quinta-feira, 31 de março de 2011

Dados de satélite formam mapa preciso da gravidade na Terra


Geoide é o modelo usado para representar o campo gravitacional do planeta
Foto: Esa/Divulgação

A agência espacial europeia (ESA) informou nesta quinta-feira que conseguiu mapear a gravidade da Terra "com uma precisão inigualável" por meio de dados colhidos pelo satélite Goce, que está em órbita há dois anos. O novo modelo foi apresentado em um workshop para jornalistas e cientistas em Munique, na Alemanha.
Os cientistas utilizaram o modelo de geoide para explicar o campo gravitacional da Terra, que é achatada nos pólos. De acordo com a agência espacial, para compreender um geoide basta imaginar a Terra coberta por água, sem marés e correntes.
O Goce possuiu um aparelho chamado gradiômetro que serve para medir mudanças sensíveis na gravidade da Terra. Os dados são renovados a cada dos meses o que, segundo os responsáveis pelo trabalho, colabora para garantir a eficiência do mapa criado para compreender a gravidade.
Com os dados do satélite, a ESO pretende proporcionar à comunidade científica informações sobre os oceanos e o clima, melhorando a compreensão da estrutura interna da Terra. Segundo a agência espacial, uma das contribuições dos dados de gravidade do satélite é no conhecimento mais profundo das causas dos terremotos, como o que assolou recentemente o Japão.
Por ser um fenômeno causado pelo movimento das placas tectônicas, os terremotos não podem ser observados diretamente do espaço, mas sua influência nos dados de gravidade são transmitidas ao satélite, podendo ser usados para compreender as catástrofes naturais e as maneiras de evitá-las.

terça-feira, 29 de março de 2011

Ingredientes de produtos ‘verdes’ vêm de petróleo, diz estudo


Pesquisa foi divulgada em encontro da Sociedade Americana de Química. Foram analisados materiais de limpeza e de higiente pessoal.

Um estudo divulgado no 241º encontro da Sociedade Americana de Química mostra que alguns ingredientes de produtos considerados verdes podem ter origem em petróleo ao invés de ser obtido a partir de plantas.
A equipe responsável pela pesquisa, liderada pela especialista Cara Bondi, analisou mais de 10 produtos de limpeza de louças e roupas, além de líquidos de higiene pessoal.
Para saber se os produtos analisados eram feitos com base em plantas ou em materiais sintéticos com origem no petróleo, os cientistas usaram uma técnica de datação com carbono-14.
Os resultados mostraram que alguns produtos taxados como verdes no mercado norte-americano – feitos com mais de 50% do carbono derivado de fontes naturais – apresentaram, na verdade, somente 28% de carbono com origem em plantas.
Cara Bondi ainda afirma que em um dos casos, um produto que era vendido como “livre de petróleo” continha 31% de carbono gerado a partir desta fonte esgotável.
Segundo a especialista, o uso de carbono obtido a partir de petróleo – uma fonte não renovável – em produtos precisa ser moderado.
Fonte: G1

Angra reforça plano de segurança


Eletronuclear, que opera as usinas 1 e 2, ampliará mapeamento das vias que chegam às centrais nucleares e fará plano de fuga pelo mar.


Para reforçar os padrões de segurança das usinas de Angra 1 e 2, no litoral sul fluminense, a Eletronuclear vai ampliar o mapeamento das vias de acesso às centrais nucleares e planeja criar um plano de fuga pelo mar, com a construção de dois píeres para facilitar a retirada de moradores e funcionários em caso de desastre.
O projeto de criação dos ancoradouros está em fase inicial, mas a empresa responsável pelas usinas pretende contratar nos próximos dias uma consultoria externa para reavaliar a situação das encostas que margeiam as estradas da região. Em até quatro meses, um relatório poderá indicar a necessidade de novas obras de contenção e determinar os pontos onde há riscos de deslizamentos – que poderiam bloquear as rotas de fuga em caso de emergência.
A Eletronuclear afirma que realiza um monitoramento constante nas encostas, principalmente às margens da rodovia Rio-Santos (BR-101).
A decisão de solicitar um estudo externo para complementar o mapeamento da área havia sido tomada há meses, mas foi reforçada pelo desastre nuclear em Fukushima, no Japão, em decorrência do terremoto e do maremoto que atingiram o país. Em caso de desastre em Angra, as estradas usadas como rotas de fuga devem estar livres, para facilitar o isolamento da região.
“O novo mapeamento será feito apenas para termos uma confirmação externa das informações que já foram colhidas”, ressaltou Diógenes Salgado Alves, gerente de engenharia civil da Eletronuclear. “Em um momento como esse, não podemos deixar de ampliar a transparência e garantir a segurança total.” Deslizamentos de terra são comuns na Rio-Santos em períodos chuvosos, uma vez que as encostas da região são instáveis e formadas por rochas de até 100 toneladas envoltas por terra.
Pelo mar. Para ampliar a capacidade de retirada dos quase 20 mil moradores e funcionários das regiões consideradas vulneráveis a um desastre, a Eletronuclear quer construir dois píeres que poderão ser usados para a evacuação da área caso as estradas estejam bloqueadas.
A empresa fará estudos para definir a dimensão e a localização exata dos ancoradouros. Um píer deve ser erguido na Praia Brava (a 3 km da central nuclear) e outro na Baía da Ribeira (a cerca de 10 km das usinas). Não há informações sobre a dimensão da obra, mas os locais de construção dos ancoradouros devem ser dragados para permitir a atracação de barcos de grande capacidade de passageiros.
Os acidentes na usina japonesa de Fukushima aceleraram a adoção de outras medidas suplementares de segurança no Brasil, segundo o assistente do diretor da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães. “O ritmo pode ser mais rápido, pois há uma cobrança da sociedade.” Guimarães ressaltou que o desastre no Japão não deve gerar mudanças no programa energético brasileiro, que prevê a construção de novas centrais nucleares.
A empresa estuda instalar uma pequena central hidrelétrica nas bacias dos Rios Bracuhy e Mambucaba, na região de Angra, para fornecer energia para os equipamentos de segurança da usina nuclear em caso de desastre.
Fonte: O Estado de São Paulo

Estudo diz que falta de água pode atingir mais de 1 bilhão em 2050


População das grandes cidades deve sofrer mais, sobretudo na Índia. Segundo pesquisador, número não é um destino, mas um desafio.


