quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Desmatamento amazônico polui mais que automóveis

Uma pesquisa feita pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) mostrou que as emissões de gases de efeito estufa geradas pelo desmatamento da floresta amazônica superar os níveis de poluição gerados por carros em todo o território nacional.

Mesmo que dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontem para uma redução de 27% no desmatamento amazônico, as consequências da derrubada das florestas ainda é muito alta. De acordo com o estudo, liderado pelo pesquisados Paulo Barreto, entre agosto de 2011 e julho de 2012 foram emitidas 245,3 milhões de toneladas de gás carbônico, somente pela depredação ambiental. Em contrapartida, os carros, considerando veículos leves e de passeio, foram responsáveis pelas emissões de 121,6 milhões de toneladas.

A discrepância pode ser ainda maior, já que o pesquisador informa ter usado como referência a quantidade de carros calculada pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), considerando que todos os 41,9 milhões de veículos registrados sejam movidos à gasolina. No entanto, atualmente existem muitos automóveis que rodam com etanol, um combustível menos poluente que a gasolina.

A média de árvores derrubadas da Amazônia no período de um ano foi de 232,8 milhões. Para o pesquisador, mesmo que isso represente uma redução, em comparação a períodos anteriores, os dados ainda são muito altos e representam perigo para a qualidade do ar e também para a biodiversidade local. Diversas espécies foram afetadas por este desmatamento, principalmente aves e macacos.

Para reverter este quadro o Barreto cobra o desenvolvimento de políticas de proteção e o aumento na fiscalização, principalmente em áreas de conservação e reservas indígenas, também é necessário aumentar a rigidez da punição.

Fonte: CicloVivo

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Desmatamento na Amazônia Legal aumenta 377% em outubro

Desmatamento de agosto de 2011 a outubro de 2012 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD)

Em outubro, o desmatamento na Amazônia Legal aumentou 377% sobre o mesmo mês em 2011, segundo o relatório divulgado hoje (14) pelo Imazon. Esse ano, o total do corte raso foi de 487 quilômetros quadrados contra 163,3 em outubro de 2011.

A mesma tendência aparece quando comparamos 3 meses, de agosto a outubro. Em 2012, o total desmatado a corte raso foi de 1.151,6 quilômetros quadrados contra 511 no mesmo período em 2011. Embora menos chocante que o número de outubro, isso significa um aumento de 125%.

O Pará manteve a liderança como o estado que mais desmatou. Pouco mais de um terço (36%) do desmate em outubro aconteceu no estado. Mato Grosso vem em seguida com 30%, seguido do estado do Amazonas (17%) e Rondônia (12%).


 Cobertura de núvens em 2011 e 2012



O relatório do SAD (Sistema de Alerta de Desmatamento) do Imazon diz que esse ano a pequena cobertura de nuvens melhorou a visibilidade. Em outubro de 2012, ela foi de 83%, enquanto em outubro de 2011 não passou de 51%. Quanto maior o número, melhor a visibilidade. A razão da melhora esse ano foi a seca mais intensa.

Essa diferença pode significar que o número de outubro/11 foi distorcido para baixo. Consultado, o Imazon disse que não acredita nessa hipótese, mas que ainda pode retificar os resultados.

 Quem desmatou
Categoria Outubro de 2012
km2 %
Assentamento de Reforma Agrária 111 23
Unidades de Conservação 58 12
Terras Indígenas 17 3
Privadas, Posse & Devolutas 301 62
Total (km²) 487 100


O relatório também classifica os locais de desmatamento de acordo com o tipo de propriedade.  A maior parte do corte raso (62%) foi verificada em áreas privadas e 23% ocorreu em assentamentos de reforma agrária. Recentemente, o Ministério Público Federal entrou com ação na Justiça em 6 estados da Amazônia Legal exigindo que o Incra cumpra o licenciamento ambiental dos 2.163 projetos de assentamento na região..

Quase todo restante do desmatamento, 12%, ocorreu em Unidades de Conservação. Em outubro, elas perderam 58 km² de floresta.

O SAD é um sistema independente de monitoramento do Imazon. Os alertas mensais de desmatamentos usados pelo governo são dados pelo Sistema Deter. Os números do Deter para o mês de Outubro ainda não foram publicados.

Fonte: oeco

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Antes mesmo de começar, conferência do clima realizada no Catar gera polêmica.

Quando o Catar foi escolhido para sediar as negociações das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, ambientalistas ficaram de cabelos em pé. As negociações já estavam problemáticas, com poucos resultados na última conferência realizada na África do Sul em 2011. No entanto, agora as discussões de alto nível vão acontecer em um dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que mostrou pouco interesse nas mudanças climáticas e ainda por cima destacou um ex-ministro do petróleo para liderar as negociações que começam nesta segunda (26).

“Organizações não governamentais estão com uma mistura de sentimentos sobre isso”, disse Wael Hmaidan, ativista libanês e diretor da Climate Action Ntwork. “Alguns estão muito preocupados e acham isso um sinal de que o Catar não está comprometido com as negociações climáticas. Outras pessoas acreditam que é uma oportunidade de ter um debate mais elevado sobre clima na agenda política da região”, disse.

Ativistas também reclamam que o Catar tem demonstrado pouca liderança e sendo pouco transparente que os países sede das conferencias anteriores. Uma das organizações não governamentais que está fazendo mais barulho é a Avaaz, que afirma: “Ter um dos lideres da OPEP encarregados nas discussões climáticas é como pedir ao Drácula para tomar conta do banco de sangue”. Eles também estão criticando a liderança do Catar por também aceitarem uma grande conferência sobre petróleo no mesmo ano que sediam a conferência do clima.

Publicamente, delegados têm evitado fazer críticas. Os dirigentes das Nações Unidas na Conferência do Clima afiram que as preparações estão encaminhadas. “Eu não estou preocupada”, disse Christiana Figueres, secretária executiva da Convenção das Nações Unidas para Mudança Climática. “Estamos muito agradecidos por Catar não só ter se oferecido, como literalmente ter brigado pela oportunidade e privilégio de sediar a conferência”, disse.

