

Projeto brasileiro traçará retrato 3D de tempestades


Esmiuçar as nuvens por dentro, medindo as gotas de chuva, o granizo e entendendo como os raios se formam, é o trabalho diário de um grupo de pesquisa brasileiro.
Desdobramento a médio e longo prazo desse esforço, que vai até 2014: tornar mais confiável a previsão das tempestades que assolam o país.
Além de mapear as chuvas mais violentas, os pesquisadores também investigam por que os raios tendem a aparecer em maior quantidade em determinadas regiões.

TRIDIMENSIONAL

"Temos equipamentos, como sensores e câmeras filmadoras, que estão acompanhando em tempo real as descargas elétricas. Temos um retrato 3D dos raios", diz Carlos Augusto Morales Rodrigues, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP.
No futuro, diz o pesquisador, que integra a equipe do Projeto Chuva (como é conhecido o grupo que está "escaneando" as nuvens), será possível montar um eficiente sistema de alerta contra descargas elétricas.
O mesmo raciocínio vale para a questão das tempestades. O grupo já fez campanhas de medições nas regiões de Alcântara (MA), Fortaleza (CE) e Belém (PA).
"O objetivo é fazer uma espécie de banco de dados com as informações coletadas dentro das nuvens desses locais", diz Rodrigues.
Essas informações, depois, vão alimentar os modelos matemáticos usados pelos meteorologistas para refinar a previsão do tempo no país.
"Estamos terminando também as medições na região do Vale do Paraíba", diz Luiz Augusto Toledo Machado, pesquisador do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e coordenador do Projeto Chuva, o qual vai fazer mais três campanhas para coleta de dados.

RUMO AO SUL

"Em 2012, vamos para Santa Maria (RS) e, nos anos seguintes, para Brasília e Manaus", diz Machado. O projeto termina em 2014. Ele vai custar cerca de R$ 1,5 milhão, contando com verbas estaduais e federais.
No caso específico da campanha de campo em andamento na região do Vale do Paraíba e litoral norte de São Paulo, as medições que estão sendo feitas já ajudam, em tempo real, a Defesa Civil de cidades como São José dos Campos (interior de SP).
"É possível saber onde está chovendo e onde, por exemplo, existe um acúmulo significativo de chuva", diz Machado, para quem o sistema de alerta está se comportando bem até agora.
É possível saber, também, a partir da rede de sensores espalhados pela região, onde estão caindo muitos raios e para onde os núcleos de tempestade vão se deslocar na meia hora seguinte.
No entanto, ainda que em cinco ou dez anos a previsão do tempo no Brasil possa ser mais precisa, em parte por causa dos dados do Projeto Chuva, o avanço pode ser menor do que o esperado se uma rede de radares não estiver olhando com mais frequência para o território nacional.
"Hoje, temos apenas 24 radares que cobrem o país", afirma Rodrigues.

Fonte: Folha.com

La Niña pode durar até maio, dizem meteorologistas


O fenômeno climático La Niña, responsável por uma forte seca neste ano na América do Sul e no sudoeste dos Estados Unidos, pode durar mais do que o previsto, talvez até maio, alertou na quinta-feira o Centro de Previsão Climática dos EUA.
"As últimas observações... sugerem que o La Niña será de fraco a moderado neste inverno (boreal), e vai continuar depois disso como um evento fraco, até que deve se dissipar em algum momento entre março e maio", disse o CPC em seu relatório mensal.
Foi a primeira vez que o CPC cogitou a hipótese de que o La Niña persista até a primavera boreal. Os meteorologistas antes esperavam que o fenômeno, que já causa preocupação nos mercados de grãos, oleaginosas, açúcar e café, persistisse durante o inverno boreal.
No relatório anterior, o CPC (ligado à Administração Nacional Oceânica e Atmosférica) disse que o La Niña perderia força no começo da primavera.
O fenômeno, que pode durar vários anos, se deve ao aquecimento anormal das águas na região equatorial do oceano Pacífico - é o contrário do famoso El Niño. Ambos causam transtornos climáticos da América Latina à Índia, e talvez também na África.
Uma seca prolongada pode causar problemas para agricultores em vários Estados dos EUA, numa faixa das Carolinas ao Kansas. Oklahoma e Texas já estão com seus solos esgotados devido à seca, e a persistência do La Niña pode significar mais uma safra ruim para o algodão texano.
Mesmo antes da divulgação do alerta do CPC, a previsão da safra argentina de milho para 2011/12 já havia sido revista para baixo por causa do La Niña. Mesmo assim, a Argentina, segunda maior produtora mundial de milho, deve colher uma safra recorde.
Na Malásia, importante exportador de óleo de palma, fortes chuvas de monções causadas pelo La Niña ameaçam prejudicar a colheita dos frutos, elevando a cotação do produto.
As chuvas no período de dezembro a março também constituem uma ameaça para os cafeicultores da Colômbia, maior produtor mundial de cafés de qualidade.
A persistência do La Niña até depois do inverno boreal também fará com que o fenômeno quase coincida com o início da temporada de furacões no Atlântico. Nos últimos dois anos em que houve La Niña, mais tempestades se formaram.
Fonte: Estadão.com