Mais de 1 bilhão de pessoas enfrentarão uma grave escassez de água em 2050 na medida em que o aquecimento global piorar os efeitos da urbanização, indicou um estudo nesta segunda-feira.
A escassez ameaça o saneamento em algumas das cidades de mais rápido crescimento no mundo, particularmente na Índia, mas também representa riscos para a vida silvestre caso as cidades bombeiem água de fora, afirma o artigo publicado nas Atas da Academia Nacional de Ciências (PNAS).
O estudo concluiu que, se continuarem as atuais tendências de urbanização, em meados deste século em torno de 990 milhões de moradores de cidades viverão com menos de 100 litros diários de água cada um - mais ou menos a quantidade necessária para encher uma banheira -, quantidade que segundo os autores é a mínima necessária.
Além disso, mais 100 milhões de pessoas não terão água para beber, cozinhar, limpar, tomar banho e ir ao banheiro.
"Não tomem os números como um destino. São o sinal de um desafio", disse o principal autor do estudo, Rob McDonald, do grupo privado ambiental The Nature Conservancy (conservação de recursos naturais), com sede em Washington.
Atualmente, cerca de 150 milhões de pessoas estão abaixo do patamar dos 100 litros de uso diário. A casa de um americano médio gasta 376 litros por dia por pessoa, apesar de o uso real variar dependendo da região, disse McDonald.
Mas o mundo está experimentando mudanças sem precedentes no nível urbano, à medida que as populações rurais de Índia, China e outras nações em desenvolvimento mudam-se para as cidades.
As seis maiores cidades da Índia - Mumbai, Delhi, Kolkata, Bangalore, Chennai e Hyderabad - estão entre as cidades mais afetadas pela escassez de água. O estudo prevê que 119 milhões de pessoas não terão água suficiente até 2050 apenas nas planícies e no delta do rio Ganges.
A África Ocidental também enfrentará escassez em cidades como Lagos, na Nigéria, e Cotonu, em Benin, segundo o estudo. Outras cidades que sofrerão o impacto são Manila (Filipinas), Pequim (China), Lahore (Paquistão) e Teerã (Irã).
Fonte: G1

sábado, 26 de março de 2011

Discussão sobre A Hora do Planeta

O blog do Programa A Voz do Rio Grande têm divulgado a campanha A Hora do Planeta, como forma de conscientização, ainda que pequena. Veja opiniões contrárias à campanha e tire suas conclusões.

Em artigo publicado no jornal norte-americano USATODAY, de 24/03/2011

"A praça central de Copenhague dificilmente compete com a Times Square de Nova York em glamour, mas é um espaço comercial nobre onde fica minha casa, na Dinamarca. Agora há um novo anunciante entre os letreiros de neon: um outdoor iluminado exorta todos a participarem da "Hora do Planeta", durante 60 minutos na noite de sábado em que o mundo inteiro é convidado a apagar as luzes para reduzir as emissões de efeito estufa. 

Há uma certa ironia em alugar espaço publicitário iluminado para exortar-nos a economizar eletricidade durante uma hora – o que é um equívoco dos organizadores. O apagar das luzes é promovido pela internet como um "voto para a mãe Terra", que irá nos mostrar "o impacto que causamos sobre o meio ambiente." Na verdade, o único resultado real disso será mais difícil de ver. O efeito ambiental das três horas acumuladas dos últimos três anos da campanha de apagar as luzes tem sido insignificante. Se todos os mais de 6 bilhões de habitantes da Terra participassem nestes 3 últimos anos da Hora do Planeta, o resultado seria o mesmo que desligar as emissões de carbono da China por cerca de 45 segundos. 


Quando se desliga a eletricidade, muitos de nós nos recorremos às velas. Isto parece velas naturais e do meio ambiente, mas, infelizmente, são quase 100 vezes menos eficiente que as lâmpadas incandescentes e mais de 300 vezes menos eficiente do que lâmpadas fluorescentes. Utilizando uma vela para cada lâmpada apagada anula a redução de CO2; duas velas emitem mais CO2. 

Milhões de pessoas bem intencionadas vão participar na Hora do Planeta. Recomendo os esforços dos organizadores para incentivar os participantes a continuar a participar nas escolhas do meio ambiente, como reciclagem e economia de energia após a hora que realmente terminou. Mas temo que a campanha é sintomática de um movimento ambientalista que se tornou demasiadamente centrada no vazio, as ações sentir-se bem que na melhor das hipóteses só nos move muito lentamente na direção certa. 

Numa tentativa de reduzir as emissões de carbono, o movimento ambientalista tem empurrado para a energia alternativa "verde" para ser usado em todo o mundo. Muitos países vão agora dar apoio financeiro governamental aos painéis solares e turbinas eólicas. Mas esta tecnologia ainda é ineficiente, então os resultados ambientais são insignificantes. 