Sediar a conferência é parte da campanha do país de se projetar como uma potência, após ganhar a disputa para abrigar a Copa do Mundo de 2022 e coibir revoltas na Síria e na Líbia.
A conferência também pode dar à família real do país a oportunidade de mudar a percepção mundial sobre a região, que no passado estava preocupada apenas com a proteção de suas vastas reservas de petróleo.

Aparentemente, o Catar e seus vizinhos do Golfo Pérsico acreditam que este quadro é antiquado. Os Emirados Árabes Unidos apoiou a extensão do Protocolo de Kyoto, que põe metas para redução das emissões de gases causadores do efeito estufa em países industrializados. Eles também foram os primeiros entre os países do Golfo a assinar o acordo de Copenhague em 2009.

Até mesmo a Arábia Saudita, que no passado liderou a oposição sobre as negociações sobre mudança climática para proteger sua produção petrolífera, passou a agitar a equipe de negociadores.
“Eu descrevo o Catar com o epicentro das mudanças climáticas. Não há água, nem comida. É um deserto estéril”, disse Fahad Bin Mohammed al-Attiya, diretor do comitê que organiza a COP18 em Doha. “Qualquer problema na estação da colheita ou produtividade fora do Golfo vai impactar diretamente no nosso acesso a a comida e com poços globais razoáveis”, disse.

Tanto o Catar como os Emirados Árabes Unidos estão trabalhando para a construção de prédios verdes. Catar afirma que vai ter 20% de sua matriz energética em energias renováveis até 2024, enquanto a Arábia Saudita, Kuwait e Emirados Árabes Unidos anunciaram planos de altos investimentos em energia solar.

“Nos não queremos continuar sendo vistos como exportadores de barris de petróleo ou de gás em dutos”, disse o sultão Ahmed al-Jaber, executivo chefe do escritório de Masdar e enviado especial de energia e mudanças climáticas dos Emirados Árabes Unidos.

No entanto, ativistas querem ver mais do que conversas na conferência do clima. A ex-presidente da Irlanda, Mary Robinson , disse que eles deveriam assumir metas voluntárias de corte de emissões, como fez o México, que sediou a conferência em 2010. As emissões totais dos países do golfo são uma fração das emissões da China e dos Estados Unidos, mas estipular uma meta acabaria por inspirar outros países a tomar a mesma atitude.

Ativistas também afirmam que os países do Golfo deveriam fazer mais para cortar subsídios de combustíveis, que fazem com a gasolina em muitos países seja mais barata que água engarrafada.

Fonte: Portal iG

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Atos em defesa do povo Guarani-Kaiowá acontecem hoje em mais de 50 cidades no Brasil e no mundo

“Saiam às ruas, pintem os rotos, ocupem as praças, ecoem o grito do nosso povo que luta pela vida, pelos territórios!”

Esta é uma carta das lideranças do Aty Guasu (Grande Assembleia) direcionada especialmente às diversas “mobilizações contra o genocídio do nosso povo Guarani e Kaiowá” previsto para o dia 09 de novembro em várias cidades do país e do mundo.Queremos agradecer por todas estas iniciativas de solidariedade em defesa das nossas terras e nossas vidas.

Hoje somos 46 mil pessoas sobreviventes de um continuo e violento processo de extermínio físico e cultural acarretado principalmente pela invasão histórica de nossos territórios tradicionais (tekoha guasu) e por assassinatos de nossas lideranças e famílias. Por isso reafirmamos que o Estado Brasileiro é o principal responsável por este estado de genocídio, ora por participação, ora por omissão.

Nossa Aty Guasu é responsável nos últimos 35 anos pela organização política regional e internacional do nosso povo e por nossa luta na defesa e efetivação de nossos direitos fundamentais e constitucionais, de modo prioritário a retomada dos territórios tradicionais. Por esse motivo, nosso povo possui a maior quantidade de comunidades atacadas por pistoleiros e de lideranças assassinadas na luta pela terra do Brasil República.

Por isso, através desta carta queremos unir nossas vozes a de todos vocês e promover o mesmo grito pela vida de nosso povo com as seguintes prioridades:

- A imediata demarcação de nossos territórios tradicionais e a desintrusão dos territórios já declarados e homologados.
- Que a Funai publique, ainda este ano, os relatórios de identificação dos territórios em estudo.
- Que diante do processo legítimo de retomada de nossos territórios, nosso povo não seja despejados, uma vez que roubaram nossas terras por primeiro e nos confinaram em pequenas reservas.
- Que o Conselho Nacional de Justiça – CNJ crie mecanismos para que as ações judiciais envolvendo nossos territórios sejam julgados com prioridade máxima, de modo, a não se arrastarem por anos nas instância do judiciário, enquanto nosso povo passa fome à beira das estradas em Mato Grosso do Sul.
- Que haja uma efetiva ação de segurança de nossas comunidades e lideranças em área de conflito e ameaçadas.
- Que os fazendeiros e pistoleiros assassinos de nosso povo sejam julgados e condenados.
- A imediata revogação da inconstitucional portaria 303 da Advocacia Geral da União e o fim das iniciativas do Congresso Nacional em destruir nossos direitos garantidos na Constituição Federal de modo unânime as PECs 215, 38, 71, 415, 257, 579 e 133. Não aceitaremos mudança constitucional!

Por fim, que todas as manifestações não se encerrem em 9 de novembro, mas que esta data seja o início de um contínuo engajamento da sociedade não-indígena na defesa da vida de nosso povo e de pressão sobre o governo.

Junto com todos vocês, nosso Povo é mais forte e venceremos o poder desumano do agronegócio explorador e destruidor de nossas terras. A ganancia deste sistema não vencerá a partilha de nossos povos.

