quinta-feira, 26 de abril de 2012

Ideli sinaliza veto a anistia para desmatadores no Código Florestal

A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) sinalizou nesta quinta-feira (26) que a presidente Dilma Rousseff vai vetar no Código Florestal aprovado ontem pela Câmara a anistia concedida aos desmatadores. Segundo Ideli, a presidente vai avaliar o texto mos próximos 15 dias para dar a palavra final sobre o possível veto.
"Aquilo que representar anistia não terá respaldo do governo. Qualquer questão que signifique anistia tem grandes chances de sofrer o veto", afirmou.
Outro ponto que deve ser vetado, segundo Ideli, são os artigos que prejudicam os pequenos agricultores. "Eles representam a grande maioria dos empregos rurais", afirmou.
A ministra disse que a decisão será "soberana" da presidente Dilma, mas não escondeu a insatisfação com o fato da Câmara ter modificado o texto aprovado pelo Senado. Mesmo afirmando que o projeto dos senadores não era "perfeito", Ideli disse que ele reunia avanços para a legislação ambiental do país.
"O Senado produziu um texto equilibrado, buscando equacionar divergências entre a produção e a preservação. A gente lamenta porque em muitas reuniões tivemos a participação de deputados", afirmou.A ministra negou falhas na articulação política que resultaram na aprovação do texto da Câmara. "Fizemos muitas reuniões, inclusive na secretaria. Fizemos apelo aos líderes porque era mais adequado o que foi aprovado no Senado. O que estava ao nosso alcance temos convencimento que foi feito."
CÓDIGO
Por 274 votos a favor, 189 contrários e 2 abstenções, os deputados acolheram ontem o relatório do deputado Paulo Piau (PMDB-MG) com 21 modificações no texto aprovado pelo Senado em dezembro, que era defendido pelo Palácio do Planalto. Ainda serão analisados 13 destaques que podem modificar o texto.
Apesar da derrota e com uma manobra regimental, o governo conseguiu devolver ao texto a exigência de recomposição de 15 metros de APPs (Áreas de Preservação Permanente) em beira de rios pequenos. Os ruralistas rejeitavam qualquer obrigação de recuperação dessas áreas.
O relator também suprimiu do projeto partes que obrigam a ocupação urbana em margens de rios a respeitar as regras gerais para APPs. A definição dos casos nas cidades ficará a cargo de planos diretores.

Fonte: Folha.com 

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