Subsídios Energia Solar 

A Alemanha é um bom exemplo. Apesar de ser um país bastante nublado, tem sido lider mundial nos subsídios de paineis solares, gastando 75 bilhões dólares colocando ineficientes, pouco competitivas tecnologia solar em telhados. Isto proporciona míseros 0,1% da oferta total de energia da Alemanha, que adiará os efeitos do aquecimento global em apenas sete horas em 2100. Com a crise financeira, a Alemanha e os outros puxaram a rédea dos subsídios generosos. É fácil esquecer que enquanto a luz solar é renovável, os subsídios não são certamente. 

Da mesma forma, muitos ambientalistas entusiasticamente aprovaram apoio financeiro do governo para os biocombustíveis como uma bala de prata para cortar emissões de carbono. Os subsídios são enormes e arraigados, e um sexto do abastecimento mundial de milho é queimada apenas para ajudar a alimentar os carros dos Estados Unidos, contribuindo para os preços dos alimentos mais elevados da história e aumento da fome.

Como outros países entraram na disputa para produzir mais alimentos, as florestas estão sendo destruídas para a agricultura, causando mais emissões que só serão compensadas por biocombustíveis após centenas de anos. 

É fácil se sentir bem como se nós estamos ajudando o Planeta se tivermos um painel solar no telhado de nossas casas financiado pelo governo, ou preencher o nosso carro com o combustível de um tanque adornado com slogans verde - mas a realidade é que nós não estamos fazendo nada pelo Planeta 

É hora de olhar para uma solução mais inteligente para o aquecimento global que seria mais do que nos fazem sentir-se com nós mesmos. Nós não vamos fazer uma mudança sustentável menos dependente dos combustíveis fósseis, enquanto as alternativas continuam tão caras. Os painéis solares são ainda cerca de 10 vezes mais caros que os combustíveis fósseis em termos de custo por unidade de produção de energia. Essa é a única razão pela qual os ocidentais abastados (sendo pagos com subsídios substancias de seus governos) podem se dar ao luxo de instalá-los. 

Pense em como isso mudaria se a nossa inovação fizessem com que as células solares ou outras tecnologias de energia verde ficassem mais baratas do que os combustíveis fósseis. Todo mundo mudaria para alternativas mais baratas e limpas, incluindo os países em desenvolvimento, que não têm condições de fazer hoje em dia esta política vazia do "se sentir bem". 

Muito mais investimento em pesquisa e desenvolvimento são necessários para trazer avanços para mudar o jogo para as tecnologias de energia alternativa - algo na ordem de 0,2% do produto interno bruto global, ou US $ 100 bilhões anualmente. 

A dura realidade é que o abandono dos combustíveis fósseis não será fácil. Reduzir as emissões de carbono é muito mais difícil do que apagar as luzes por uma hora. Exige força de vontade para valer e de investimento. Em vez de apenas apagar nossas luzes, precisamos ficar muito mais acesos sobre como resolver o problema do aquecimento global."

Bjorn Lomborg é o tema do filme Cool It, que será lançado em DVD no dia 29/03/2011. Ele também é o autor de "O Ambientalista Cético" e "Cool It", e diretor do Centro de Consenso de Copenhague na Escola de Negócios de Copenhague.


Leia mais:


HORA DO PLANETA AGRAVA O AQUECIMENTO GLOBAL

Veja os cálculos de quantas mil toneladas de dióxido de carbono foram emitidas e o impacto do consumo de parafina (combustível fóssil) na indústria petroquímica, na campanha Hora do Planeta

http://ra-bugio.blogspot.com/2010/03/hora-do-planeta-agrava-o-aquecimento.html

quinta-feira, 24 de março de 2011

Buraqueiras


Choveu a noite toda, o que é bom para uma cidade quente e seca como Barreiras, sem falar que adoro dormir embalada pelo canto da chuva. Mas em algum momento da madrugada, entre meus sonhos, eu pensei: “Vixe, sair de casa amanhã vai ser um caos!”

Dito e feito. Indo para academia tentando encontrar um lugar firme para pisar, pude observar que minha agonia era compartilhada pelos outros pedestres. Tínhamos que desviar de buracos, esgoto e ainda tentar chegar limpos ao destino final. A situação dos motoristas não era diferente, ziguezagueando pelas ruas e escolhendo o “melhor” buraco para cair.Isso porque estávamos passando pelas rua tidas como “nobres”, em que o contraste das casas com a situação do passeio é gritante. Fico imaginando as pessoas que moram longe, em lugares que não estão asfaltados e onde os ônibus nem conseguem entrar. Sair de casa diariamente é uma aventura bizarra. Andam centenas de metros para pegar o transporte e ficam sujeitos à todo tipo de transtornos. Nós, cidadãos barreirenses, estamos desamparados, sendo alvo de doenças transmitidas pela água suja, dengue e tendo gastos e mais gastos com consertos de carros.

Acessibilidade é um conceito que não faz parte da vida dos nossos gestores públicos.Toda campanha eleitoral , os candidatos prometem priorizar a infraestrutura . Precisamos nos mobilizar, até quando vamos nos deixar iludir? Como a Princesa do Oeste pode deixar-se engolir pelos buracos???

A origem do nome da cidade , como já disse anteriormente aqui no blog, se deu pelas barreiras de pedras do Rio Grande que impediam as embarcações de seguirem viagem.Certa vez ,fui à missa e o padre sugeriu que mudássemos o nome da nossa cidade para Buraqueiras, já que não podíamos nos locomover com dignidade. A risada foi geral. Mas, cá entre nós, acho que isso é motivo para chorar.