Vamos continuar a retomada de todas as nossas terras tradicionais! Somos todos Guarani e Kaiowá! Muito obrigado pela SUA VOZ SAGRADA PROTETORA: “TODOS POR GUARANI E KAIOWÁ!”

Dourados, 7 de novembro de 2012 –
Conselho do Aty Guasu Guarani e Kaiowá.

Fonte: CarbonoBrasil.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Dilma faz nove vetos ao texto do Código Florestal, anuncia ministra

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou ontem (17) que a presidente Dilma Rousseff decidiu vetar nove itens da medida provisória aprovada pelo Congresso que altera o texto do novo Código Florestal.

Um decreto presidencial será publicado na edição desta quinta do "Diário Oficial da União"  para suprir "vácuos" ocasionados em razão dos vetos.

Os vetos presidenciais, segundo a ministra, foram fundamentados em três princípios: “Não anistiar, não estimular desmatamentos ilegais e assegurar a inclusão social no campo em torno dos pequenos proprietários”, disse.

O texto aprovado pela comissão mista do Congresso desagradou ao governo porque beneficiou médios e grandes produtores.

A presidente Dilma decidiu resgatar sua versão do que ficou conhecido como “escadinha”, que havia sido modificada pelo Congresso. O dispositivo cria regras diferentes de recomposição nas margens de rios, de acordo com o tamanho da propriedade.

Os parlamentares determinaram que para propriedades de 4 a 15 módulos fiscais com cursos de água de até 10 metros de largura, a recomposição de mata ciliar seria de 15 metros. O texto original, a ser recuperado com o veto presidencial, era mais rígido e determinava que propriedades de 4 a 10 módulos teriam que recompor 20 metros.

Os grandes proprietários também foram beneficiados pelas modificações da comissão mista, que derrubou a exigência mínima de recomposição de mata ciliar de 30 metros para 20 metros. Essa alteração foi vetada e a exigência voltou a ser de 30 metros.

CAR
O decreto que será publicado nesta quinta-feira, além de retomar a “escadinha”, estipula procedimentos do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e do Programa de Regularização Ambiental (PRA).

“Além de resgatar a escadinha, [o decreto] institui o sistema de Cadastro Ambiental Rural, um sistema informatizado que vai recepcionar as bases de informações de todos os estados”, afirmou Izabella Teixeira.

Segundo a ministra, Dilma vetou "todo e qualquer texto que leve ao desequilíbrio entre o social e o ambiental, entre a proteção ambiental e a inclusão social”.

“Não entende o governo que nós devemos reduzir a proteção ambiental para médios e grandes proprietários. Há um equilíbrio, esse foi o equilíbrio que nós encontramos na escadinha”, afirmou Izabella Teixeira.

Rios intermitentes

Outro ponto vetado pela presidente também diz respeito à recomposição de margens de rios. O texto aprovado pelo Congresso determinou que rios intermitentes (cujo curso tem água apenas em determinado período do ano) de até 2 metros deveriam ter recuperação de 5 metros para qualquer tamanho de propriedade.

“Houve um veto de um inciso dizendo sobre rios de até 2 metros intermitentes [que determinava] APP [área de preservação permanente] para todo mundo de cinco metros. Foi vetado”, afirmou Izabella Teixeira.

Frutíferas

A presidente vetou outro ponto polêmico entre os ruralistas, que é a possibilidade de recompor áreas de proteção permanente degradadas com espécies frutíferas, e não apenas com vegetação nativa. Segundo a ministra, fica proibida a monocultura de árvores frutíferas na recuperação de APPs.

Outros pontos vetados e que não serão contemplados no decreto poderão ser tratados por meio de outros instrumentos, como atos do Ministério do Meio Ambiente, segundo Izabella Teixeira.

A ministra não detalhou todos os nove vetos, que serão conhecidos após a publicação nesta quinta-feira no "Diário Oficial da União".

Fonte:G1.globo.com/natureza

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

4 de outubro- dia do rio São Francisco

O rio São Francisco é um importante curso de água que percorre 2.830 km no território brasileiro, é popularmente chamado de Velho Chico. 

Esse rio brasileiro nasce no Estado de Minas Gerais, na Serra da Canastra; sua nascente está situada a uma altitude de 1.200 metros. Em sua extensão, corta o Estado da Bahia, ao norte do território baiano o rio serve de fronteira natural com Pernambuco, além de estabelecer limites entre os territórios de Sergipe e Alagoas. 

O rio, em seu percurso, corta áreas influenciadas por diferentes climas, vegetações e relevos, sendo utilizado com fonte hídrica para a geração de energia em cinco usinas hidrelétricas. 

Nas áreas próximas às nascentes e à foz, as chuvas são relativamente abundantes, já nos outros pontos o clima é muito seco. 

O Velho Chico percorre regiões semiáridas, com pouca chuva e afluentes temporários, mesmo assim é perene (não seca em nenhum período do ano), isso porque seu volume é mantido por afluentes (perenes) no centro do Estado de Minas Gerais. 

Em toda sua extensão, conta com um total de 168 afluentes, sendo 90 na margem direita do rio e 78 na margem esquerda. O rio possui uma enorme importância econômica, social e cultural para os Estados cortados por ele. 

Em diversos trechos, o São Francisco oferece condições de navegação, desse modo, as principais cargas transportadas são de cimento, sal, açúcar, arroz, soja, madeira e gipsita, incluindo o transporte de pessoas, sobretudo de turistas. 

Suas águas são usadas para o turismo, lazer, irrigação, transporte, entre outros, desempenhando um importante papel socioeconômico para os Estados e, principalmente, para as cidades que o margeia.

Fonte: Brasil escola

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

IV JORNADA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DO OESTE BAIANO

A IV JORNADA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DO OESTE BAIANO/ SEEINFO e FETEC, inseridos na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), ocorrerá nos dias 16 a 20 de outubro de 2012, com o tema “Além do Agronegócio: Novas Perspectivas para o desenvolvimento do Oeste Baiano”.