Para ambiente, 1º ano de Dilma é pior que o de Collor


Presidente da conferência Rio +20, Dilma Rousseff teve uma atuação apagada na área ambiental em seu primeiro ano de governo. Sob alguns aspectos, pior que a de Fernando Collor, em cujo governo aconteceu a Eco-92.
Dilma não criou nenhuma unidade de conservação em 2011; em 1990, seu primeiro ano de mandato, Collor criou 15.
O desmatamento em 1990 caiu 22% em relação ao ano anterior, o dobro da queda estimada para 2011 --embora Dilma esteja melhor nos números absolutos de desmate.
Diante da repercussão internacional da polêmica obra da usina hidrelétrica de Cararaô, no rio Xingu, Collor engavetou o projeto.
Dilma o ressuscitou, sob o nome de Belo Monte, concedendo-lhe a licença de instalação mesmo sem o cumprimento de todas as condicionantes impostas pelo Ibama.
Unidades de conservação e terras indígenas são indicadores importantes do desempenho ambiental de um governo, pois elas mexem na estrutura fundiária e em interesses econômicos nas regiões onde são criadas.
Enquanto ministra da Casa Civil do governo Lula, Dilma represou a criação de novas unidades, especialmente na Amazônia, submetendo-as ao crivo do MME (Ministério de Minas e Energia).
Na Presidência, manteve o ritmo. Seu governo é o primeiro desde FHC-1 (1995-1998) a não criar áreas protegidas no primeiro ano de mandato.
Um refúgio da vida selvagem no Médio Tocantins, por exemplo, está com sua proposta de criação parada no MME, que tem interesse em construir na região a hidrelétrica de Ipueiras --um projeto que o Ibama já havia considerado inviável do ponto de vista ambiental.
O governo também cortou 30% do orçamento do Instituto Chico Mendes, órgão gestor das unidades.

SEM CLIMA

O primeiro ano de Dilma passou sem avanços na agenda de mudança climática.
O governo não fez quase nada para implementar em 2011 a meta brasileira de cortar até 39% das emissões de gás carbônico em 2020 em relação à tendência de crescimento atual dos gases.
"O pacote de mudança climática ela recebeu pronto do governo Lula. Não avançou nem regrediu", disse Nilo Dávila, do Greenpeace. "Em outras coisas, ela deu continuidade para o mal."
Ele se refere ao maior retrocesso legislativo na área ambiental: a Lei Complementar 140, que reduz o poder de fiscalização do Ibama.
Pelo texto aprovado no Senado em outubro, a competência de multar crimes ambientais é do ente federativo (União, Estado ou município) que licencia. Como desmatamentos são sempre licenciados pelos Estados, autuações feitas pelo Ibama poderão ser anuladas pelas secretarias de Meio Ambiente estaduais.
Em 2009, durante a cúpula do clima de Copenhague, quando o enfraquecimento do Ibama foi inserido no projeto durante sua votação na Câmara, o presidente Lula se comprometeu a vetá-lo.
Dilma concordou com a promessa. Mas, no dia 8 deste mês, durante outra cúpula do clima, em Durban, a presidente sancionou o texto.
Questionado, o Planalto deferiu a resposta ao Ministério do Meio Ambiente. Este disse que, "na prática, o Ibama continua atuando normalmente".
Sobre a falta de criação de unidades de conservação, o ministério afirmou que está revendo a Estratégia Nacional de Conservação da Biodiversidade, com a definição de critérios para a proposição de novas áreas protegidas.

Fonte: Folha.com

Meteorologistas preveem 2012 entre os 10 anos mais quentes


O ano de 2012 pode se tornar um dos dez mais quentes desde 1850, com temperaturas globais quase 0,5 grau Celsius mais elevadas que a média registrada no período 1961-1990, afirmou o Met Office, o Departamento de Meteorologia do Reino Unido.
O Met Office e a Universidade de East Anglia divulgaram no mês passado dados preliminares mostrando que 2011 foi o 11º ano mais quente já registrado, 0,36 grau Celsius acima da média de longo prazo aferida entre as décadas de 1960 e 1990, que foi de 14 graus.
Os meteorologistas previram que em 2012 o desvio acima da média será de 0,48 grau, com uma margem de erro de 0,14 grau para mais ou menos.
"Em 2011, vimos um fortíssimo La Niña [fenômeno climático caracterizado pelo resfriamento das águas no Pacífico equatorial], que pode resfriar temporariamente as temperaturas globais."
"O La Niña voltou, e embora não seja tão forte quanto no começo do ano passado, ainda assim deve influenciar as temperaturas, e esperamos que 2012 seja ligeiramente mais quente do que no ano passado, mas não tão quente quanto 2010", disse Adam Scaife, chefe do departamento do Met Office que realiza previsões de longo prazo.
O Met Office disse que suas cifras relativas a 2011 foram parecidas com as publicadas pela OMM (Organização Meteorológica Mundial), que estimou a temperatura do ano passado em 0,41º grau acima do normal.
A OMM considera que 2010 foi o ano mais quente já registrado. A organização também indicou que todos os 12 anos mais quentes da história ocorreram entre 1998 e 2011.
As estimativas da OMM se baseiam em dados do Met Office, do Centro Nacional de Dados Climáticos dos Estados Unidos e do Instituto Goddard de Estudos Espaciais, da Nasa.

Fonte: Folha.com