Carta do Encontro dos Atingidos e Atingidas pela Mineração na Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco – Publicada em 24/03/2011


Nós, organizações e movimentos populares vindos de vários cantos das Bacias Hidrográficas do Rio São Francisco, Rio Doce, Rio Jequitinhonha e Paraíba do Sul, nos reunimos nos dias 19 a 22 de março de 2011, em Ouro Preto, Minas Gerais, no Encontro dos Atingidos e Atingidas pela Mineração na Bacia do Rio São Francisco. Diante do quadro atual da degradação causada pela atividade de mineração e em meio à omissão dos nossos governantes, vimos por essa carta defender a água como bem público fundamental à vida humana e à biodiversidade e exigir o direito ao uso prioritário das águas pelas comunidades.

Nesses dias, pudemos constatar que o Estado tem sido o principal promotor dessa sanha voraz de produção e extração de minérios em grande escala, que tem diminuído e contaminado a nossa água e machucado a Terra, deixando-a em carne viva. Vimos oceanos de rejeitos, expostos a céu aberto – “cemitérios de ecossistemas” – prova dos nove do processo degradante. Vimos minerodutos que consumirão um volume de água suficiente para abastecer uma cidade de 200 mil habitantes, mas cujo uso está restrito ao transporte de ferro. Mas, vimos e ouvimos, sobretudo, pessoas machucadas em sua alma, marcadas na carne, adoecidas, expulsas de suas terras, ameaçadas pelo que os poucos interessados chamam simplesmente de “crescimento”, como o novo nome do “desenvolvimento”.

Mais que bem indispensável à vida, a água para nós é dotada de valores sociais, biológicos, ambientais, medicinais, culturais e religiosos, e deve ser assegurada à atual e às futuras gerações com padrões de quantidade e qualidade adequados aos respectivos usos.
A Mineração é a atividade econômica que mais gera degradações aos recursos hídricos e estamos aqui para enfrentar e dizer não a este modelo atual de exploração minerária. Terra, água, territórios e pessoas não podem ser reduzidos a “reserva mineral” ou “jazida”. Territórios “ferríferos” antes são territórios “aqüíferos”, lugar da vida!

As outorgas, que foram e estão sendo concedidas, poderão ser mais um elemento a agravar esta realidade. A maneira como estão sendo concedidas para os empreendimentos de mineração, seja para utilização de água na planta industrial e no transporte do minério, seja para barragem de rejeitos, não considera efetivamente os impactos sobre a qualidade e a quantidade das águas, por exemplo, o rebaixamento do lençol freático e a poluição dos mananciais.
Para garantia do bem estar público, autorizações e licenciamentos da esfera pública não podem se restringir a juízos cobertos apenas pela aparência de cumprimento de “legalidade”, já que não faltam evidências das conseqüências negativas geradas pela exploração pouco criteriosa dos minérios. Ritos legais são inócuos se a razão maior da formalidade – a seguridade do direito coletivo – é jogada por terra em nome de direitos privados.

Diante da urgência e da gravidade que a preservação de nossas águas impõe, resta-nos perguntar – Água ou Mineração: o que a sociedade quer? 

Para nós, a resposta está clara: a mineração, ao contrário do que dizem as nossas leis, não tem sido de utilidade pública. É, antes de tudo, um bem privado, com lucros na mão de poucos, a custo de um grande sofrimento das populações atingidas e que acarreta um enorme mal público.

O processo de elaboração do Marco Regulatório da Mineração e do Plano Nacional de Mineração não pode ser um conluio entre empresários e governantes. A sociedade é convocada a se interessar, interferir e determinar este debate.

Nós queremos um ambiente digno para o ser humano e para toda a comunidade da vida. Para tal, teremos que mudar profundamente o modo como se processa o modelo de mineração no Brasil e no mundo e estamos dispostos a iniciar essa mudança desde já, dizendo não a esse atual modelo de mineração e de consumismo.

Assinam as organizações, associações e entidades: Associação Casa de Eva Barranco da Esperança e Vida de Porteirinha/MG, Assembléia Popular de Sergipe, Comissão Pastoral da Terra –BA/MG, Coordenação Regional Quilombola do Oeste da Bahia, Cáritas Brasileira Nordeste 3, Comissão Paroquial de Meio Ambiente de Caetité/BA, Centro de Agroecologia do Semi-árido/Guanambi (BA), Movimento pelas Serras e Águas de Minas (MOVSAM), Sindicatos dos Trabalhadores Rurais (STRs) de Remanso, Pindaí, Campo Formoso, Bom Jesus da Lapa, na Bahia, e de Porteirinha, Riacho dos Machados, Simonésia, Espera Feliz, em Minas Gerais, Movimento dos Trabalhadores Assentados, Acampados e Quilombolas da Bahia – CETA, Paróquia de Santo Antonio de Salinas/ Fruta de Leite, Pastoral da Criança de Riacho dos Machados, Movimento de Mulheres Camponesas de Sergipe – MMC/SE.

Colaboração de Ingrid Campos, Articulação Popular do São Francisco, para o EcoDebate, 24/03/2011

O consumo de água escondido nos produtos


Debate sobre ''pegada hídrica'' sai da academia e ganha força; para criador do conceito, ideia é ampliar conscientização e reduzir uso da água.