O evento será realizado pelo Instituto Federal de Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA-Barreiras) e pelo Instituto de Ciências Ambientais e Desenvolvimento Sustentável da Universidade Federal da Bahia (ICADS/UFBA), com o objetivo de promover a difusão do conhecimento e o debate sobre a gestão dos recursos naturais, levando-se em consideração o estabelecimento de uma economia verde, bem como os desafios da sustentabilidade em todas as suas dimensões.

As diversas atividades propostas trarão reflexões sobre pesquisas científicas e tecnológicas de forma a estabelecer o diálogo entre professores e pesquisadores com a comunidade em geral, assim como conscientizar crianças e jovens na busca de atitudes sustentáveis, além da percepção das vantagens econômicas e sociais que tais atitudes promovem. Assim, o evento visa trazer para o cotidiano da comunidade a proximidade com a ciência e a tecnologia, e a possibilidade de pensar em soluções sustentáveis diante da realidade local.

Uma vez inserida no tema maior, da SNCT deste ano: “Economia verde, sustentabilidade e erradicação da pobreza”, também com relação ao fato de 2012 ser o Ano Internacional da Energia Sustentável para todos, a Comissão Organizadora da IV Jornada Científica e Tecnológica do Oeste Baiano vem respeitosamente convidar a todos os professores, funcionários e comunidade para participar, apoiar e divulgar o evento, que se propõe a atender a estudantes da Educação Básica, Técnica, Tecnológica e Superior.

Fonte: Comissão Organizadora da
IV Jornada Científica e Tecnológica do Oeste Baiano.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Saiba o que fazer com o lixo doméstico

O Brasil produz, atualmente, cerca de 228,4 mil toneladas de lixo por dia, segundo a última pesquisa de saneamento básico consolidada pelo IBGE, em 2000. O chamado lixo domiciliar equivale a pouco mais da metade desse volume, ou 125 mil toneladas diárias.

Do total de resíduos descartados em residências e indústrias, apenas 4.300 toneladas, ou aproximadamente 2% do total, são destinadas à coleta seletiva. Quase 50 mil toneladas de resíduos são despejados todos os dias em lixões a céu aberto, o que representa um risco à saúde e ao ambiente.

Mudar esse cenário envolve a redução de padrões sociais de consumo, a reutilização dos materiais e a reciclagem, conforme a "Regra dos Três Erres" preconizada pelos ambientalistas.

A idéia é diminuir o volume de lixo de difícil decomposição, como vidro e plástico, evitar a poluição do ar e da água, otimizar recursos e aumentar a vida útil dos aterros.



Caso não haja coleta seletiva em seu bairro ou condomínio, procure as cooperativas de catadores e os Postos de Entrega Voluntária (PEVs).

O Grupo Pão de Açúcar também possui pontos de coleta nos supermercados em todo o país. A iniciativa está sendo ampliada para outras bandeiras do grupo, como a rede Extra.

Coleta seletiva: veja abaixo quais resíduos podem ser reciclados


Fonte: Uol

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Fontes de Poluição Atmosférica

Uma pessoa adulta inspira cerca de 10 mil litros de ar por dia. Este valor varia em função da atividade física de cada um. Em geral, não é necessário, nem possível, corrigir a composição do ar que se respira, sendo esta a principal diferença entre o consumo de ar e o consumo de água. 

A água passa por um tratamento prévio, o que a torna um produto industrial para ser consumido. O ar, ao contrário, deve ser consumido exatamente como existe na natureza, “in natura”. Por este motivo, é muito importante que a sociedade entenda e respeite as medidas de preservação da qualidade do ar.

O ser humano, ao interagir com o meio ambiente, produz resíduos que podem poluir o ar. A poluição atmosférica pode ser causada por fontes fixas ou móveis, dependendo dos processos que liberam os poluentes no ar.

Fontes fixas - As indústrias são as fontes mais significativas, ou de maior potencial poluidor. Também se destacam as usinas termoelétricas, que utilizam carvão, óleo combustível ou gás, bem como os incineradores de resíduos, com elevado potencial poluidor. Existem ainda as fontes fixas naturais, como maresia e vulcanismo, que também podem influenciar a composição do ar.

Fontes móveis - Os veículos automotores, juntamente com os trens, aviões e embarcações marítimas são as chamadas fontes móveis de poluentes atmosféricos. Os veículos se destacam nas cidades como as principais fontes poluidoras e são divididos em: leves de passageiro (utilizam principalmente gasolina ou álcool como combustível); leves comerciais (utilizam gás natural veicular (GNV) ou óleo diesel); e veículos pesados (somente de óleo diesel).

Os poluentes podem ser divididos, de acordo com sua origem, em duas categorias:

- Poluentes primários: aqueles diretamente emitidos pelas fontes;
- Poluentes secundários: aqueles formados na atmosfera através da reação química entre poluentes primários e os constituintes naturais da atmosfera.

Fonte: IAP-PR (http://www.iap.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=130)

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

As queimadas que consomem o Cerrado em números chocantes

No dia 11, foi comemorado o Dia Nacional do Cerrado. É bom que a data exista, pois talvez algum dia possamos festejá-la. No momento, o foco sobre o Cerrado é apenas uma maneira de voltar a atenção para as suas tragédias.

O Cerrado é, hoje, o bioma brasileiro desmatado com maior rapidez.  Em um ano apenas, entre 2008 e 2009, perdeu 0,37% da sua área, o que equivale a 75,6 mil km2. No total, já foram desmatados 957,7 mil km2 da sua área original de 2 milhões de km2 -- restam cerca de 53%.

As queimadas e o desmatamento estão ligadas diretamente. Entre julho e meados de setembro, auge da temporada de seca e queimadas, o Cerrado foi também, disparado, o bioma que mais queimou. No mapa acima, a cor alaranjada representa a sua área. Os pontos vermelhos são focos de queimada entre julho e setembro. O norte do estado é um borrão vermelho.