Um total de 140 litros de água são consumidos direta e indiretamente em toda a cadeia produtiva do café para que se possa tomar uma xícara dessa bebida, segundo a Water Footprint Network (WFN). Se trocarmos o café pelo chá, diz a organização, contribuiremos para a economia de água: para fazer uma xícara de chá padrão, de 250 ml, são necessários 30 litros de água.
Além do café e do chá, a WFN coloca à disposição dados sobre o consumo de água na elaboração de diversos produtos. Para um quilo de açúcar são consumidos em média 1,5 mil litros de água; para uma taça de vinho, 120 litros; para um quilo de carne bovina, 15 mil litros - dependendo das características regionais, há variação nos números. Essa quantidade de água para produção de um bem recebeu o nome de "pegada hídrica".
O holandês Arjen Hoekstra, diretor científico da WFN, criou há dez anos esse conceito, na Universidade de Twente. Porém, só mais recentemente o debate saiu da academia e começou a chamar a atenção de consumidores e empresas.
Na semana passada, Hoekstra participou de um encontro com empresários em São Paulo e também deu um curso, do qual participaram funcionários da Ambev, do Banco do Brasil, do HSBC e de Itaipu, entre outros.
A Natura, por exemplo, da área de cosméticos, é parceira da WFN e já começou a aplicar a metodologia da organização. "O primeiro estudo que realizamos em parceria com o WFN foi um piloto de cálculo da pegada hídrica de dois produtos do portfólio da Natura", diz Janice Casara, gerente de sustentabilidade da empresa. O piloto foi concluído no ano passado e, agora, estão sendo realizadas pesquisas complementares.
De acordo com Hoekstra, as empresas por enquanto estão numa "fase exploratória" - ou seja, ainda não estão num estágio de ter metas de redução de pegada hídrica. Ele conta que há grande interesse em geral da indústria de bebidas e de alimento, mas que ainda não provocou muita curiosidade do setor da mineração. "Enquanto o consumidor vê a relação entre o gasto de água para a produção de comida e bebida, o mesmo não ocorre com a mineração. Então, o setor fica mais quieto."
Segundo Hoekstra, o objetivo não é necessariamente criar selos ou certificação para quem medir a pegada hídrica. Mas simplesmente conseguir ampliar a conscientização e reduzir o consumo de água. "Não adianta fazer um selo se isso não significar uma diminuição do uso de água", opina.
No levantamento da pegada hídrica entre os países, o Brasil está pouco acima da média mundial - são 1.381 metros cúbicos per capita por ano, contra 1.243 metros cúbicos per capita ao ano no mundo. Para se ter uma ideia, a da China é de 700 e a dos Estados Unidos, de 2,5 mil.
Quem tiver interesse, é possível calcular a pegada hídrica pessoal no site www.waterfootprint.org.
Sem vilões. O ex-secretário estadual do Meio Ambiente Xico Graziano está preocupado com o uso do conceito de forma preconceituosa, colocando a agricultura como vilã. Ele também discorda das campanhas ambientais que defendem que para ser ecológico é preciso voltar ao passado.
"Mas acho interessante contar, além dos custos econômicos, o custo dos recursos naturais, especialmente a água. As empresas podem usar isso como ferramenta de marketing e o consumidor poderá optar pelo que emite menos gás carbônico e menos água. Faz parte da preparação para uma economia verde."
O QUE É LEVADO EM CONTA PARA A PEGADA
Água azul
Volume de águas superficiais e subterrâneas consumidas como resultado da produção de um bem ou serviço.


Água verde
Volume de água da chuva consumida durante a produção. É relevante principalmente para produtos agrícolas e florestais e se refere à perda de água da chuva de campos e plantações por transpiração, além da água incorporada ao produto colhido.


Água cinza
Indicador de poluição de água doce que pode ser associado a um produto ao longo de sua cadeia de abastecimento global. É calculado como o volume de água necessário para diluir os poluentes de tal forma que a qualidade da água continue acima dos padrões de qualidade. 

Fonte: O Estado de São Paulo

Desmatamento na Amazônia atingiu 63 km² em fevereiro


A Amazônia perdeu 63 quilômetros quadrados (km²) de floresta em fevereiro, de acordo com os números do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), divulgados nesta quarta-feira pela organização não governamental Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Na comparação com fevereiro de 2010, quando os satélites registraram 87 km², houve redução de 28% no ritmo da devastação.


No entanto, por causa da cobertura de nuvens, os dados podem estar subestimados. Em fevereiro, foi possível observar apenas 12% da Amazônia Legal. Em estados como Pará, Amazonas e Mato Grosso, as nuvens cobriram 90% do território.


Rondônia foi o estado que mais desmatou a Amazônia em fevereiro, com 36 km² de floresta a menos (56% do total derrubado no período). No Pará, os satélites registraram 19 km² de novos desmates, em Mato Grosso, 7km² e em Roraima, 2km².


Além do corte raso (desmatamento total), o levantamento do Imazon também mede a degradação florestal, que considera florestas intensamente exploradas por atividade madeireira ou atingidas por queimadas. Em fevereiro, a degradação avançou 113 km², área 14% maior que a registrada no mesmo mês de 2010, de 99 km². O estado com maior área degradada no período foi Rondônia, com quase 74% do total registrado.


O Imazon estima que o desmatamento em fevereiro provocou a emissão de 4,7 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) equivalente – medida que considera todos os gases de efeito estufa.


O monitoramento oficial do desmatamento da Amazônia é feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). No período crítico de chuvas na região, que vai de dezembro a março, o instituto não divulga relatórios mensais.


Fonte: Agência Brasil

quarta-feira, 23 de março de 2011

Brasil precisa investir R$ 22 bilhões até 2015 para garantir abastecimento de água

Por Redação ANA


Dos 5.565 municípios brasileiros, 55% poderão ter déficit no abastecimento de água. Desses, 84% necessitam de investimentos para adequação de seus sistemas produtores e 16% precisam de novos mananciais.