Nas últimas 48 horas, havia 4.583 focos no Brasil, 2.119, ou 46%, estavam no Cerrado. A Amazônia tinha 1.637 focos, a Caatinga 498, a Mata Atlântica 296 e o Pantanal apenas 33.
"Nesta época do ano, o homem é o único responsável pelos incêndios. Fogo considerado natural é apenas aquele causado por raios, e nesta época isso não ocorre", diz Christian Berlinck, coordenador de Emergências Ambientais do ICMBio. Ele explica que incêndios causados por raios em geral são sucedidos por chuvas que limitam a sua extensão.

Alberto Setzer, coordenador do Monitoramento de Queimadas do INPE, bate no mesmo ponto: "Hoje, temos dezenas de focos de incêndios criminosos ocorrendo dentro de Unidades de Conservação e milhares de focos espalhados pelo Brasil. O INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) produz os principais levantamentos sobre queimadas no Brasil".

Entre 1 de julho e 11 de setembro de 2012, essa última data aquela em que se comemora o aniversário do Cerrado, ele teve 47,5 mil focos de incêndio, o que equivale a 53% do total do país. No mesmo período, em 2011, tinha 27,5 mil focos, que representavam 55% do total. Para encerrar a saraivada de números, a quantidade verificada este ano foi bem maior. Mais precisamente, no período mencionado, houve 72,7% mais focos de incêndio em 2012. Como se vê, nada a festejar.

Segundo Berlinck, "O Cerrado é o Bioma com mais problemas mesmo. Além de estar há praticamente 3 meses sem chuva, é um ambiente que tem uma relação natural com o fogo". Entretanto, nada há de natural na multiplicação das queimadas fora de estação produzidas pelo homem.

Fonte: OECO

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

VII Encontro e Feira dos Povos do Cerrado, no Memorial dos Povos Indígenas

Entre os dias 12 e 16 de setembro de 2012, a Rede Cerrado, em parceria com a Fundação Banco do Brasil, realizará o VII Encontro e Feira dos Povos do Cerrado, no Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília/DF.

O encontro reunirá cerca de mil representantes de comunidades e organizações da sociedade civil dos 14 estados do Cerrado Brasileiro. Acontecerá na semana em que é celebrado o Dia Nacional do Cerrado: 11 de setembro, e celebrará também dos 20 anos da Rede Cerrado. Esta edição do evento dará sequência à série de encontros iniciada em 2001, que já aconteceram em Goiânia/GO, Montes Claros/MG e Brasília/DF.
O evento terá uma extensa programação com palestras, mesas redondas, oficinas, audiência pública e outras atividades sobre temas relativos à conservação do Cerrado e a defesa de seus povos, além da feira de produtos ustentáveis do Cerrado e de uma intensa programação cultural. Durante o evento, será realizado o Grito do Cerrado, que é uma passeata pela Esplanada dos Ministérios com o objetivo de alertar a sociedade brasileira quanto ao crescente processo de degradação do bioma e ameaça a seus povos, bem como para a urgência na implementação de ações voltadas para sua conservação e uso sustentável. Durante o Grito do Cerrado está prevista a realização de uma audiência pública no Congresso Nacional, que deverá ocorrer logo após a tradicional Corrida de Toras entre etnias indígenas que acontece na Esplanada dos Ministérios.

Fonte: Rede Cerrado

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Queimada provoca apagão na região de Barreiras (BA)

A grande concentração de focos de calor no oeste da Bahia, além de destruir áreas de pastagens e de matas, também está causando prejuízos à população não com a fumaça e a fuligem, apenas, mas sim com a interrupção de energia elétrica.

Ao longo de toda esta semana, a concessionária que distribui energia elétrica na região de Barreiras, no oeste do estado, computou várias interrupções devido ao desligamento do sistema por conta dos focos de calor que foram registrados abaixo das linhas de transmissão. Em alguns pontos de Barreiras e São Desidério, por exemplo, a energia faltou por mais de 10 horas consecutivas.

Desde o inicio do ano, em todo o estado da Bahia, já foram registrados 6.621 focos de calor, aumento de 46% em comparação com o mesmo período de 2011. Esse é o maior registro de queimadas em solo baiano desde 2007, quando na ocasião foram computados 6.275 focos.



Fonte: De Olho No Tempo- Meteorologia

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Aviso de Consulta Pública - INEMA

No Estado da Bahia estão localizadas diversas áreas prioritárias, identificadas no Projeto de Conservação e Utilização Sustentável do desenvolvimento Biológico Brasileiro – PROBIO, para conservação reconhecida por sua alta importância ecológica.


Além disso, estas unidades, em vistas de seus atributos naturais, estado de conservação e riqueza de povos e costumes tradicionais, vêm despertando interesse de pesquisadores de diversas regiões do Estado da Bahia, do Brasil e de outros países.


Vale lembrar que estas áreas protegidas não são compostas somente de organismos vegetais, animais e recursos minerais.  Algumas unidades de conservação são tradicionalmente habitadas por grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, pois possuem formas próprias de organização social,  ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição. De certo, eles são guardiões de muitos saberes tradicionais que podem contribuir para as diversas áreas da ciência tais como a sociologia, antropologia, biologia e entre outros.


Atualmente, o grande impasse esta na falta de padronização da junção com a comunidade cientifica, isto é, o órgão gestor das áreas protegidas precisa fomentar mecanismos de articulação com a comunidade científica com o objetivo de desenvolver pesquisas nas Unidades de Conservação e sobre as diversas formas de uso sustentável dos recursos ambientais, valorizando e contribuindo para aumentar o conhecimento sobre a diversidade biológica, as peculiaridades dos ecossistemas protegidos, sua inter-relação com as diferentes formas de ocupação do entorno, bem como dos aspectos sociais, culturais e econômicos da região onde a UC está inserida.