Levantamento inédito em todo o País coordenado pela Agência Nacional de Águas, o Atlas Brasil – Abastecimento Urbano de Água reúne informações detalhadas sobre a situação dos 5.565 municípios brasileiros com relação às demandas urbanas, à disponibilidade hídrica dos mananciais, à capacidade dos sistemas de produção de água e dos serviços de coleta e tratamento de esgotos.

O Atlas revela que 3.059, ou 55% dos municípios, que respondem por 73% da demanda por água do País, precisam de investimentos prioritários que totalizam R$ 22,2 bilhões. As obras nos mananciais e nos sistemas de produção são fundamentais para evitar déficit no fornecimento de água nas localidades indicadas, que em 2025 vão concentrar 139 milhões de habitantes, ou seja, 72% da população. Concluídas até 2015, as obras podem garantir o abastecimento até 2025.

O Atlas Brasil consolida o planejamento da oferta de água em todo o País a partir do diagnóstico dos mananciais e da infraestrutura hídrica existente (sistemas de captação de água, elevatórias, adutoras e estações de tratamento) e da identificação das melhores alternativas técnicas. É o resultado do trabalho feito em articulação com órgãos do governo federal, estaduais e municipais.

O Norte e o Nordeste possuem, relativamente, as maiores necessidades de investimentos em sistemas produtores de água (mais de 59% das sedes urbanas). Chama a atenção a precariedade dos pequenos sistemas de abastecimento de água do Norte, a escassez hídrica no Semiárido e a baixa disponibilidade de água das bacias hidrográficas litorâneas do Nordeste. No Sudeste, os principais problemas decorrem da elevada concentração urbana e da complexidade dos sistemas produtores de abastecimento, que motivam, muitas vezes, disputas pelas mesmas fontes hídricas.

"O intenso trabalho que resultou no Atlas Brasil ajuda o país a identificar os gargalos e carências de várias regiões, os conflitos vivenciados nos grandes centros urbanos pelas mesmas fontes mananciais e a avaliar suas infraestruturas para atender adequadamente ao abastecimento público.

Cada um dos 5.565 municípios brasileiros, um a um, foi avaliado. Dessa forma, é uma ferramenta indispensável para a tomada de decisões e para a racionalização de investimentos em todo o País.", disse a ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira. "O que estamos propondo é a ação articulada e integrada entre União, Estados e Municípios, e entre os setores de recursos hídricos e de saneamento, para o sucesso das alternativas, das quais dependem, em grande parte, a sustentabilidade urbana, econômica e ambiental das cidades, grandes e pequenas. A experiência adquirida na construção do Atlas Brasil de Abastecimento Urbano de Água leva-nos a pensar em propostas ainda mais ousadas, como um Atlas da Universalização do Abastecimento de Água, atendendo também as comunidades isoladas dos nossos municípios, em sintonia com as diretrizes da Presidente Dilma Rousseff, de priorizar o combate à miséria extrema no Brasil", completou a ministra.

Investimentos

Juntos, Nordeste e Sudeste demandam 74% do total dos investimentos necessários, que equivalem a R$ 16,5 bilhões que seriam destinados a 2.076 municípios. Essas duas regiões requerem grande volume de investimentos devido ao maior número de aglomerados urbanos e por causa do Semiárido, que demanda grandes esforços para a garantia hídrica do abastecimento de água.

Do total dos recursos, 51% correspondem à adoção de novos mananciais (R$ 11,3 bilhões para 703 municípios), incluindo a conexão de atuais sistemas isolados a sistemas integrados, enquanto 49% restantes (R$ 10,9 bilhões) destinam-se à ampliação de sistemas de produção de água existentes (isolados ou integrados) para 2.356 sedes urbanas.

"O Atlas Brasil é estudo alicerçado na garantia de que as informações e propostas apresentadas são fruto de amplo consenso, alinhado entre representantes dos prestadores de serviços de abastecimento de água, órgãos de gestão dos recursos hídricos, Comitês e Agências de Bacias Hidrográficas, entre outras entidades municipais, estaduais e federais vinculadas aos setores de recursos hídricos e saneamento, que traz não apenas as soluções, mas formas de financiamento das obras propostas", disse o diretor-presidente da ANA, Vicente Andreu.

Esgotos

A universalização dos serviços de saneamento é a meta básica de longo prazo a ser alcançada pelo País. O Atlas, porém, propõe a implantação de redes coletoras e Estações de Tratamento de Esgotos – ETE em municípios onde o lançamento de efluentes (esgotos sanitários) tem potencial para poluir mananciais de captação. Para isso, seriam necessários investimento adicionais de R$ 47,8 bilhões, sendo R$ 40,8 bilhões em sistemas de coleta e R$ 7 bilhões em tratamento de esgotos. Portanto, os investimentos necessários no longo prazo somariam R$ 70 bilhões, considerados os gastos de R$ 22, 2 bilhões para evitar déficit de abastecimento até 2015, e os R$ 47,8 bilhões necessários para manter a qualidade dos mananciais no futuro.

Os problemas associados à poluição hídrica são mais evidentes nos grandes aglomerados de municípios, devido à pressão das ocupações urbanas sobre os mananciais de abastecimento público. Os lançamentos de esgotos sem tratamento dos municípios localizados rio acima influenciam diretamente na qualidade das águas das captações rio abaixo.

Principais conceitos:

As soluções propostas pelo ATLAS visam: 1) ampliar ou adequar o sistema de produção de água; 2) adotar novo manancial, conforme o diagnóstico de cada sistema.