Então, informo que O INSTITUTO DE MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS – INEMA por meio da Diretoria de Unidades de Conservação, em observância ao disposto na Lei Federal n° 9.985, de 18.07.2000, e de acordo Lei Estadual 10.431, de 20 de dezembro de 2006, põe em consulta pública o texto da norma que regulamentará a autorização de pesquisa nas unidades de conservação estaduais da Bahia.




Certo de poder contar com o vosso apoio, solicito ampla divulgação.
Samantha Nery Grimaldi

Bióloga - Técnica
Diretoria de Unidade de Conservação - INEMA/BA

tel:(71)91229267 / 3116-3236

sábado, 18 de agosto de 2012

Sabão feito com óleo de cozinha usado


Muitas vezes não sabemos o que com o óleo de cozinha usado que temos em casa. Aprenda a fazer sabão!

Fórmula de sabão caseiro


2 litros de óleo de cozinha usado; 

350 g de soda em escama;

350 ml de água.


Preparo:

1 - Dissolva a soda cáustica na água em um balde reforçado ou em uma lata de tinta de 18 litros. Reserve. 
2 - Coloque o óleo, já coado, em um recipiente e leve ao fogo até aquecer em temperatura aproximada de 60º. 
3 - Apague o fogo e, em seguida, acrescente a soda, já dissolvida, e mexa até engrossar (cerca de 20 a 30 minutos).
4 - Após esse período despeje o conteúdo em recipientes e aguarde a secagem.


Importante
Cuidado no manuseio da soda cáustica, pois é um material corrosivo. Utilize luvas e óculos de proteção para evitar qualquer acidente. Deixe o sabão em descanso depois de pronto, por alguns dias antes de utilizá-lo, para que a soda cáustica se dissolva.

Fonte: Instituto Triângulo

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Criada frente parlamentar em defesa da agroecologia


Na última quarta-feira (8), o parlamento ganhou a Frente Parlamentar pelo Desenvolvimento da Agroecologia e Produção Orgânica. Segunda a própria frente seus objetivos são promover o debate acerca de uma agricultura livre de agrotóxicos e fortalecer, através do parlamento, políticas públicas direcionadas à produção orgânica e à agroecologia. 

Segundo Luci Choinacki, deputada federal do PT por Santa Catarina e líder da frente, "além de aspectos ambientais, a atividade considera aspectos sociais, éticos e políticos da agricultura, valoriza os saberes populares, o modo de vida camponês e a economia solidária e ecológica"

De acordo com informações da sua assessoria de imprensa, mais de 200 parlamentares já aderiram à Frente Parlamentar pelo Desenvolvimento da Agroecologia e Produção Orgânica. A coordenação conta com 10 parlamentares.

Estiveram presentes no lançamento, os ministros do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas e do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. "Acredito que estamos na reta final da discussão, no âmbito do governo, do que seria o Programa Nacional de Agroecologia. Nós entendemos que é um dos assuntos prioritários, não só pela questão do meio ambiente por causa da sustentabilidade, mas por produzir alimentos mais saudáveis", disse Izabella.

Além dos ministros, também participaram do lançamento da frente, o Presidente da Embrapa, Pedro Arraes, e representantes de movimentos sociais e ONGs, como o Greenpeace, a Contag, a Articulação Nacional da Agroecologia e o Instituto Sociedade População e Natureza.

*Eco Notícias - Com informações da Assessoria de Imprensa da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – CMADS, da Câmara dos Deputados e da Ascom/MMA.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Os Problemas Provocados pelo Lixo

Um dos principais problemas encontrados nas cidades, especialmente nas grandes é o lixo sólido, resultado de uma sociedade que a cada dia consome mais. Esse processo decorre da acumulação dos dejetos que nem sempre possui um lugar e um tratamento adequado. Isso tende a aumentar, uma vez que a população aumenta e gera elevação no consumo, e consumo significa lixo.

Para ter uma noção mais ampla do problema tomemos a cidade de São Paulo como exemplo, em média cada pessoa produz diariamente entre 800 g a 1 kg de lixo diariamente, ou de 4 a 6 litros de dejetos, por dia são gerados 15.000 toneladas de lixo, isso corresponde a 3.750 caminhões carregados diariamente. Em um ano esses caminhões enfileirados cobririam o trajeto entre a cidade de São Paulo e Nova Iorque, ida e volta.

A questão do lixo está diretamente ligada ao modelo de desenvolvimento que vivemos, vinculada ao incentivo do consumo, pois muitas vezes adquirimos coisas que não são necessárias, e tudo que consumimos produzem impactos.Há aproximadamente 40 anos a quantidade de lixo gerada era muito inferior à atual, hoje a população aumentou, a globalização se encontra em um estágio avançado, além disso, as inovações tecnológicas no seguimento dos meios de comunicação (rádio, televisão, internet, celular etc.) facilitaram a dispersão de mercadorias em nível mundial.

Antes do processo da Primeira Revolução Industrial o lixo produzido nas residências era composto basicamente de matéria orgânica, dessa forma era fácil eliminá-los, bastava enterrar, além disso, as cidades eram menores e o número da população restrita.

Mais tarde com o crescimento em escala mundial da industrialização, acelerado aumento da população e dos centros urbanos, que ocorreu principalmente na segunda metade do século XX, desencadeou um aumento significativo na quantidade de lixo e variedades em suas composições. Atualmente quando compramos algo no supermercado o lixo não é apenas gerado pelo produto em si, pois existe a etapa de produção (cultivo, extração de minérios, transporte, energia) e depois para o consumidor final tem a sacola e o cupom fiscal.

Nas cidades que contam com serviços de coleta do lixo esse é armazenado em dois tipos de “depósitos”: os lixões nos quais os dejetos ficam expostos a céu aberto e os aterros sanitários onde o lixo é enterrado e compactado. Os lugares que abrigam os depósitos de lixo geralmente estão localizados em áreas afastadas das partes centrais do município.

É comum em bairros não assistidos pelo serviço de coleta de lixo que o depósito dos lixos seja em locais impróprios, como encostas, rios e córregos. A população desses bairros negligencia os sérios danos que tais ações podem causar à biodiversidade e ao homem, diante disso destaca-se: dispersão de insetos e pequenos animais (moscas, baratas, ratos), hospedeiros de doenças como dengue, leptospirose e a peste bubônica.

O lixo acumulado produz um líquido denominado de chorume, esse possui coloração escura com cheiro desagradável, a substância gerada atinge as águas subterrâneas (aqüífero, lençol freático), além disso, existe a contaminação dos solos e das pessoas que mantêm contato com os detritos, deslizamentos de encostas, assoreamento de mananciais, enchentes e estrago na paisagem.

Os lixões retratam além dos problemas ambientais os sociais, a parcela da sociedade excluída que busca nesses locais materiais para vender (papéis, plásticos, latas entre outros), às vezes as pessoas buscam também alimentos, ou melhor, restos para o seu consumo, muitas vezes estragados e contaminados, demonstrando o ápice da degradação humana.

 Fonte: Mundo Educação

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Dra. Ana Primavesi vai receber o principal prêmio internacional da agricultura orgânica, da Ifoam

Ana Primavesi - Um prêmio mais que merecido 


"Quando Ana Primavesi o comprou, há 32 anos, o solo estava degradado, infértil, cheio de voçorocas - a erosão em seu mais alto grau. E sem nenhuma nascente. Reportagem de 28 de outubro de 1980, no Jornal da Tarde, do jornalista Randau Marques, noticia quando Ana adquiriu o sítio de 96 hectares: "A doutora Ana Primavesi está deixando São Paulo por um pedaço de terra árida e marcada pela erosão. É a terra que ela transformará numa fazenda rica e produtiva, gastando pouco e sem usar agrotóxicos".
Dito e feito. Ao longo de três décadas, vivificou o solo, eliminou voçorocas e recuperou mata nativa e nascentes. "Hoje temos cinco nascentes ali", orgulha-se. Numa região cercada por cana e pasto, o solo vivo do sítio se destaca. "O café produzido ali, organicamente, atrai vários compradores, que dizem que os grãos dão uma bebida especial", comenta a filha de Ana, a psicopedagoga Carin Primavesi Silveira."


Dona Ana Primavesi, uma das pioneiras do movimento orgânico no Brasil, acaba de ser agraciada com uma importante homenagem. A Ifoam (International Federation of Organic Agriculture Movements) vai premiá-la com o One World Award, o mais importante prêmio da agricultura orgânica no mundo. Instituído em 2008, a Ifoam tem dado o One World Award, a cada dois anos, a ativistas da área orgânica em nível mundial.
São pessoas cujo trabalho voltado à agroecologia impacte positivamente a vida de agricultores, sobretudo os mais desfavorecidos. Em 2008, quem ganhou o prêmio foi o veterinário e professor alemão dr. Engelhard Boehncke, por seus trabalhos em relação à criação orgânica de animais e bem-estar animal. Há dois anos, o ganhador foi o indiano pioneiro em agricultura orgânica sr. Bhaskar H. Salvar, que, logo no início da década de 1950, se contrapôs à Revolução Verde, ensinando agroecologia aos agricultores em contraposição aos agroquímicos. Este ano, nossa querida doutora Ana Primavesi será a agraciada.
Dra. Ana, engenheira agronônoma especializada em solos, foi escolhida pelo grande impulso que deu aos movimentos agroecológicos não só no Brasil, como na América Latina, contribuindo, segundo os organizadores, para moldar um paradigma alternativo à agricultura industrial.
O prêmio é financiado pela Rapunzel, empresa alemã voltada ao processamento e à comercialização de produtos orgânicos, como cereais, chocolates, massas, molhos e frutas secas. A entrega da homenagem será feita na Alemanha, na cidade de Legau, sede da Rapunzel, em noite de gala no dia 14 de setembro. A celebração será testemunhada por mais de mil pessoas da região e do exterior, entre elas a Prêmio Nobel Alternativo da Paz a indiana Vandana Shiva – que esteve recentemente no Brasil, por ocasião da Rio+20.
Dra. Ana, informa sua filha, Carin, participará da entrega pessoalmente. Mas, em sua modéstia, respondeu com a seguinte frase: “Não é nada extraordinário. Simplesmente estão escolhendo uma pessoa de outro continente”. Realmente é muita modéstia da parte de quem fez tanto pelo meio ambiente e pela agroecologia.
Para o professor aposentado da Esalq-USP, Adilson Paschoal, especializado em agroecologia, “não poderia haver notícia mais alvissareira”. “Dra. Ana representa a luta em prol da natureza e de uma agricultura de fundamento ecológico e social acima dos interesses econômicos imediatistas”, disse. “Ela faz jus ao prêmio que receberá, pelo desempenho de décadas de trabalho incansável, de mestra de tanto conhecimento que, moldada pelo sentimento humanitário e de modéstia, sempre se apresentou em grandes e importantes eventos científicos como ‘agricultora’”, destaca o professor Paschoal. Parabéns à dra. Ana!
Fonte: Organicosbrasil

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Agricultura familiar: investimento em educação rural triplicaria a produção, aponta estudo