O sistema de produção de água compreende a captação da água em rio ou poço, a elevação através de bombas até a Estação de Tratamento de água ou Reservatório, a condução da água por meio de adutoras e o tratamento da água para torná-la potável.

A adoção de novo manancial se dá quando, após a verificação através de estudos hidrológicos, constata-se que a quantidade de água em período de estiagem é ou será insuficiente para atender a demanda atual ou futura de água.

Entende-se por sistema isolado, o sistema de abastecimento que atende a uma sede municipal somente. Assim também, convencionou-se chamar sistema integrado àquele sistema de abastecimento de água que abastece 2 (dois) ou mais municípios.

Fonte: Envolverde

Ministra abre Ano Internacional das Florestas no Brasil


Durante todo este ano serão realizados eventos para sensibilizar a sociedade sobre a importância da preservação florestal para sustentabilidade do planeta.


As florestas do planeta cobrem 31% da área terrestre, garantem a sobrevivência de 1,6 bilhão de pessoas e abrigam cerca de 300 milhões de habitantes. Com o objetivo de destacar a importância destas áreas para a manutenção da vida no globo, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2011 como o Ano Internacional das Florestas.


Para marcar o acontecimento no Brasil, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, realizou nesta terça-feira (22/03), no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, a abertura oficial do evento no País.


Durante o evento, houve a abertura da exposição "A Mãe D´Água", sobre o Cerrado. Também foi lançado o site do Ano Internacional das Florestas (www.anodafloresta.com.br), e os alunos da Oficina Escola de Lutheria da Amazônia fizeram uma apresentação em que utilizaram instrumentos produzidos por eles mesmos a partir de madeira de árvores não ameaçadas e de origem certificadas. O evento foi encerrado com o show do cantor Milton Nascimento.


No decorrer de todo este ano serão realizados eventos para sensibilizar a sociedade sobre a importância da preservação das florestas em prol de uma vida sustentável no planeta. O tema do Ano Internacional é "Proteja as florestas, elas protegem você", e o slogan foi criado para destacar a relação entre estes territórios e as pessoas que deles dependem.
Em mensagem no site oficial das Nações Unidas, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, destacou que é preciso "educar a comunidade global sobre o grande valor das florestas". Ele ressaltou a importância das áreas florestais para o meio ambiente, para a economia e a erradicação da pobreza.


Serviços - As florestas fornecem produtos madeireiros e não madeireiros, são fonte de plantas medicinais, objeto de pesquisas e estudos e oferecem ainda serviços de recreação e turismo. Além disso, garantem água potável, reduzem a poluição do ar, regulam o clima, protegem a biodiversidade e promovem a manutenção e fertilização do solo.


O uso sustentável destes territórios também ajuda muitas populações rurais a satisfazerem necessidades básicas de subsistência, como alimentos, água, combustíveis e remédios.


Florestas brasileiras -  O Brasil é o segundo país com a maior extensão florestal do planeta - o primeiro é a Rússia. Possui 516 milhões de hectares de florestas naturais e plantadas, o que equivale a 60,7% do território nacional, de acordo com dados do Serviço Florestal Brasileiro (SFB).


É ainda a nação com maior extensão de florestas tropicais do mundo, e a conservação desta megabiodiversidade terrestre está intrinsecamente relacionada à conservação da cobertura florestal nacional.
Alguns dos biomas mais ricos do mundo também podem ser encontrados no País (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica, Pampa e Zona Costeira e Marinha), o que reflete a riqueza das florestas brasileiras, que detêm mais de 20% do número total de espécies do planeta. Somente a Amazônia responde por cerca de 26% das florestas tropicais remanescentes do mundo.


Utilização - A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) definiu algumas funções prioritárias para o uso de áreas florestais. No Brasil, a maior parte das florestas (cerca de 190 milhões de hectares) ainda têm uso prioritário desconhecido ou indefinido, mas, já existem 128.244.660 de hectares ocupados por reservas de desenvolvimento sustentável (unidades de conservação de uso sustentável), extrativistas e terras indígenas. Estas áreas são consideradas como função prioritária de serviço social por incluir populações indígenas e comunidades tradicionais entre as beneficiárias do uso da floresta.


As outras áreas de florestas estão divididas entre os seguintes usos: 85.148.800 de hectares para proteção do solo e recursos hídricos (estimativa de 10% da área total do país em áreas de preservação permanente); 49.991.010 de hectares para conservação da biodiversidade em unidades de conservação federais e estaduais, em sua maioria de proteção integral; 32.284.110 de hectares para a produção madeireira e não madeireira em florestas nacionais, estaduais e florestas plantadas; e 30.798.320 de hectares de áreas de proteção ambiental, outra categoria de unidades de conservação de uso sustentável que permitem usos múltiplos, como áreas urbanas.


As florestas brasileiras também garantem 615.947 empregos formais, segundo dados de 2009 do Ministério do Trabalho e Emprego. A maioria destes trabalhadores, cerca de 172.740, ocupa cargos na indústria moveleira. O segundo lugar no ranking de postos de trabalhos em territórios florestais é é do setor de produção de celulose e papel (163.182), seguido pelo ramo de desdobramento de madeira (83.114), produção florestal em florestas plantadas (62.877), atividades de apoio à produção florestal (44.419), produção de estruturas e artefatos de madeira (43.742) e produção florestal em florestas nativas (6.382). 