Não é segredo que a cesta-básica é um dos parâmetros para medir o poder de compra do brasileiro. O que poucos sabem é que ela poderia ser muito mais barata do que é hoje. Atualmente, boa parte dos alimentos que compõem a cesta-básica brasileira provém da agricultura familiar. O setor é responsável, por exemplo, por 70% da produção nacional de feijão, 21% do trigo e 58% do leite, segundo o IBGE.
No entanto, o baixo grau educacional dos agricultores do setor faz com que a produção seja muito aquém do seu real potencial. Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) revelou que a produção da agricultura familiar poderia, ao menos, triplicar, caso políticas de capacitação fossem implementadas e se o acesso à educação para a população rural não fosse tão difícil.
De acordo com o coordenador da pesquisa, José Eustáquio Ribeiro Vieira Filho, apenas 5,2% dos estabelecimentos agropecuários são responsáveis por 63,5% de toda a produção da agricultura familiar. Por outro lado, mais da metade dos estabelecimentos (66,4%) geram apenas 10% do valor da produção. Segundo Vieira Filho, isso se deve à concentração dos recursos tecnológicos – apenas 16% dos estabelecimentos possuem um grau elevado de conteúdo tecnológico. “Se aumentássemos o grau de tecnologia e de acesso à educação em apenas 5% dos estabelecimentos atrasados, já dobraríamos a produção atual”, afirma.
Além disso, para o pesquisador do Ipea, muitos agricultores não tem acesso à tecnologia por não saberem manusear os equipamentos e insumos ou desconhecerem as ferramentas de acesso à crédito. “O analfabetismo elevado torna o aprendizado de novas técnicas e a absorção de tecnologia muito raro”, diz.
Desafio educacional
“Hoje, o agricultor não precisa ter terra para produzir, precisa de tecnologia e para usar tecnologia precisa de educação”, defende Vieira Filho. De acordo com ele, a redução do analfabetismo rural já seria um avanço para o aumento da produtividade e, consequentemente, propiciaria o aumento de renda do produtor e a diminuição das pressões sobre o meio ambiente.

Segundo um estudo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência, a taxa de analfabetismo na zona rural chega a 23,3%, entre a população de 15 anos ou mais, índice três vezes maior do que em áreas urbanas. Para contornar essa realidade, o pesquisador defende a implementação de instituições de ensino e extensão no campo para orientar os agricultores e agir, em curto e longo prazo, no desenvolvimento de conhecimento local.
“A Embrapa, as universidades locais e os órgãos de agricultura locais devem atuar na capacitação dessa população e trabalhar para diminiuir esse abismo de produção e renda entre as regiões brasileiras”, argumenta Vieira Filho. Hoje, 89,3% dos produtores familiares do Nordeste não possuem um elevado grau de tecnologia em suas propriedade e, por isso, representam apenas 19,1% da produção nordestina e recebem apenas dois salários-mínimos pelo o que produzem.
“Sem esse tipo de política pública educacional, os agricultores familiares continuarão com baixos sálarios e sendo incentivados a abandonar o campo e inflar as cidades grandes e médias”, conclui o pesquisador.
Fonte: Carta Capital

sábado, 7 de julho de 2012

Novo presidente do Ibama quer excelência em política ambiental


Pouco mais de um mês depois de tomar posse como presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Volney Zanardi deixa clara sua missão de ampliar as atribuições do órgão e transformá-lo em um "depositório de dados ambientais".
"O Ibama começa a se posicionar em um novo patamar. Vamos fazer medição de acesso de recursos ambientais e produzir dados, informações e elementos para qualificar as políticas brasileiras", disse ele.
O engenheiro químico, que deixou a direção do Departamento de Gestão Estratégica do Ministério do Meio Ambiente para conduzir o órgão ambiental, explicou que a proposta é "organizar a casa".
A arrumação tem dois objetivos claros: garantir mais agilidade aos processos de licenciamento e autorizações e criar uma estrutura capaz de subsidiar as políticas e estratégias do governo para o setor.
Segundo ele, o país enfrenta uma mudança de paradigmas em relação à gestão ambiental.
Zanardi refere-se tanto à leis já aprovadas (como a Lei Complementar 140/2011, que estende as atribuições sobre licenciamento e proteção ambiental aos estados e municípios) quanto ao novo Código Florestal, cuja medida provisória publicada pelo governo federal em maio está sob a análise do Congresso Nacional.
"Continuaremos com uma série de competências. Mas, vamos além da fiscalização", disse ele.
Ao mencionar o CAR (Cadastro Ambiental Rural) que servirá como um instrumento para monitorar a situação de áreas de preservação permanente (APPs) em propriedades rurais do país, Zanardi explicou que o Ibama vai organizar informações sobre os processos de autorizações legais de desmatamento e criar uma base de dados que contribua com o projeto defendido pelo governo de tornar a questão florestal um ativo.
O presidente do Ibama ainda acrescentou que a proposta é fazer com que a contabilidade referente a informações gerais das florestas brasileiras supere as estatísticas que revelam o quanto aumentou ou diminuiu o desmatamento no país.
"Vamos criar dados que mostram o valor real de uma floresta em pé, desde o aproveitamento da biodiversidade até o aumento de concessões florestais", disse ele.
Para organizar o Ibama, Zanardi conta com um orçamento quase duas vezes maior do que o destinado aos investimentos em tecnologia da informação em 2011.
Este ano, o Ibama dispõe de mais de R$ 37 milhões para instalar redes, padronizar procedimentos e alimentar base de dados, por exemplo.
"Para ter o Ibama ágil e moderno como queremos, isso esbarra em procedimentos administrativos claros e informatização. Nosso objetivo é fazer com que o Ibama seja um órgão de excelência para implementar a política federal de meio ambiente e [ser] referência para os outros órgãos ambientais", disse ele.
Além dos investimentos para criação de sistemas e padronização de procedimentos, Zanardi reconhece ainda que é preciso capacitar servidores e criar melhores condições para a categoria.
Os agentes ambientais estão mobilizados há mais de um mês, reivindicando melhorias salariais e reestruturação da carreira.
"A carreira dos nossos servidores é um problema hoje. Para o nível de complexidade do trabalho, o nível de recrutamento é muito inicial", explicou.
Segundo ele, o Ministério do Meio Ambiente está conduzindo as discussões e negociações sobre a carreira dos agentes ambientais.

Fonte: Folha.com