Fonte: Ascom

terça-feira, 22 de março de 2011

22 de março - Dia Mundial da Água


O "Dia Mundial da Água" foi criado pela Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas através da resolução A/RES/47/193 de 22 de Fevereiro de 1993, declarando todo o dia 22 de Março de cada ano como sendo o Dia Mundial das Águas (DMA), para ser observado a partir de 1993, de acordo com as recomendações da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento contidas no capítulo 18 (Recursos hídricos) da Agenda 21.
Nesse período vários Estados foram convidados, como fosse mais apropriado no contexto nacional, a realizar no Dia, atividades concretas que promovam a conscientização pública através de publicações e difusão de documentários e a organização de conferências, mesas redondas, seminários e exposições relacionadas à conservação e desenvolvimento dos recursos hídricos e/ou a implementação das recomendações proposta pela Agenda 21. 
A cada ano, uma agência diferente das Nações Unidas produz um kit para imprensa sobre o DMA que é distribuído nas redes de agências contatadas. Este kit tem como objetivos, além de focar a atenção nas necessidades, entre outras, de:
  • Tocar assuntos relacionados a problemas de abastecimento de água potável;
  • Aumentar a consciência pública sobre a importância de conservação, preservação e proteção da água, fontes e suprimentos de água potável;
  • Aumentar a consciência dos governos, de agências internacionais, organizações não-governamentais e setor privado;
  • Participação e cooperação na organização nas celebrações do DMA

O objetivo do Dia Mundial da Água 2011 é chamar a atenção do mundo para o impacto do rápido crescimento urbano, industrialização e as incertezas provocadas pelas mudanças climáticas, os conflitos e as catástrofes naturais em sistemas urbanos de água.

Declaração Universal dos Direitos da Água

Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta.Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.

Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta.Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.

Art. 3º - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.

Art. 4º - O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.

Art. 5º - A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.

Art. 6º - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.

Art. 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.

Art. 8º - A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.

Art. 9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.

Art. 10º - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra. 

Vídeo Florestas e Homens

As Nações Unidas mandatou Yann Arthus-Bertrand para produzir o filme oficial de lançamento do Ano Internacional das Florestas, 2011. Após o sucesso de seu filme inicial, visto por 400 milhões de pessoas, o fotógrafo criou um filme de 7 minutos em curto florestas cheias de imagens aéreas.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Especialistas advertem sobre preservação de mananciais


Em pesquisa sobre a qualidade das águas, realizada pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), estudiosos confirmam o comprometimento dos rios urbanos e alertam para a possibilidade o produto se tornar raro e escasso. Para evitar que isso aconteça, especialistas garantem: é preciso cuidar e economizar. O alerta vem ao encontro do Dia Mundial da Água, celebrado na próxima terça-feira, criado para chamar a atenção para o cuidado com rios e lagos, cada vez mais degradados por conta da poluição.
O trabalho, intitulado Caminho das Águas em Salvador, traz levantamento sobre o nível da água a partir das bacias hidrográficas e fontes da capital baiana. De acordo com a publicação, o comprometimento está associado, dentre outros fatores, à destruição da vegetação e à ocupação do solo sem a devida regulação.
“A cidade cresceu sem a infraestrutura adequada e sem projeto de saneamento, o que poluiu os mananciais. De 1960 a 2000, a população de Salvador quadruplicou”, afirma o superintendente de Meio Ambiente e Projetos da Embasa, Júlio Mota.
Segundo ele, quando a cidade era menor e menos habitada, fontes mais próximas eram utilizadas para o abastecimento urbano. “Já foram usadas as fontes de Mata Escura e Pituaçu. Esta última, mesmo não tendo capacidade suficiente, fornecia cerca de 220 litros por segundo, o que é pouco diante dos quase nove  mil litros por segundos consumidos em Salvador”.
Hoje, 60% da água que abastece a capital e Região Metropolitana (RMS) vêm da Barragem de Pedra do Cavalo, no Rio Paraguaçu, que nasce na Chapada Diamantina. Os 40% restantes vêm dos rios Joanes e Ipitanga, localizados na RMS.
O  diretor-geral do Instituto de Gestão das Águas e Clima (Ingá), Luiz Henrique Pinheiro, concorda com a complicada situação dos mananciais soteropolitanos e reforça que a utilização deles para abastecimento não é indicada. “Particularmente, aqui e na Região Metropolitana, não há uso de rios urbanos, pois não há um rio nobre entre eles. Existe, sim, a necessidade de recuperá-los”.
Exemplos - Pinheiro cita exemplos bem-sucedidos de despoluição de rios em Belo Horizonte (Rio das Velhas) e Curitiba (Rio Barigui), capitais que não dispõem de sistema oceânico de esgotamento. “Como eles não têm o sistema oceânico, tiveram que despoluir, pois esgotos eram despejados nesses locais. Essas cidades incorporaram a necessidade de revitalização e realizaram fortes programas para isso”.
Contudo, para ele, despoluição e sistemas eficientes de saneamento não são suficientes. Deve existir um programa forte de educação ambiental, para que a população também faça a sua parte.
Cuidados simples, que vão desde evitar lavar o carro com a mangueira, até reparar vazamentos e prevenir desperdícios, podem ser tomados por qualquer indivíduo.
O coordenador executivo do Grupo Ambientalista da Bahia (Gambá), Rogério Mucugê Miranda, acredita que não existe educação para consumo na capital baiana. “Hoje, o problema está nos cuidados que não estamos tendo. As pessoas usam a água de qualquer jeito. Nossa cultura é imediatista, não se pensa a longo prazo”, diz.
Na opinião dele, é preciso ter vontade política para cuidar da água como um bem precioso. “Não se consideram os rios como rios. Eles são chamados de esgotos. Não há preservação”, lamenta.
Fonte: A Tarde